America & Maxon - Depois do casamento

2ª temporada - capítulo 9


Segundo dia na França.

Hoje teria o baile de despedida de Illéa. Os dias aqui foram poucos, mas ótimos na companhia de May, Daphne e minha mãe, Magda. Suzanna, que descobri ter vindo conosco ontem, estava tirando a minha medida junto com outra criada, a Charlote.

– Eu engordei muito? - perguntei lamentando.

– Não senhora. Apenas o ideal para quatro meses e meio de gravidez – disse Suzanna simpaticamente, mas me deixando um pouco perplexa.

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– E quanto seria o ideal Suzanna? - perguntei quase chorando.

– Hummm, quer mesmo saber? - perguntou e eu assenti. - Apenas uns seis quilos.

– Apenas? - perguntei com os olhos marejando. - Estou uma baleia, meu marido nem vai me querer mais.

E quando eu menos espero, Maxon entra com um sorrisinho de tirar o fôlego.

– Licença – Suzanna e Charlote disseram se retirando.

Joguei-me na cama e escondi meu rosto no travesseiro. Senti Maxon se deitando ao meu lado e fazer carinho em meus cabelos, mas ai eu lembrei que eu estava super gorda e deixei uma lágrima escapar.

– Ei! - Maxon me chamou enquanto limpava a minha lágrima. - Você anda muito emotiva, sabe? - ri.

– Já me falaram isso hoje – disse me lembrando de May, que não estava gorda que nem eu.

– E por que esse choro? - perguntou enquanto passava a mão delicadamente na maçã do meu rosto.

– Olhe para mim – pedi e ele me olhou da cabeça aos pés.

– O que tem? Continua a mesma America linda de sempre – Maxon disse, me fazendo sorrir.

– Você está falando isso só para eu me sentir melhor, mas eu sei que todo mundo está achando a mesma coisa que eu. Eu estou uma baleia, olha o tamanho das minhas bochechas e das minhas coxas – pedi, à beira de chorar novamente. - Você nem vai me querer mais.

– O que? - Maxon perguntou confuso e divertido.

– Isso mesmo. Você entendeu, não me faça repetir! – disse com os olhos marejando e fazendo bico. Estava parecendo meus filhos, definitivamente.

– Meu amor, – Maxon começou – eu vou te querer até quando você estiver bem velhinha, cheia de rugas e com os cabelos brancos. Aliás, você está muito gostosa desse jeito – ele disse rindo.

Sorri em meio às lágrimas e lhe dei um beijo com gosto salgado. Maxon ficou por cima de mim, de forma que não deixasse seu peso me esmagar e começou a beijar meu pescoço. Àquela altura, eu já não me lembrava de se eu estava gorda ou magra, eu só me importava com Maxon. Aproveitei o momento e tirei o blazer de Maxon, afrouxando sua gravata, enquanto ele desabotoava meu vestido.

– Você já não avisou para Marlee sobre esses malditos botões? – Maxon perguntou bufando, enquanto tinha um sorisso torto no rosto.

– Às vezes é bom variar, meu bem – disse ficando por cima dele e começando a desabotoar os botões.

– Acho que a coisa mais difícil do que planejar guerras, o que eu ainda sou péssimo, é desabotoar botões dos seus vestidos nessas horas, sabe? – perguntou e eu ri, enquanto desabotoava os últimos botões.

– Que dramatizador – disse, enquanto ele puxava o meu vestido para cima e contemplava o meu corpo a mostra.

– Eu te amo – sussurrou antes de começar mais uma série de beijos.

***

Saíamos do banheiro depois de um longo e relaxante banho, quando demos de cara com figuras perplexas nos olhando. Olhei para Maxon com os olhos arregalados e ele me olhava do mesmo jeito. Apertei ainda mais o meu roupão com o desespero e Maxon fez o mesmo.

– Oi mamãe e papai – Amberly disse como se fossemos crianças incapazes de entender o que ela disse.

– Oi queridos – disse depois de pigarrear, tentando não gaguejar. – Estão aqui à quanto tempo? – perguntei tentando soar despreocupada.

– Chegamos agora, mas nos assustamos com a porta do banheiro sendo aberta – Cameron respondeu sorrindo despreocupado.

Olhei para Maxon e o mesmo tinha relaxado o corpo, deixando os ombros caídos, como se tivesse aliviado. Sorri minimamente e também relaxei os músculos.

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– Tudo bem. O que acham de ir para o quarto de vocês e de daqui a pouco nós irmos lá? – perguntei sorrindo.

