Carol Edwards sentiu como se seu coração fosse pular para fora do peito. Um misto de alívio e confusão por ver Daryl Dixon outra vez tomou conta de seus sentimentos e emoções.

Seus olhos focavam apenas seu homem; ligeiramente curvado e tímido.

Ela jamais pensara que o encontraria justamente ali, naquele lugar e naquele instante.

Não sabia se deveria levantar daquela mesa, deixar tudo para trás e tocá-lo, ou simplesmente esquecer que o vira.

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O tempo se esgotava, e rapidamente Daryl chegaria à portaria; Carol receava nunca mais ter uma oportunidade como esta.

— Então é ele? — Andrea lhe pergunta, tímida.

Carol apenas assente com a cabeça, nervosa.

Seus olhos alternam entre a portaria e a figura que se aproximava dela.

Ir atrás dele ou esquecer? A dúvida a corroía por dentro.

Não seja covarde, Edwards.— Ela disse a si mesma.

Carol respira fundo, e diz nervosamente à Andrea:

— Se me der licença... — Ela se afasta rapidamente da mesa, antes que a coragem a abandone.

Disfarçadamente caminha até a portaria, mas fazendo um caminho diferente do de Daryl, para chegar antes do caipira.

A jovem dama alcança a entrada do lugar, e olha ansiosamente para a sombra que caminha em sua direção.

Suas pernas estão bambas; seu coração está batendo absurdamente forte e suas mãos estão geladas.

Oh meus Deus...

O rosto do Dixon entra em seu campo de visão e Carol prende a respiração.

No momento em que os olhos do caipira registram a ex mulher à sua frente, ele se desespera.

A dor é vista claramente em sua expressão; a angústia o atormentando a cada batida desenfreada de seu coração.

— Daryl... — Ela chama seu nome timidamente, olhando para o chão, incapaz de olhá-lo nos olhos.

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Puta merda. Eu não acredito que ela tá aqui.

Daryl não registrava mais nada a seu redor; seus olhos eram só Carol.

Seu mundo era só Carol.

Sua voz era incapaz de sair; ele não conseguia sequer formar um pensamento plausível, quem dirá uma frase.

O que mais lhe doía, era estar tão perto com tanto a dizer, e simplesmente não conseguir se expressar.

O caipira desejava poder dizer-lhe que era apenas ele e que ela não precisava de toda essa proteção sentimental.

Como soldados feridos precisando de tratamento em um guerra. — Era exatamente assim que o Dixon se sentia em relação a seu coração.

Suas mãos estavam inativas, e tudo que ele desejava era poder tocar-lhe.

Todos os dias minha alma passa longe do que é estar bem. Tem que ter uma segunda chance, Carol. Por favor.

Ele suplicava para que seu olhar desse a entender a ela de que era isso que ele queria, mas seus olhos estavam tão confusos quanto os dela.

— Carol... eu... — Ele se cala, ao ver o vestígio de esperança nos olhos da amada.

O que aquele olhar queria dizer? Era como uma criança esperando os pais dizerem um ‘sim’ em resposta a um pedido especial.

Ela queria um pedido de perdão?

Agora? Nem fodendo. — Seu lado teimoso e nervoso o alfinetava.

Aquele encontro era embaraçoso demais; nada daquilo era para estar acontecendo, por mais que fosse a vontade de Daryl e Carol.

Nada poderia ser dito. As mágoas estavam colocadas contra ambos agora.

— Eu preciso ir... — Ele emite, desesperado para sair dali.

Carol segura em sua mão.

O tempo parecia ter parado no momento em que se tocaram outra vez, e no Universo inteiro parecia que só havia o coração dos dois batendo fervorosamente.

— Você não pode ir, Daryl. — Ela sussurra, com os olhos marejados de lágrimas.

Ao ouvir tais palavras, o coração petrificado e sofrido do caipira derrete completamente.

Quando foi que você ficou tão maricas, Dixon?

— Por que não? — Ele responde, de costas para ela. — Você já tem...

