O Terno de Piltover Contra: Jinx

O Envelope Pardo - Parte 2


— Você é bem melhor que o Fishbones – diz Jinx se afastando um pouco de Ekko.

— Espera aí! Você já beijou sua arma? – disse Ekko com um sorriso engraçado no rosto e quando Jinx assistiu com a cabeça o garoto gargalha a ponto de cair no chão por falta de ar, fraqueza ou algo assim.

— Ha ha, muito engraçado – murmurou Jinx voltando ao trabalho de queimar o resto das folhas que faltavam.

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— O que são essas folhas? – perguntou Ekko quando conseguiu restaurar o fôlego.

— Algumas provas de algumas coisas que eu fiz de certo e as pessoas dizer que é errado que não quero que ninguém veja – respondeu Jinx.

— “Puxou o gatilho de sua arma e vários tiros foram soltos em todo o hall do meu hotel ferindo gravemente meus hospedes e matando vários”... “me torturou para dizer quais eram os segredos que Piltover tinha”... “algumas partes do hotel fora tomado por fogo, eu consegui fugir e muitas pessoas também, mas o hotel ficou inivisitável, se é que essa palavra existe.”

— Chega de ler né – Jinx pega a folha das mão de Ekko e a queima.

— Por que você fez isso?

— Não sei, eu não lembro. Eu só lembro ter sido atingida por uma viga e depois acordado em um hospital.

Caitlyn, Vi e Jayce tiraram todas as informações que continha no envelope pardo a procura de novas pistas, organizaram cronologicamente em barbantes, desde coisas que já aconteceram até coisas irão acontecer, a delegacia parecia uma lavanderia com vários varais de roupa, mas com papéis presos.

— A Jinx tinha todo o plano dela em mãos – indagou Caitlyn – nós podemos usar isso como vantagem!

— Anteceder o crime? Mas como vamos saber qual desses vai ser o primeiro? – perguntou Vi.

— Não sabemos, por isso precisamos esperar que faça o primeiro movimento – respondeu Caitlyn.

— Eu realmente espero que não seja essa chuva de mísseis.

— Mas algumas coisas não se encaixam – disse Jayce – porque ela já tinha esses mapas sem que ela se quer ter entrado na cidade, ou no museus, e agora temos dois mapas idênticos... além disso, vocês perceberam que tem açúcar de confeiteiro em algumas folhas? Esse açúcar só existe em Piltover. A maioria dos rascunhos foram feitos à mão, essa tinta é feita em Piltover e eu tenho certeza que não exportam para Zaum!

— A tinta eu até entendo que da pra fazer pesquisas e saber de onde ela veio e tudo mais, mas essa coisa do açúcar foi a coisa mais idiota que eu já ouvi – respondeu Vi.

— Eu to falando sério Vi! Eu posso dizer que eu sou especialista em açúcar refinado, a maior parte do meu tempo eu como doce, e eu já comi outros doces em outros lugar sem ser Piltover, e eu posso te assegurar que não são tão bons quanto os daqui, o doce é diferente.

— Hm, sei – murmurou Vi ignorando Jayce.

— A história do açúcar foi bem... eu não sei como definir o que foi isso, mas você tem um argumento, essa tinta realmente não veio de Zaum, e nem o papel... – comentou Caitlyn.

— Vocês estão dizendo que a Jinx já estava aqui antes de eu a salvar? – perguntou Vi.

— E tem outra explicação? – disse Caitlyn.

— Mas e o mapa? – indagou Jayce.

— Você ta fissurado nesse mapa hein, Jayce – respondeu Vi.

— É que simplesmente não há explicação lógica pra ter dois mapas iguais!

Jinx já havia terminado de queimar todas as evidencias e agora estava escrevendo algumas notas, Ekko estava sentado em qualquer canto perto de Jinx brincando com sua espada de fazer círculos no chão.

— Você ta aí faz tempão! O que você ta fazendo agora? – pergunta o menino.

— Nada de mais, algumas notas de futuros roubos – respondeu Jinx.

— O que vamos roubar?

— Os mapas de Piltover!

— Isso soa tão chato... – diz Ekko passando a espada no chão fazendo um barulho de arranhado.

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— Você poderia, por favor, para com esse barulho? Eu to tentando pensar! – encara o menino.