– Já estamos indo – Amberly respondeu analisando Maxon. – Você está bem, papai?

– Hum, estou querida – respondeu visivelmente confuso.

– Vamos Ambe? - Cameron perguntou e foi ai que eu analisei minimamente Amberly.

Seus cabelos já não tão vermelhos batiam na cintura e suas sardas diminuíam bastante, enquanto o cabelo de Cameron se transformava em um castanho bem claro, o seu loiro reluzente não existia mais. Olhei para eles até que atravessassem a porta.

– Ai, Deus! – exclamou Maxon se jogando na cama. – Imagina se eles perguntassem alguma coisa?

– Não fique assim tão alegre. Logo virão perguntas do tipo “de onde vem os bebês?” – disse rindo, enquanto me dirigia para o closet.

– Não estou preparado psicologicamente para esse tipo de coisa – Maxon disse rindo.

– Nem eu, mas a lei da vida é essa. Só vivendo para se aprender – disse sorrindo divertidamente.

– Você tem razão – Maxon disse sorrindo.

Peguei meu vestido verde longo, que possuia um decote “V” comportado. Coloquei primeiro uma lingerie branca rendada, que não aparecia no decote e depois vesti o vestido, que era realmente maravilhoso. Calcei um salto nude, bem alto para o meu gosto, e coloquei algumas joias básicas. Saí do closet e encontrei Maxon ainda apenas de cueca box. Imaginem os meus pensamentos em uma hora dessas... O olhei dos pés a cabeça e da cabeça aos pés, antes de voltar ao meu destino, que era até o espelho da penteadeira.

– Você está linda – Maxon declarou me olhando sorrindo.

– Você está ainda mais – disse o olhando através do espelho, a tempo de o ver começar a caminhar até mim.

– Eu te amo – sussurou antes de me beijar.

– Eu te amo mais – sussurei sorrindo entre o beijo.

A porta se abriu e apareceu uma Amberly nos olhando desesperada. Separamo-nos em tempo recorde e Maxon se jogou para trás de mim por estar com falta de roupa.

– Cameron caiu – gritou nos assustando.

– Ai, meu Deus – nós dissemos em uníssono, saindo correndo.

– Onde? – perguntei e foi ai que eu o vi.

Corri até ele, com Maxon ao meu lado e vi que ele estava chorando baixinho com o joelho ralado, já que se encontrava de bermuda jeans.

– Ai, meu amor – disse lhe abraçando e afagando seus cabelos. – Maxon, você está de cueca, já percebeu? – sussurei para que apenas ele escutasse.

Ele corou levemente e saiu em disparada para o quarto. Ri baixinho e voltei a acariciar Cameron.

– Sabe o que vamos fazer para sarar rapidinho? – perguntei e ele negou, ainda chorando. – Vamos fazer um curativo bem bonitinho, depois a mamãe vai dar um beijinho e aí você nem vai sentir mais dor – disse me levantando com ele no colo.

Não era nada fácil estar com uma barriga consideravelmente grande e carregar um menino grande e que ainda por cima estava me deixando desesperada, já que estava chorando.

– Calma meu amor, vai sarar rapidinho – disse lhe sentando na cama dele.

Peguei o kit de primeiro socorros dentro da bolsa dele e me sentei ao seu lado, colocando sua perninha em meu colo. Estava um corte médio, mas que deveria estar doendo. Limpei com água oxigenada, fazendo o chorar ainda mais. Passei mertiolate e por último, coloquei um esparadrapo dos Homem-Aranha, que ele sorriu ao ver. Dei um beijinho e ele, finalmente, parou de chorar.

– Obrigado mamãe – ele disse me dando um abraço de urso.

– De nada meu amor, mas acho que você tem que arrumar agora. Charlote já o espera no banheiro – disse me levantando e lhe dando um beijinho na testa.

– Tudo bem. Tchau mamãe – ele disse e me deu um beijinho antes de andar manco até o banheiro.

Levantei-me da cama com dificuldade e fui de volta para o quatro. Maxon, já arrumado, andava de um lado para o outro. Cheguei perto dele, o suficiente para que fosse notada.

– Como ele está? – perguntou evidentemente preocupado.

– Calma meu amor – disse sorrindo. – Ele está bem! Nada que um beijinho de mãe não funcionasse.

– Minha mãe fazia isso sempre que eu me machucava – ele disse fitando o infinito.

– Você ainda sente muita falta dela? – perguntei pegando em suas mãos.

– Todos os dias – ele respondeu com os olhos marejados.

