Não estou acreditando no que eu estou vendo, é isso mesmo? Stefan e Katherine vão ir com a gente? Já basta o que aconteceu hoje de manhã, vou ter que aguentar os dois até no cinema?

Aproximo-me do carro, chego perto da janela onde está Damon.

–Sério isso? Pensei que iria só eu e você – digo.

–Foi de ultima hora, pensei que seria legal.

–Tá de brincadeira? Damon você viu tudo o que eu passei hoje com esses dois e ainda faz isso?! – dou as costas, mas sinto as mãos fortes de Stefan me segurando pelo o pulso, viro-me para ele o vejo em pé olhando para mim.

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–Fui eu, fui eu quem propôs isto tudo – diz ele.

–Para o que? Gritar comigo novamente, defender a sua namoradinha ou me ignorar? Me diga o motivo de tudo isso!

–É... Que... – ele gagueja.

–Desembucha!

–Eu queria que todos nós virássemos amigos.

Dou uma risada.

–Aé? Mas que pena que não quero participar disso – dou as costas, mas ele aperta meu pulso.

–Por favor, vai ser só um cinema e um jantar – diz ele. Olho para ele e ficamos nos encarando.

–Elena, eu te imploro – diz Damon.

Sei que vou me arrepender, mas minha vida já está uma merda, tem como ficar pior?

–Tá – solto minha mão de Stefan, dou a volta no carro e entro ao lado do motorista.

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Entramos na sala de cinema, Damon entra em uma fileira e senta em uma cadeira, vou atrás dele e sento ao seu lado, mas para piorar as coisas Stefan senta-se ao meu lado, e Katherine ao lado dele.

O filme começa, mas não consigo prestar atenção, porque eu percebo que Stefan está me olhando, viro a cabeça lentamente em sua direção, mas ele vira para o telão, como se não estivesse me olhando. Isto aconteceu durante o filme inteiro, então não sei nem oque aconteceu no filme.

Acaba o filme, saímos da sala.

–Nossa eu amei esse filme – diz Katherine.

–Também gostei muito – diz Damon.

Eu e Stefan ficamos calados, afinal nenhum dos dois prestou atenção.

–O que achou do filme Lena? – pergunta Damon colocando seu braço em volta do meu pescoço.

–Achei bem legal – digo.

–Vamos comer aonde? – pergunta Katherine.

–No Mystic Grill – diz Stefan.

Saímos do cinema e vamos ao Mystic Grill. Entramos e escolhemos uma mesa, eu e Damon sentamos lado a lado, e Stefan e Katherine sentam a nossa frente.

–Olá, o que vão querer? – pergunta a garçonete.

Damon e Katherine fazem seus pedidos.

–O que vai querer? – pergunta Damon para mim.

–O que eu sempre como.

Ele faz uma cara de desentendido.

–Damon, o prato que eu sempre como quando eu saio para jantar.

–Desculpe, mas eu não sei.

Como ele não sabe?! Namoramos meses e ele não sabe o que eu sempre peço nos restaurantes?

–Ela quer lasanha e Coca-Cola – diz Stefan.

Todos na mesa olham para ele, inclusive eu. Como é que ele sabe?

Lembro-me de quando nós estávamos na viagem, estávamos sentados na areia da praia, e cada um estava contando seus gostos, e eu disse para ele que sempre que eu saia para jantar eu sempre pedia lasanha e coca cola. Meu Deus como ele se lembra?!

–Desculpe, eu não... – interrompo-o.

–É isso mesmo – digo olhando para ele – eu quero uma lasanha e coca cola.

–Ok, lasanha e Coca-Cola – diz a garçonete anotando o pedido – e o senhor? – ela pergunta ao Stefan.

–Acredito que seja macarronada – digo sorrindo para ele.

Ele sorri de volta.

–Eu quero uma macarronada – diz ele olhando sorridente para mim.

–Tudo bem, algo mais?

–Não – diz Damon.

A garçonete sai.

–O que foi isso? – pergunta Katherine.

–Isso o que? – diz Stefan.

–Isso tudo! Sorrisinhos, um adivinhando o que outro queria – diz Damon.

–Não foi nada, ele só sabia o que eu sempre pedia, porque eu disse a ele, isso era uma coisa que você deveria saber – digo olhando para o Damon.