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Carol aguarda pacientemente o homem terminar.

— Tenho o quê? — Nenhuma resposta. — Olhe para mim!

— Você já tem outro macho! — Ele a acusa, incapaz de se controlar.

As palavras surpreendem a mulher.

— Daryl... eu não tenho ninguém! — Ela responde, virando o corpo do caipira para poder ver sua expressão insondável.

Janine estava mentindo. Janine estava mentindo. Janine estava mentindo.

Completamente sem fala, o olhar do Dixon era de interrogação.

Carol balança a cabeça e vira as costas para o caipira, caminhando para longe.

Daryl percebeu que seu acesso de loucura não agradou nada, a mais jovem.

— Não vá. — Ele suplica, segurando em seu braço, delicadamente.

— Você não foi atrás de mim! Não teve a consideração de me enviar nem um pedido de desculpas! — Ela dispara, agora com as lágrimas correndo livremente por suas bochechas.

O caipira faz uma careta, ao vê-la em agonia.

— Eu mandei dezenas de cartas pra você! Dezenas de cartas com mais que uma porra de um pedido de desculpas! — Ele vocifera, agora com o rosto muito próximo ao da amada.

— Eu não recebi nenhuma! — Ela reclama.

As pessoas já estavam começando a olhá-los.

— Fui até a sua casa. — Ele sussurra.

— O quê? — Ela responde, chocada.

— Eu fui até lá... Sua mãe disse que... Você... — Ele hesita. — Ah, não importa.

Instantaneamente, os dois corpos se aproximam, os olhos hipnotizados pelo olhar do outro.

Daryl está impossibilitado de falar; a confusão de sentimentos dentro de si o impede de demonstrar qualquer reação.

— Diga, Daryl.

— Ela disse que... Você já tinha... Outra pessoa... — Ele admite.

— E você se importa com isso? — Ela pergunta, pressionando-o.

A pergunta o surpreende.

Mostre para ela que você é um homem de verdade.

Diga a verdade! — Sua consciência lhe alertava.

Porém, o lado orgulhoso do homem o fez recuar. Ele estava cansado de sofrer, de ser o capacho de todos, de ser o brinquedo.

O que ganharia em admitir a verdade?

O amor de Carol de volta? Talvez.

Mas e se ela já o esquecera? Ele só faria papel de bobo.

— Não. — Daryl finalmente responde.

A mentira era tão grande, que sua expressão denunciou na mesma hora a farsa.

— Eu já imaginava. — Carol dispara.

Os dois ficam por alguns segundos apenas olhando um para o outro, perdidos em pensamentos.

— Preciso mesmo ir. — Ele declara, olhando para além de Carol.

Rapidamente, seus pés o levam para o ar frio da noite, longe de toda a música.

— Vá, fuja! Faça como sempre fez! — Carol grita, seguindo-o.

— Eu não fujo de nada! — Ele se vira em direção à ela, enfurecido. — Eu saí daquelas malditas apostas esperando que você voltasse!

A confissão apanha a mulher e até mesmo o caipira de surpresa.

— Oh... Eu não sabia...

Daryl fecha a cara, e cruza os braços para esconder as mãos trêmulas.

— Me desculpe. — Ela murmura, baixinho.

Não se renda...

O pequeno corpo da doce Dixon está a menos de vinte centímetros do corpo de Daryl.

O caipira descruza os braços e engole em seco, nervoso.

— Eu só queria que... — Sua voz sai rouca.

Carol consegue sorrir, e sussurra:

— Diga. Não tenha medo.

Silêncio.

Dane-se.

Seu corpo avança para cima do corpo dela, e a abraça com toda a força que consegue.

O cheiro de roupa limpa e o perfume maravilhoso da amada o faz esquecer todos seus anseios instantaneamente.

Só por hoje, podiam esquecer seus problemas.

Só por hoje, poderiam esquecer da separação.

Só por hoje podiam se entregar ao sentimento e dizimar a saudade e a dor que guardavam em seus respectivos corações.