– Eu também ainda sinto falta dela – disse sorrindo em meio algumas lágrimas que desciam sem a minha permissão. – E do meu pai também, ele me faz tanta falta – completei baixinho e senti as lágrimas aumentarem.

– Tenho certeza que eles estão bem felizes de onde estiverem com os netinhos, até mesmo meu pai – ele disse me abraçando forte, mas delicado.

– Eu te amo – sussurrei afundando a cabeça em seu pescoço.

– Eu também te amo muito – ele disse beijando o topo da minha cabeça.

Beijamos-nos e voltamos a nos arrumar. Arrumei o meu cabelo em um coque bem alto e elaborado, coloquei uma coroa de diamantes que tinha ganhado de Maxon no natal do ano passado e passei uma maquiagem simples: sombra dourada, delineador, rímel, batom nude e blush.

– Estou pronta – disse para Maxon, que estava sentado, fitando o nada.

– Hum? – Maxon perguntou confuso.

– Eu disse que eu estou pronta – disse rindo fraco.

Olhou-me dos pés a cabeça e da cabeça aos pés. Sorriu de lado e levantou, caminhando até mim. Olhou-me com os olhos penetrantes e me beijou apaixonadamente, antes de pegar na minha mão e dar uma voltinha.

– Você está maravilhosa, ainda mais com essa barriga – Maxon disse e em um gesto super fofo, beijou a minha barriga.

– Obrigada – disse sorrindo.

– Por nada minha querida – ele disse e eu revirei os olhos rindo. Nunca perde essa mania!

Saímos pela porta de mãos dadas e fomos até o quarto das crianças, onde Charlote acabava de arrumar os cabelos de Amberly.

– Majestades – Charlote disse fazendo uma reverência rápida e desajeitada.

– Não precisa disso enquanto tivermos a sós – disse sorrindo.

– É verdade – Maxon concordou sorrindo e me puxando pela cintura.

Esperamos Charlote terminar o cabelo de Amber sem pressa, até que ela estava pronta com uma trança escama de peixe e uma coroa que eu tinha lhe dado.

– Você está maravilhosa meu amor. Obrigada Charlote – disse sorrindo.

– Por nada majestade. Com licença – disse fazendo uma reverência sorrindo e se retirando em seguida.

Essa mania excessiva dos funcionários fazerem reverências me irritava profundamente. Bufei internamente e voltei minha atenção para a conversa de todos.

– Você é a mais bela princesa que já existiu, sabia? – Maxon perguntou para Amber, que sorria como nunca.

– Mas e a mamãe? – ela perguntou baixinho para Maxon, enquanto ria.

– Sua mamãe é a rainha mais linda que já existiu – ele disse sorrindo.

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– Mas e quando a mamãe era uma princesa linda e desajeitada? – perguntou rindo.

– Sua mamãe nunca foi uma princesa, mas um dia você entenderá. Sua mamãe, assim que nos casamos, se tornou a mais maravilhosa e desajeitada rainha desse universo – ele disse e eu sorri que nem boba.

– Ainda não entendi a parte do desajeitada, mas muito obrigada pelos elogios, meus amores – disse sorrindo que nem boba alegre.

– Hum, a parte do desajeitada depois eu te explico – Maxon disse dando um sorrisinho malicioso que passaria impercebível se eu não fosse sua mulher.

– Safado – sibilei rindo.

– Mamãe! Como você está linda – Cameron disse saindo do closet todo pomposo.

– Obrigada meu amor. Você também está um gatinho – disse rindo fraco, enquanto o abraçava.

– Gatinho? – ele perguntou confuso e rindo.

– Você entenderá quando crescer – disse lhe dando um beijinho na testa.

Levantei-me e chamei Maxon sorrindo, enquanto ele pegava Cameron no colo e me dava à mão. Cameron encostou a cabecinha no ombro de Maxon e fechou os olhos, enquanto Amberly ia feliz da vida de mãos dadas a mim.

Eu era uma pessoa feliz, mesmo que aos meus vinte e três anos eu tivesse três filhos. Eu era rainha, talvez isso fosse uma grande responsabilidade e mãe, o que exigia ainda mais responsabilidade de mim e Maxon.

A festa estava a todo vapor lá embaixo e minha mãe já estava animada por causa do exagero nos champanhes. Sentei-me ao lado de Maxon e minha mãe, enquanto as crianças brincavam com Elize.

E assim terminou mais um dia, daqueles que temos orgulho de dizer que foi um dos que poderemos colocar na lista de “melhores dias da minha vida”!