— Essa frase saindo da sua boca soa tão errado – solta a espada no chão fazendo um ultimo barulho alto e estridente o que deixa Jinx irritada – e quando vamos fazer isso?

— Agora mesmo! Acabei! – disse Jinx contemplando sua obra escrita – vamos seguir esse plano à risca e nada vai dar errado, você me escutou bem Ekko?

A dupla sai do galpão rumo ao Museu, no caminho Jinx explica todo o plano para Ekko que assentia com a cabeça a cada frase que a garota dava. Era duas horas da manhã quando chegaram ao destino, tudo parecia deserto do lado de fora assim como do lado de dentro, nenhuma luz saia das janelas e na rua não transitava uma viva alma.

Jinx e Ekko estavam no telhado do museu, havia algumas aberturas para a saída de ar e era em um desses buracos que entrariam para chegar ao destino. Pegaram qualquer saída de ar e foram se arrastando para dentro. Passaram por varias e varias salas, todas estavam escuras com alguns pontos de luz só para o zelador não tropeçar em nada.

Não demorou muito para a dupla conseguir achar a sala dos mapas, e como aquela sala era grande, havia mapas de Runeterra antigos e atuais assim como mapas específicos de lugares específicos como Demácia, Noxus, Ionia e Piltover, cada mapa teria sido desenhado por alguém, e o mapa de Piltover quem tinha feito fora Ezreal, e todos os mapas que é de criação do garoto havia uma rubrica no canto inferior esquerdo. Eram esses os que Jinx tinha interesse.

A menina então, com a ajuda de Ekko, retira as grades do duto e a deixa de canto, o barulho havia sido significativamente alto, mas provavelmente o vigia estava dormindo no hall do museu e se assustou com o barulho mas logo voltou a dormir como se nada tivesse acontecido. Na bolsa que Jinx havia trazido consigo tinha várias utilidade como um tipo de spray para detectar alarme a laser e uma aparato de escalada com corda de aço e roldana automática, a qual já estava em posição para ser usada.

— Parece que você pensou em tudo, hein? – comentou Ekko.

— E você ainda tinha duvidas?

— É que geralmente você não é muito de pensar...

— Ekko, aquela Jinx morreu! – disse Jinx descendo com a corda segurando-a pelas costas.

O quarto estava cheio de linhas laser que estavam visíveis agora que Jinx utilizara o spray, os mapas estavam posicionados abaixo de um duto de ar cobertos por uma tampa de vidro para não serem danificados pelo ar e poeira, por sorte, o duto dos mapas era por onde Jinx descia. Ela deu um sinal para Ekko parar de descer a corda, e com um tipo bisturi Jinx cortou o vidro em forma de triangulo, cuidadosamente retira o vidro da superfície, mas o que não esperava era que o vidro tinha um sensor de pressão e consequentemente o alarme é acionado, um barulho ensurdecedor se propaga em todo o Museu vazio.

— Jinx, precisamos ir embora!!

— Eu não vou sair daqui sem esse mapa! – grita.

Jinx rapidamente empurra a placa de vidro que cobria os mapas e a joga no chão quebrando-a em pedaços, puxa os mapas, ela os enrola e joga-os para cima esperando que Ekko os pegue, o menino malabariza seu movimento a ponto de cair do duto, mas consegue pegar os mapas e logo aciona a roldana para Jinx voltar junto dele.

— Consegue fazer isso funcionar mais rápido?

— Na verdade ele já está na velocidade máxima.

— Que ótimo.

Enquanto Jinx estava sendo puxada o vigia consegue chegar a sala dos mapas, ele vê Jinx subindo e logo saca sua arma e mira na garota. Ela estava de uma distância que não conseguiria subir e o vigia atira, a bala acertaria direto o peito de Jinx, já que o vigia havia se aproximado e estava praticamente embaixo do duto. Ekko, antes da bala acertar Jinx, puxa Jinx para dentro do duto e a bala passa raspando na bota de Jinx, sem a atingir. A menina cai encima de Ekko que está ofegante pela adrenalina e pela Jinx estar tão perto.

— Você me deve uma recompensar por ter de salvado – Ekko faz bico para que Jinx o beijasse.

— Não é hora de romance, Ekko.

