It's you!

Capítulo XLVII


John Smith

Clara dormia com a cabeça encostada ao ombro de John, eles ainda estavam no hospital mesmo já tendo se passado dois dias. Emily havia nascido prematura e Dr. Magnus queria get certeza que ela estava bem e que Mandy também estava saudável. Nesse momento Emily estava realizando alguns exames para finalmente elas podem receber alta.

John mantinha um copo de café perto dele. Já estava começando a ficar impaciente em relação ao segredo da gravidez de sua namorada. Será que Clara tinha um filho em algum canto por aí? Ele tentava se manter tran-quilo, repetindo sempre para si próprio que o melhor a se fazer era da um tempo a ela, no tempo certo ela contaria a ele o que quer que escon-desse por detrás daquele exame. Qual seria a história obscura por detrás de uma simples gravidez? Todos os pensamentos fizeram a cabeça de John doer, o inglês ficou de pé acordando Clara bruscamente. Ele massageou suas têmporas tentando afastar a dor.

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— Algum problema? — Clara perguntou.

John pensou em responder, mas estava tão irritado que resolveu optar pela verdade. Nunca foi conhecido por sua paciência.

— Eu estou cansado de esperar você me contar sobre a sua gravidez. É isso! Eu não durmo direito, não trabalho direito e nem como direito. Eu não aguento, eu preciso saber o que se passa, eu nem consigo te imaginar com bebê daquele monstro. Imagina: um monstrinho na sua barriga.

John se arrependeu instantaneamente do que disse ao ver o rosto de Clara ficar vermelho e seus punhos se mexeram com força. Ela ficou de pé e avançou na direção do moreno imprensando-o na parede.

— Nunca mais se atreva a falar dessa forma a respeito do meu bebê.

Barulhos de passos impediram John de falar alguma coisa. Clara virou-se e John repetiu o gesto. Mandy e Luther vinham, a irlandesa estava sentada em uma cadeira e um enfermeiro empurrava, Luther sorria como um idiota segurando um embrulho rosa nos braços.

— Teremos que comprar novas roupas. Nenhuma deu certo, acredita? Essa garota quis nascer cedo para me levar a falecia — Luther disse alheio ao clima que tinha entre Clara e John.

Mandy ficou de pé com a ajuda de uma mulher ruiva, John conhecia aqueles olhos verdes em qualquer lugar. Era Karen Baker, mãe de Luther, a mulher que tantas vezes socorreu ela das mãos de Robb. O moreno abraçou a mulher assim que ela estendeu seus braços. Karen era sua segunda mãe e assim como Cassandra nunca desistiu dele.

Todos seguiram para o carro, John havia conseguido emprestado com Carmem um carro de sete lugares, Luther ia dirigindo com John ao seu lado, Clara ia no banco na mala e Karen, Mandy e Emily iam no banco de trás.

— Ei, o que você fez com a Clara? — Mandy sussurrou para John assim que saíram de frente da maternidade.

— Chamei o bebê dela de monstrinho. — John confessou. Por que mentir? Talvez Mandy o ajudasse a sair daquela enrascada.

— Otário! — ou talvez não!

.

Clara Oswald

A morena finalizou o seu copo de água, já passava das dez horas da noite e John já estava no andar de cima. Clara estava chateada com ele, ela entendia perfeitamente bem o quão complicado deveria ser para ele tudo isso. Mas chamar o seu bebê de monstrinho? John podia ser seu namorado e ela poderia ama-lo mais que tudo, porém ela não aceitaria e nenhum lugar aquela sua atitude.
Clara abraçou o próprio corpo com os braços mesmo não sentindo frio, ela subiu as escadas demorando o máximo que podia, ela sabia que deveria contar a ele a verdadeira história nessa mesma noite ou ele iria explodir. O corredor tornou-se pequeno enquanto ela caminhava, ao chegar ao quarto a morena conseguiu visualizar o corpo de John na varanda.

Ele usava uma calça jeans e meias listradas, a luz tanto da lua quanto da rua batia em suas costas nua transformando-as em mais pálidas que de costume. Clara foi até ele parando ao seu lado, ela não comentou nada ao ver o cigarro sendo levado os seus lábios e a fumaça ser solta para longe dela.

— Eu tinha 18 anos.

John olhou-a apagado o cigarro instantaneamente.

— Robb quem me comprou o exame de gravidez. Ele ficou ao meu lado enquanto eu fazia e esperou pacientemente o resultado comigo. — Clara disse. — Eu estava fazendo faculdade na época, então nós dois ficamos apavorados. Não podíamos cuidar de uma criança. Robb resolveu mudar-se para Londres e nós alugamos um pequeno apartamento. Ele parou de usar drogas e tudo parecia perfeito.

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Clara parou. Podia ser uma história simples e não causaria lágrimas em mais ninguém que não fosse ela, as pessoas nunca realmente entenderia que aquele foi o momento em que perdeu Robb definitivamente e que se afastou de sua mãe para sempre.

— O que aconteceu? — John perguntou.

— Eu fiquei gripada e minha mãe veio para Londres. Ela resolveu passar o tempo necessário para cuidar de mim e descobriu que eu estava grávida. Ela passou longas horas brigando até que chegou uma perfeita solução, ela queria que eu abortasse. Obviamente Robb não aceitou e nem eu, mesmo sem um futuro certo nós iríamos criar aquela criança da melhor forma possível.

"Mas a minha mãe não esqueceu de tudo. Ela fingiu aceitar a gravidez e passou a cuidar da minha gripe com remédios e receitas caseiras, ela foi embora assim que eu fiquei boa. Naquela mesma semana nós formos ao medico para a primeira consulta, Robb estava tão animado que nos levou uma hora antes do marcado.

Formos chamados e o exame começou. Estava ansiosa por ver o meu bebê e quando olhei para a tela não vi nada a não ser uma imagem de um útero vazio. Eu havia tido um aborto. O médico me perguntou a cerca de algum sangramento e como não houve nenhum exames foram realizados."

— O q-que havia? — John perguntou hesitantemente.

— Os remédios caseiros de minha mãe mataram o meu bebê. Eles o partiram, eu passei por uma cirurgia para retirar os pedaços do meu filho do meu útero. Quando eu questionei a minha mãe ela sorriu e disse "Você vai me agradecer no futuro".

John engoliu em seco.

— Eu chorei horrores e a única pessoa que me ajudou foi a sua mãe. Eu fui a delegacia, a minha mãe foi presa pelo que fez. Quando voltei para Londres eu encontrei o Robb sozinho no apartamento dormindo e uma mesa de vidro com cocaína espalhada por ela. Eu terminei a faculdade e voltamos para Leadworth.

John abraçou a namorada com força e Clara permitiu-se chorar em seu ombro até não ter mais lágrimas. Inúmeras vezes John sussurrou pedidos de desculpas, ele continuo passando os seus finos dedos pelas costas dela até que ela adormeceu.