–Desculpa, mas eu não me... – ele é interrompido.

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–Olha Elena, se você está querendo voltar com Stefan fazendo isso, está errada! – grita Katherine.

Reviro os olhos.

–Katherine menos, por favor – diz Stefan.

–Não tem menos! Stef ela está dando em cima de você, será que você não percebe? – “Stef”? Sério que ela o chama desse jeito? Ai que ódio! Sem falar na voz de vadia que ela acabou de fazer!

–Olha já chega! – levanto-me – vou ao banheiro – ando pelo o restaurante, até encontrar o banheiro. Entro e fico de frente ao espelho, suspiro, tento me acalmar, porque a vontade de bater nela é enorme!

Retoco o batom e tento me acalmar novamente.

Stefan entra no banheiro, viro-me rapidamente para ele.

–O que está fazendo aqui?

–Eu preciso falar com você.

–Tá, estou escutando.

–Eu disse a você que eu que quis fazer esse encontro duplo, certo?

–Sim, mas não é um encontro.

–E eu disse que eu queria isso para todos nós virar amigos – ele para e suspira.

–Tá, prossiga.

–Eu menti.

–Como assim?

Ele engole seco.

–Eu vi o Damon se arrumando, então eu perguntei com quem ele ia sair, e ele disse que seria com você, então imaginei que essa seria uma ótima oportunidade para vocês voltarem... – interrompo-o.

–Mas não é.

–Fiquei com ciúmes, não queria vê-la com ele por causa de duas coisas: primeiro porque ele não te merece e segundo é que... – ele para e olha para o chão.

–Sim?

–Eu ainda te amo – ele olha para mim.

Engulo seco.

–Então tudo isso foi para você não deixar que eu e o Damon voltemos?

–Sim – ele se aproxima de mim – eu sei que eu não deveria ter feito isso, não fica brava, é que...

–Não estou brava, estou feliz – sorrio – por saber que você ainda sente algo por mim.

–Mas não é porque eu te ame – ele se aproxima mais, fazendo nossos corpos ficarem bem próximos um do outro – que eu não esteja magoado com você – ele envolve seu braço em minha cintura e me pressiona contra o seu corpo – mas não é porque eu esteja magoado com você, que eu não queira fazer isso – ele aproxima nossos rostos, meu corpo congela e meu coração acelera, e me beija. Ele desliza suas mãos em minhas costas, enquanto eu acaricio seu cabelo. Admito que senti falta desses beijos e toques, o jeito como ele me beija é com carinho e paixão, faz meu corpo arrepiar.

Ele afasta sua boca da minha e me olha nos olhos, com um olhar arrependido, ele coloca sua mão em meu rosto e o acaricia. Coloco minha mão sobre a sua.

–Senti falta disso – digo.

–Eu também, mas o que eu fiz foi errado.

–Ninguém é perfeito – sorrio.

Ele sorri e acaricia meu rosto novamente.

–Eu te amo Elena, mas não consigo ficar perto de você e não sentir a dor que você me causou, e que ainda causa.

Meus olhos se enchem de lágrimas.

–Me desculpa – digo.

Ele tira sua mão do meu rosto, dá as costas e sai do banheiro.

Essa frase foi a pior que ele já me disse, despedaçou o meu coração.

Seco as lágrimas e saio. Sento-me a mesa, vejo que todos já estão comendo.

–Você está bem? Demorou tanto – diz Damon.

–Eu estava esfriando a cabeça, para não me estressar com a Katherine e estragar a noite – digo.

Ela me olha com uma cara feia e eu faço o mesmo.

Durante o jantar eu e Stefan, ficávamos trocando olhares o tempo todo.

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–Chegamos – diz Damon me levando a porta da minha casa.

–Foi uma longa noite – digo.

–Pois é, espero que tenha gostado.

–Gostei – dou um sorriso forçado.

–Que bom – ele sorri.

–Boa noite – digo.

–Boa noite – ele se aproxima do meu rosto, mas o afasto.

–O que pensa que está fazendo?

–Pensei que queria que eu te beijasse.

–Por que pensou isso?

–Porque nós tivemos um encontro e eu sei que você ainda me ama.

–Damon, eu posso até te amar, mas isso não foi um encontro, e não era para você vir me beijar.

–Desculpe – diz arrependido.

–Boa noite – abro a porta e entro.