Malfoy

Capítulo 1


NAQUELA NOITE ELE SONHOU. ANDAVA PELOS CORREDORES desertos de Hogwarts, não sabia muito bem por onde seguia, mas sabia para onde deveria ir. De frente para o retrato da Mulher Gorda, ele se encontrava, mas como iria entrar? Não sabia a senha. Não era nem daquela Casa! Mas precisava entrar, precisava subir os degraus que o levariam para o quarto da garota por quem tanto escondia seu desejo e seu amor. Sentou-se ali mesmo, em frente à porta, e decidiu que iria esperar algum aluno aparecer. Mas e se Potter ou Weasley aparecessem? Diria que é sonâmbulo. Que besteira! Jamais acreditariam em uma palavra sua.

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A cena em sua mente se dissolveu. Estava no baile do quarto ano, ela descia as escadas em seu vestido azul, olhos tão brilhantes e o mais lindo dos sorrisos. “Draco” ela sussurrou e ele sentiu um frio percorre-lhe a espinha. Ela esticou a mão para ele, que a pegou meio desatento; ela apertou-lhe os dedos e Draco pôde sentir a suavidade daquela pequena e delicada mão. Jamais sentira por outra, o que sentia por ela. Sabia que toda vez que a via, toda a arrogância e orgulho desapareciam quase que instantaneamente, ela fazia despertar em Draco o que ele achara que havia perdido há muito tempo.

Ela pegou a mão dele e a colocou em sua cintura e sua mão foi parar no ombro dele. A dança começou lenta e suave, seus passos eram sincronizados e abafados pela música. Draco a girou pelo salão, e toda vez que ela voltava para ele, suas mãos apertavam sua delineada cintura com firmeza e novamente a girava para longe.

Mas enquanto dançavam, uma névoa acinzentada pareceu se aproximar deles, e um rosto ali se formava. Horrorizado, Draco voltou seus olhos para ela, mas já não era mais a menina linda da Grifinória, era o rosto de seu pai, mas estava diferente, deformado seria a palavra correta. Draco tentou se afastar, mas aquele homem grudava seu corpo cada vez mais ao dele, e a névoa cada vez mais perto transformava seu medo em pavor. A dança continuou, mas dessa vez era mais rápida, sem sincronismo, ele era arrastado pelo homem com o rosto deformado que sorria sem parar.

A névoa se aproximava cada vez mais, e Draco não conseguia se afastar, não conseguia se soltar, sentia-se sufocado, sua respiração estava acelerada e ele arquejava, tentava gritar por socorro, mas não encontrava sua própria voz. A névoa começou a se enrolar em seus pés, subindo por seu corpo como uma cobra e conforme subia, ia apertando-o, tirando os últimos fragmentos de respiração que lhe sobrava. A dança não parava, cada vez mais rápido ela prosseguia. Draco sentia-se tonto, a visão se tornara opaca, já não comandava mais seus passos, o corpo ia caindo, caindo, caindo...