Garota de Maresia

True Love - Coldplay


Luke se espreguiçou e, assim que sentiu as dores que surgiram de repente, parou. Os hematomas e resultados da briga do dia anterior. Ou fora dois dias atrás?

Ele nem se lembrava direito.

Sabia que estava em paz com Alice, e isso o deixava tranquilo. Não gostava de brigar com ninguém. Ninguém, não, havia algumas exceções.

Luke deu um chute no colchão no chão. Caroline se mexeu, e isso o deixou feliz. Ele gostaria que ela dormisse menos do que pretendia, e também resolveu abrir as cortinas. Ela era a má, e ele podia dar o troco.

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Uma das coisas que o deixava mais satisfeito nesses últimos tempos era ter conseguido manter-se na própria cama. Perdera o quarto, o banheiro, a privacidade. Mas não a cama.

– Huuur – Caroline resmungou, esfregando os olhos. – Ainda está escuro.

– Se estivesse escuro, não estaria tentando proteger os olhos do sol – Luke retrucou, sorrindo.

– Saia daqui.

– Ah, não tente me expulsar de meu próprio quarto.

Dito isso, ele foi para a cozinha e deixou a cortina aberta. Com o sol exatamente sobre os olhos de Caroline.

Ok, talvez ele estivesse sendo mau com uma garota. Mas essa garota merecia.

– Luke! – Susan gritou, colocando as mãos nos rostos do filho. – O que aconteceu com o seu rosto?!

– Mãe, isso já faz dois dias – ele reclamou, tirando as mãos dela das marcas.

A mãe colocou as mãos na cintura e encarou-o.

– Ah, me desculpe se você vai do quarto para a praia e da praia para o quarto! – exclamou ela. – Por acaso você entrou em uma briga?

Luke teve que descruzar os braços para pegar a caixa de cereal no armário. E a mãe soltou outro grito.

– Olha só para esse estrago na sua barriga! – Susan berrou. – Quem fez isso?

– Isso é problema meu – disse Luke com um suspiro.

Susan agarrou o braço dele.

– Luke Jones, não banque o engraçadinho! – gritou, ameaçando. – Está vendendo drogas.

Luke soltou uma gargalhada.

– Com certeza! – ele concordou, ainda rindo. – Quer comprar um pouco?

A mãe bufou, soltando o braço dele.

– Para onde está indo?

– Eu vou correr, mãe – disse ele, revirando os olhos. – Corro todos os dias.

Ela olhou para o chão e depois o encarou novamente.

– Corre mesmo, é verdade.

– Caramba, garoto! – falou Gary entrando na cozinha. – Que abdômen é esse, hein?

Luke olhou e ergueu uma sobrancelha.

– Você passa 24 horas por dia malhando? – Gary questionou.

– Não.

Luke saiu da cozinha e foi para o quarto. Normalmente, trocaria de roupa lá mesmo, mas não podia mais fazer isso. Não podia porque Caroline estava lá.

Depois de tirar o short do pijama, colocou uma bermuda limpa e foi correr na praia. Todas as manhãs o fazia com o intuito de ganhar condicionamento físico. E funcionava.

Luke teve uma ideia enquanto dava mais algumas voltas na praia. Em vez de continuar o exercício, ele tomou um banho de mar e voltou para casa.

– Vai fazer o quê? – Caroline perguntou, erguendo a sobrancelha quando ele entrou no quarto.

– Sai daqui – disse ele.

– Ah, tá, eu não vo… AAAAAAH!

Caroline saiu correndo quando ele soltou um pum. Luke começou a rir e fechou a porta. E depois pegou o telefone.

Enquanto discava o número, ele ensaiava o que diria.

Na hora em que escutou o “alô” fininho do outro lado da linha, passou a mão nos cabelos com excesso de nervosismo. Por que estava tão nervoso, afinal? Nem fazia sentido.

– Hm, oi. Aqui é Luke. Hmm, Alice, quer ir ao cinema comigo?