Não consigo deixar de te amar.

I Really Care. — Really Don't Care


>> Música indicada pela autora.

O abraço de Daryl era acolhedor e sincero, Carol podia sentir isso.

O homem estava visivelmente nervoso, e a apertava com força sob si. Nenhum dos dois sentia necessidade de se separar daquele abraço aconchegante e maravilhoso.

Carol respirava fundo no pescoço do caipira, molhando-o com suas lágrimas; o rosto do mesmo estava escondido por entre os cabelos dela, apreciando o aroma ao qual sentira tantas saudades.

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Após longos minutos, eles sentem que está na hora de afrouxarem o abraço, e encarar os problemas. Daryl fez menção de falar algo, e Carol aguarda, silenciosamente.

— Carol... Aquela casa não é a mais a mesma... — Ele engole em seco. — Sinto falta do amor que eu perdi...

O caipira se surpreendeu com a certeza que ultrapassava aquelas palavras, e também sentiu medo; colocara as ‘cartas na mesa’ por assim dizer.

Carol Edwards não estava disposta a se render tão fácil. As feridas em seu coração a atormentavam vividamente. Porém, os olhos de Daryl... Seus lábios... A faziam esquecer de tudo.

— Você não perdeu amor nenhum... — Ela sussurra, quase inaudivelmente.

O coração de Daryl Dixon falha em uma batida.

— O quê?

— Você não me perdeu... ainda. — Ela diz, com muita certeza no olhar.

O caipira sentia vontade de beijá-la, ali naquele instante; aqueles lábios o chamavam, com uma atração muito poderosa, mas ele não tinha coragem o suficiente. Não para isso.

— Eu não consigo esquecer você... Que droga, Daryl... — Ela suspira, irritada, mas com um leve sorriso.

A emoção daquele momento fez as lágrimas que já ameaçavam Daryl outrora, se derramarem livremente.

— Tem sido difícil. — O caipira não olhava para os radiantes olhos azuis de Carol. — Mulher, você mexe comigo. — Ele completa, com a voz rouca.

— Venha cá. — Ela o abraça, desta vez tomando a iniciativa.

Oh, droga... Não saia nunca mais dos meus braços... — Daryl suplica, em seus pensamentos silenciosos.

Não me deixe ir... Não me deixe ir mais uma vez, Daryl... — Carol implora, mergulhando nos braços seguros de seu Daryl Dixon.

Ele sentia que o verdadeiro amor só podia ser encontrado ali, com ela. O desejo e a felicidade era tão leves, que o homem sentia que estava no espaço, voando em um céu azul direto para o infinito.

Carol — que há muito ansiava por ver Daryl novamente, sempre perguntando do mesmo para sua mãe e recebendo sempre mentiras — sentia como se aquele momento recompensasse todo o sofrimento dos últimos meses.

Quem nunca tivera o privilégio de amar, nunca entenderia os pensamentos que marcaram aquela noite.

O abraço é interrompido por Carol, e a mesma entrelaça suas mãos nas dele.

Estou pronta para fazer isso.

— Eu vi Axel... Ele perguntou de você. — Ela diz, segurando forte as mãos entrelaçadas.

Daryl se aflige.

— Eu não... Eu não o procurei mais.. Eu... — Sua fala é carregada de defesa. — Eu não quero isso nunca mais...

— Eu acredito em você. — Ela o interrompe, colocando seus dedos suavemente nos lábios dele, silenciando-o.

Daryl respira fundo, dizendo a si mesmo para se acalmar.

— Você acha que eu sou o cara errado pra você? — Ele pergunta, em voz baixa. — Sua mãe sempre disse que... Você escolheu o cara errado.

— Não. — Ela responde, com uma certeza surpreendente. — Não, Daryl. Você não sabe...

— Sabe... Você deveria ter escolhido aquele cara... Que sua mãe lhe apresentou. — Daryl a interrompe, desenterrando um assunto que há muito o incomodava.

— Eu nunca tive tanta certeza do que eu queria para minha vida, quando escolhi me casar com você. — Suas mãos seguravam o rosto de Daryl agora, fazendo-o olhar para ela. — Mesmo que as estrelas e a lua colidam, eu nunca vou esquecer você.

As mãos do homem vão de encontro ao queixo de Carol, trazendo seu rosto para perto de si.

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— Você pode ter falhado, Daryl... Mas isso não diminui o que tivemos.

A jovem havia deixado para trás toda a mágoa, e para ela estava mais do que na hora. Daryl merecia aquilo; ela merecia ser feliz novamente.

Janine podia pegar suas palavras e todas suas mentiras, e engoli-las.

Por mais que palavras bonitas — e acima de tudo, verdadeiras — fossem ditas, o casal sabia que havia muito com o que se preocupar; questões mal resolvidas, as cartas nunca entregues de Daryl, as mentiras de Janine, e o que Carol escolhera para sua vida.

— Você mexe comigo, Dixon. — Ela sussurra para ele.

Os dois sorriem instantaneamente, e Carol beija delicadamente a bochecha de seu grande amor.

O homem ansiava poder virar o rosto e roubar um beijo da doce amada, mas sabia que o momento da reconciliação não era suficientemente adequado para um passo como este, então, simplesmente aceitou de bom grado o carinho, fechando seus olhos e sentindo mais uma vez os lábios macios sob sua pele.

Entrelaçaram as mãos novamente, sorrindo, e sentaram-se nas escadarias de mármore que formavam a bela entrada do evento.

A brisa estava fria agora, e castigava um pouco os braços nus de Carol; Daryl não sabia muito bem o que exatamente tinha a liberdade de fazer, mas a aninhou em seus braços, protegendo-a do frio.

— O que será de nós daqui pra frente? — Ela pergunta, preocupada.

O homem pensa, por um momento.

— Eu não sei, Carol. — Ele responde, aflito. — Deveríamos procurar a bruxa velh... — Ele para, ao receber um olhar severo de Carol. — Deveríamos procurar sua mãe, e esclarecer tudo.

— Sim, deveríamos. — O coração da jovem se acelera, ao pensar em tal possibilidade. — E depois?

Daryl faz uma careta.

— Se formos feito para ficarmos juntos, o destino dirá. — Ele responde sabiamente, segurando o sorriso.

— Isso não é coisa sua. Onde você leu isso? — Ela ri, esquecendo os assuntos desconfortáveis.

— Joseph.

— Oh. — Ela se preocupa. — Você foi procurá-lo? Ele está bem?

— Está vivendo na rua, mas está bem, diz ele. — Perdeu tudo, mas me aconselhou a não deixar você ir também.

O silêncio se abrange, e Carol pensa no assunto.

— Daryl... Esse tempo todo... Eu não quero que pense que não me importei...

— Não quero que pense assim. — Ele responde, bruscamente, querendo afastar o pensamento doloroso.

Sem pensar, Daryl beija-lhe os cabelos macios, tranquilizando-a.

A música Thank you for loving me, de Bon Jovi, chega aos ouvidos do casal abraçado que está sentado sob a escadaria de mármore, e sem qualquer desconforto, apreciam a melodia e o momento que tanto ansiaram durante tantos meses.

Daryl não acreditava que à algumas noites atrás ficava acordado até tarde, escrevendo para ela.

Ela não precisa saber disto agora, não merece ser pressionada neste momento. — Sua consciência o aconselhava.

Nesta noite não havia Janine, não havia Axel nem qualquer outro obstáculo para impedir o amor que irradiava daquelas almas apaixonadas.