Apenas amor

Capítulo 9


— Eu posso escolher o filme?- Henry pergunta quando já em seu quarto, a mãe seca seu cabelo com uma toalha.

— Pode sim.- Ela somente segura a toalha dele agora.- Aproveite e coloque a pipoca no micro-ondas também.

— Bacon!- Ele diz animado se encaminhando para a porta.

— E uma de manteiga.- Emma pede indo atrás dele.- Favorita da Regina.

— Ok!

O garoto desce para o primeiro andar da casa e Emma segue para o banheiro.

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As coisas com Regina estavam muito intensas e difíceis de controlar, mas ela não queria e nem conseguiria ficar longe dela se tentasse.

A loira fica tanto tempo perdida em devaneios que é tirada deles somente quando escuta uma batida na porta do banheiro.

— Mãe, nós estamos esperando.

— Está bem, querido, eu já estou descendo.

— Minha nossa!- Regina solta sem querer quando Emma entra na sala da própria casa.

— O que foi?- Emma se mostra curiosa pelo que causara a reação dela.

— Henry escolheu um filme lá da época em que minha avó era gostosa.- A morena disfarça e pega o controle da tevê da mão dele.- Eu sou a visita, eu escolho.

— Mas nem vem escolher filme de amor.- O garoto se levanta do sofá e vai se sentar em uma poltrona que fazia jogo com o mesmo.- Pode sentar aí, mamãe.

— Obrigada, querido.- A loira sorri e se senta ao lado de Regina, sussurrando para a morena enquanto faz isso.- Meu moletom do departamento nunca antes foi tão bonito.

Regina sorri meio sem graça e continua zapeando pela Netflix.

Enquanto Emma admirava disfarçadamente a morena com um short de seu pijama e seu moletom do departamento, esta a achava incrivelmente linda com um short igual ao seu, com as pernas lindas e torneadas de fora.

— Achei!- Regina fala de repente.- A melhor animação de todos os tempos!

Então, sem reclamações por filmes ou qualquer coisa que seja, os três começam a assistir ao “O rei leão”.

Pouco após a cena onde Simba reencontra Nala anos depois, Emma pausa o filme para que possa colocar as roupas molhadas na maquina e fazerem mais pipocas.

— Ainda não estou com sono, mamãe.- Henry diz após o término do filme.- Quero ver outro.

— Eu também quero.- A mãe do garoto concorda.- E você?- Ela pergunta olhando para Regina.

— Eu tenho que ir embora...

— Ainda está cedo, Regina. Fica mais um pouco.

Regina sentia que a loira a tinha nas mãos. Poderia pedir-lhe qualquer coisa que ela não conseguiria recusar, então só sorri e afirma com um aceno de cabeça.

— Oba! Oba!- Henry comemora animado.- Vai escolhendo outro filme enquanto eu vou lá em cima pegar um cobertor.

O garoto rapidamente volta e se senta entre a loira e a morena no sofá, ficando todos embaixo da coberta.

Era um filme bobo de super herói e as duas só assistiam por conta do garoto, que adormece uns quinze minutos antes do desfecho final.

— Ele é lindo, sabia!?- Regina mexia delicadamente no cabelo dele, que tinha a cabeça tombada em seu ombro direito.

— Ele é a minha vida.- Emma sorri amorosamente e também acaricia os cabelos dele.

— Posso fazer uma pergunta pessoal?- Regina continua o que fazia, mas desviando os olhos para a detetive agora.

— Sim, houve um, mas não faz muita diferença agora.- A loira já responde.

— Como sabia o que eu iria perguntar?

— Bom, Henry nunca te falou sobre o pai. Acredito eu.

— Não, nunca.- Nesse acarinhar aos cabelos do garoto, as mãos das duas se encontram e nenhuma delas afasta a sua.

— Ele não conseguiu segurar a barra de ser pai aos 18 anos.- Com seus dedos, a loira caricia os da morena.

