Super natural

Capítulo 13 - Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito


Ao chegar à sede dos homens das letras, Dean jogou a chave do carro na mesa com força:

– Aquela maldita está com o Crowley!

Sam levantou-se imediatamente de onde estava, assustado com aquela declaração:

– Você quer dizer que o Crowley a raptou?

– Não! Eu quero dizer que, segundo os passageiros, ela saiu de livre e espontânea vontade com um sujeito de meia-idade, britânico e vestido de negro! – disse, coçando a testa e apertando os olhos em seguida.

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– Com certeza ela não faz ideia de quem ele é, Dean. Precisamos resgatá-la, antes que algo mais grave aconteça.

– Invoquemos aquele demônio estúpido.

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Que te faça rir

Tigela providenciada, ervas misturadas, as sete velas postas e desenhado o símbolo que as interliga, Dean fez um corte na sua mão, deixando o sangue se misturar às ervas enquanto recitava o encantamento: Et anúncio congregandum / Eos coram me. Em seguida, como manda o ritual, lançou um fósforo em um dos lados da tigela.

***

– Você seria capaz de me ensinar a lutar, Crowley? – Lavignia baixou o livro na mesa quando o viu sair de seu quarto.

– Oh, minha querida, como um diplomático que sou, prefiro negociar a usar a força bruta.

– Mas você poderia me ensinar a lutar? – Crowley sorriu diante da insistência dela.

E nesse momento sentiu sua presença ser requisitada. Seu sorriso inocente encheu-se de malícia ao perceber quem era o invocador

– Falaremos-nos mais tarde, minha querida. Estou sendo convocado para uma reunião.

– E eu não posso ir contigo? Verdade que estou um pouco cansada de estudar e gostaria de um pouco de ar puro...

– Não dessa vez. Mas daremos um jeito de sair em breve, tudo bem?

Ela acenou positivamente, um pouco contrariada.

Quando ele desapareceu na frente das suas vistas, ela virou-se para os livros que tinham ali, mas, além de procurar por uma maneira de sair daquele lugar, procurou também saber sobre as criaturas que poderiam ser “convocadas” e os rituais usados para isso.

A busca, no entanto, era transpassada pela presença de Dean em sua mente. Tinha fome da figura dele, cada dia mais voraz por não saciada. Às vezes sentia que apenas vê-lo de longe poderia ser suficiente para desfazer aquele nó cada vez mais dolorido na sua garganta... Outras vezes pensava que só entrando dentro dele, fundindo suas moléculas às dele poderia suprimir aquela falta. Ser a donzela em perigo talvez não fosse papel tão ruim, desde que ela pudesse estar ao seu lado... Não. Não iria ceder logo agora, ela cada dia sabia mais e já se sentia em condições de estar no páreo com os dois irmãos. Mas...


Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café
Ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre
Sempre

***

– Crowley, son of a bitch, mas que diabos...?!

Crowley limpou as unhas no paletó e olhou-as em seguida:

– É assim que vocês me recebem, depois de eu vir tão alegremente até aqui?

– O que você fez com ela?! – Dean pegou-lhe pelo colarinho e o puxou para perto de si.

– É nisso que dá quando um diplomata feito eu se encontra com brutamontes feito vocês... Eu não lhe fiz nada. My dear Perséfone veio comigo porque quis. E basta que ela diga que não precisa mais de mim que eu a deixarei ir.

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– Não nos faça de idiota, Crowley. Se suas manipulações baratas te tornaram o rei do Inferno, podem muito bem enrolar uma pessoa como a Lavignia.

– Pois, eu tenho dito o que tenho dito. Se os senhores não têm nada melhor a requisitar, melhor me retiro.

E desapareceu.

Dean chutou a tigela usada no ritual, passando a mão pelos cabelos.

– Você vai me pagar, Crowley...

E acenou para Sam de modo a dizer-lhe que conseguiu o que queria com aquela invocação: colocar um patuá no seu bolso que lhes permitissem localizá-lo por meio de um feitiço.

– Ela está bem, Dean – Sam disse. – Apesar de ser preocupante ele a chamar de Perséfone, mostra que ele, além de não estar nada, nada normal, está nutrindo alguma espécie de sentimento por ela.

– Isso não ajuda em nada, Sammy.

– Ajuda a sabermos que ele ainda está consumindo sangue humano, e que ele precisa de alguém vivo e bem tratado para isso.

– Você acha que ele...?

Sam assentiu apenas, sem dizer nada, o que foi suficiente.

Dean abriu a carteira e olhou uma foto dos dois, que eles tinham tirado em Wyoming.

Hoje preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje