Our love is like a song

Capítulo 14 - Oceano


"Enfim, de tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
"

Oceano - Djavan

~~

Lá estava eu, indo me despedir dele no aeroporto. E eu devia estar feliz por Marco, claro, mas... A ideia de ficar longe dele, a ideia de estarmos separados por um oceano, a ideia de ele encontrar alguém melhor lá fora, a ideia de ele esquecer de mim...

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'Você tá bem quieto, o que foi?' balancei a cabeça e continuei segurando sua mão. 'Jean... Eu te conheço, vai... Se não eu vou viajar preocupado.'

'Não é nada... Eu só...' mordi o lábio inferior e olhei pra ele. 'Promete que você vai me ligar por Skype pelo menos uma vez por semana? E que você vai sempre me contar as coisas? E que se você conhecer outra pessoa...' desviei o olhar, ele riu. 'Você vai me falar antes de ficar com quem quer que seja?'

'A gente já discutiu tudo isso, Jean. Eu não vou trair você, eu não vou esquecer de você, eu vou ligar todo dia se eu puder.' ele levou uma de suas mãos ao meu rosto, acariciou minha bochecha direita e me deu um selinho. 'Eu também to com medo, meu amor, mas é só por um ano.'

'Não é um ano...' fiz biquinho, emburrado, o que o fez rir novamente. 'E eu já disse que eu to te dando passe livre, só quero saber antes... Você tá indo pra Florença, afinal, deve ter algum italiano gato por lá...'

'Prefiro um mestiço de francês com alemão.' ele conseguiu me fazer sorrir. 'Você tem que relaxar um pouco, tá? Não quero que você fique se sentindo mal ou inseguro, tá bom? Eu te amo.'

'Eu também.' encostamos nossas testas, fechei meus olhos, aproveitando cada segundo com ele. Havíamos passado a noite juntos e cada marca em nossos corpos me fazia sentir mais segurança. 'Eu devia ter me inscrito pra essa prova idiota...'

'Devia mesmo.' ouvi sua risada e sorri, mas meu coração estava apertado. 'Qualquer coisa você vai nadando até a Europa, o que você acha?' rimos juntos, ele era muito tonto. Chamaram os passageiros de seu voo. O beijei, ele retribuiu brevemente, mas com o mesmo desespero que eu. 'Preciso ir, Jean. Se eu perder esse voo eu me ferro.' eu assenti. Levantamos e nos abraçamos. Depois ele foi até sua família e se despediu deles, sua mãe chorava um pouco. 'Ah, mãe, você tá até parecendo o Jean!' zombou, nós todos rimos.

'Falou aí, cara, ela tá chorando de alegria porque você vai embora.' ele meu um soco leve em meu ombro com a brincadeira, pegou suas malas e foi embora.

"É só um ano." repetia em minha cabeça, insistindo que passaria rápido. Um ano inteiro sem Marco. Aquilo seria difícil, eu era muito dependente do meu namorado, mas eu não havia, em momento algum, pedido que ele ficasse. Não seria justo. "É só um ano."

Um ano... Meu coração apertou assim que saí do aeroporto. Um ano.