— Henry tem tudo o que precisa aqui.- Regina sorri para Emma e depois desvia os olhos para suas mãos se tocando. Aquele contato era tão bom.- Ele tem tudo o que precisa em você.

Emma sorri de volta e continua com o carinho, depois continua:

— Bom, não foi muito fácil no início, mas ainda assim eu consegui cuidar do garoto.

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— Fez um excelente trabalho.- Regina aperta a mão dela em sinal de conforto.- Henry é mesmo um carinha demais.

— Como eu disse, a minha vida.

O silencio reina por alguns segundos que parecem minutos e logo a morena toma coragem para quebrá-lo ao perguntar sobre a namorada dela:

— E Ruby?

Emma dá uma profunda respirada e até sem perceber leva as duas mãos á cabeça, tentando alinhar os cabelos já perfeitamente alinhados, quebrando assim o contato tão quisto pelas duas.

— Ela é uma pessoa especial.- responde com um meio sorriso.

— Ela foi a sua...

— Não.- Emma sorri ao decifrar o que ela queria perguntar.- Não foi minha primeira namorada, mas está na minha vida a algum tempo.

Ela não entendia muito o relacionamento das duas, essa distância entre elas, mas respeitava, contudo estava notando a loira meio reticente ao falar sobre ela.

— Emma.- Ela chama a atenção da loira, que estava com o olhar disperso.- Você a ama?

Regina mal termina a pergunta e já se repreende mentalmente por ela. “Mas que droga de pergunta á essa, Regina!? Não é da sua conta”.

Nossa, o silêncio parece o maior entre elas até o momento e Emma responde olhando fundo nos olhos dela, como que querendo ver sua alma:

— Eu não sei. As coisas estão meio confusas agora e por mais que eu tente, Regina...você...eu não consigo não pensar em...

Henry se mexe e acaba as assustando. Quebrando o encanto.

— Mamãe!?- Ele resmunga.

— Estou aqui, querido.- Ela volta a mexer no cabelo dele.

Ele sorri e vai abrindo lentamente os olhos. Ao ver Regina, o sorriso se alarga e ele diz:

— Nós vamos fazer piquenique amanhã?

O olhar da morena se cruza com o da loira em busca de uma resposta, mas este estava tão ou mais pidão que o do filho, então ela apenas sorri para os dois e afirma com um menear de cabeça.

— E pode ser no lago?

— Pode ser onde você escolher, Henry.

— E hoje você fica aqui? Poderia fazer o café da manhã.- Ele esfrega os olhos, sonolento.- Disse que sabe fazer panquecas de banana e eu adoro.

Mais uma vez Regina busca auxílio em Emma e a loira apenas move os lábios em um silencioso “Fica”. Então novamente Regina sorri e afirma com a cabeça.

— Adorei isso!- Ele se levanta do sofá.- Vou lá em cima pegar nossas coisas.

— O que ele foi buscar?- Regina pergunta assim que Henry some escada acima.

— Você se importa de dormir na sala ou faz questão do quarto de hóspedes?- Emma, assim como o filho, tinha um sorriso travesso nos lábios.

— Eu não me importo, mas porque a pergunta?

— Sempre que Henry trás alguém para dormir em casa, ele gosta de dormir na sala. Os amigos da escola trazem até sacos de dormir. Eles chamam isso de acampadentro.

— Crianças!- Regina sorri.- Não vamos quebrar a tradição do menino, né!

As duas mulheres ficam se olhando por algum tempo e Emma quebra o silêncio entre elas ao dizer:

— Sabe...- A loira morde involuntariamente o lábio inferior.- ...eu senti mesmo a sua falta.

Mesmo sem perceber, Regina acaba repetindo o gesto da loira e lhe responde num fio de voz:

— Eu também senti a sua.- Ela sorri de lado.- Mais do que eu percebi até.

— E eu então, mais do que deveria.

As duas voltam a se olhar intensamente.