As visão de Carol ficara turva; ela já não tinha consciência de nada ao seu redor.

Daryl alegara que estava detido, e seu coração havia se partido.

Tudo como era antes...

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Inferno!

Daryl urrou ao final da ligação. Fora deixado sozinho do outro lado da linha.

O medo se apossava de cada pensamento que passava por sua mente.

O que seria dele, dali em diante? O que seria de seu casamento? O que seria de sua vida?

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Ele admitira para si mesmo que havia errado; um ato impulsivo e bastante imbecil fora cometido, e agora estava pagando o preço. Porém, Carol deveria ficar ao seu lado, procurando saber o que realmente acontecera.

Todavia, o maior e pior medo de sua amada, era que ele fosse parar na justiça, comprometendo seu futuro, e o caipira não a culpava por isso.

Pra ser sincero não espero que você me perdoe por ter perdido a calma... Não espero que você me perdoe por ter vendido a alma ao diabo, meu amor... Apenas fique ao meu lado.

— Volte para a cela que é o seu lugar, Dixon. — Brian Blake estava bem ao lado do Dr. Turner, interrompendo seus pensamentos, enquanto o caipira se agarrava ao telefone.

A voz do homem era carregada de satisfação; seu nariz quebrado estava com curativos aqui e ali, mas seu sorriso frio ainda estava intacto, mais feroz e ameaçador do que nunca.

— O que faz aqui? — Daryl rosna para ele.

— Não queremos outra briga aqui, rapazes. — O delegado Turner se impõe. — É melhor voltar à cela, Daryl.

— Não vou voltar para aquela porra só porque ele pediu.

— Você realmente não vai para lá, Dixon. — Brian caminha pelo corredor. — Será enviado para a penitenciária logo, a menos que... Me pague a indenização.

— Não tenho dinheiro. Daryl responde, inquieto.

— É realmente uma pena. — Seus dentes brancos se abrem em um grande sorriso.

Com uma respiração alterada, Daryl faz menção de se aproximar de Blake, mas é algemado pelo Dr. Turner.

— Jovem, você é burro? — Ele o questiona. — Você já está encrencado até o pescoço. Não acha que é o suficiente?

Com relutância, Daryl desvia o olhar do sorriso satisfeito de Brian, rendendo-se a voltar para a cela.

...

Olhando para o teto mofado do ambiente, deitado sobre o colchão velho, o Dixon lamentava; não era típico se desesperar ou chorar à toa. O motivo teria de ser muito grande para baixar a guarda desse modo.

Carol provavelmente sentia desprezo por ele agora.

Nada mais importava.

Talvez, um dia... Talvez a gente se encontre...

Talvez a gente encontre explicação para tudo isso... talvez...

Burrice pensar nela agora; burrice pensar em um ato que não poderia ser desfeito.

O destino do caipira estava entregue à própria sorte.

#

As malas já estavam prontas, o táxi já fora chamado.

Carol Edwards se encaminhava para sua casa, para o feriado de Dia de Ação de Graças, que agora se tornara vazio e triste.

Não sabia se deveria visitar Daryl... Não sabia se deveria nunca mais procurá-lo...

Seus pensamentos estavam em desordem total.

O carro que a levaria de encontro à mulher que mentira para ela e a fizera sofrer sem notícias, se aproximava cada vez mais da mesma.

Mãe...

Era justo poupá-la caso pensasse que tudo que fizera fora por amor e preservação, mas as mentiras eram absurdas e dolorosas.

Poderia ter voltado com Daryl à semanas, caso tivesse dito a verdade...

E sem mais nem menos, Carol informa ao taxista um novo destino.

Faria o que precisasse para fazer com que o tempo perdido compensasse agora.

#

O desânimo e a sensação familiar de depressão abatiam o coração do caçador.

Já não se alimentava, não dormia, não se movia. Apenas encarava o teto, perdido em pensamentos.

O delegado fora diversas vezes perguntar-lhe sobre como estavam as coisas, mas Daryl mal notara sua presença.

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...

Ao que parecia ser a hora exata do almoço de Ação de Graças, o delegado tenta chamá-lo mais uma vez.

— Você tem visitas. — Ele anuncia. — Deixo entrar?

Não quero receber ninguém.

Só quero Carol...

— Ora, mas ele vai querer me ver sim. — Uma voz irrompe do corredor, despertando a atenção de Daryl totalmente.

Não... Não pode ser real.

O caipira apenas assente com a cabeça para o homenzarrão à sua frente.

Carol se mostra visível para Daryl através das grades.

Seu rosto estava inexpressivo.

A vontade do caipira era arrancar as malditas grades e abraçá-la e pedir perdão.

— Você veio. — Ele diz, com a voz rouca.

— Eu precisava. — Ela assente com a cabeça.