Jinx pega os mapas e nada mais, passa por cima de Ekko e começa engatinhar o mais rápido possível até o fim do duto que daria encima do telhado, Ekko a acompanhar. O vigia logo liga para a delegacia e para Ezreal que chegam no museu o mais rápido possível, porém não foram rápidos o bastante para pegar a dupla de Zaum, que já deveria estar bem longe dalí.

— Como você não escutou eles chegando?! – Disse Ezreal indignado.

— Eu não sei, eu estava fazendo meu trabalho... eu realmente não sei senhor Ezreal – gaguejava o vigia.

— Mas pelo menos você viu que foi que os roubou? – perguntou Caitlyn sem nenhuma alteração na voz.

— A pessoa que estava na corda era uma garota, acredito eu. Ela vestia roupas pretas e um capuz, mas tenho certeza que é uma garota, uma menino nunca seria magro daquele jeito. E eu também vi alguém a puxando para dentro do duto, acho q ele tinha um cabelo branco ou prateado... ele não usada capuz, mas a luz estava bem precária.

— Jinx! – o Terno de Piltover silabou em unissom.

A dupla de Zaum estava de volta ao galpão, Jinx estava colocando no envelope pardo os mapas e outros papeis escritos por ela mesma, os papeis eram planos de furtos futuros, agora que tinha o mapa seria mais fácil deixar aquela cidade um caos.

— Por que você guarda tudo nesse envelope? – perguntou Ekko com a boca cheia de rosquinha.

— Não é da sua conta, e vai comer pra lá, ta caindo açúcar nos papéis!! – Jinx o empurra e Ekko derruba o saco de rosquinhas na mesa de trabalho de Jinx – ta vendo o que você fez, idiota?!!!

— Ei!! Você que me empurrou, eu não tive nada a ver com isso – recolhendo o que caiu e varrendo com a mão a mesa para tirar o farelos de açúcar.

— Não, não, não – segura a mão de Ekko – essa tinta borra fácil, se você fizer isso todo meu trabalho vai ter sido em vão!

Jinx pega as folhas e as chacoalham no ar fazendo com que o açúcar refinado saia um pouco da folha e depois ela assopra a mesa, Ekko achava tudo aquilo estranho, lindo e confuso ao mesmo tempo. Estranho porque Jinx em uma hora falava bravo com ele e no segundo seguinte a raiva da voz dela não estava mais lá, lindo porque Ekko achava fofo o jeito que Jinx se movimentava, e o jeito que ela chacoalhava as folhas e assoprava a mesa, e confuso porque: como uma pessoa como a Jinx poderia olhar pra ele? Em anos que ele tentava dizer que gostava dela e nunca era correspondido, e de repente, em Piltover, de um dia pro outros eles parecem estarem juntos, como ele sempre sonhou.

— Por que está me olhando assim? – perguntou Jinx.

— Eu... nada...eu só... você... – gaguejava o garoto com os lábios lambuzados de açúcar, fazendo Jinx rir com aquela ação.

— Sua boca está suja, Ekko. Deve ser por isso que não consegue falar direito.

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A menina passa o polegar e o indicador nos lábios e nas bochechas do menino para limpar o açúcar ruborizando o garoto. Estavam bem mais próximos, Jinx conseguia sentir que o coração de Ekko estava acelerado. Quando o rosto de Ekko estava limpo e os braços de Jinx envoltos em seu pescoço, sem saber se tinha permissão para isso, ele segura a cintura de Jinx e a encosta na mesa.

— Por que do nada você grita comigo, e depois isso acontece? – as palavras saíram automaticamente, sem oscilar o tom grave e agudo de voz, sem gaguejar, Ekko se surpreendeu consigo mesmo, ficar nessa distancia de Jinx era bem difícil fazer alguma coisa que não seja se enrolar todo.

— O que acontece, Ekko? Isso o que? – havia um doce na voz de Jinx que Ekko não estava muito acostudo, mas era gostoso escutar aquele som.

— Você me abraça, começa falar manso... – o menino queria romper o espaço que tinha entre os dois para beijar novamente Jinx.

— É porque eu te amo, Ekko, eu não consigo ficar brava por muito tempo com você – um frio na barriga atinge o menino, ele estava sonhando ou Jinx realmente tinha dito que o ama? – Mas então, aquela máquina que você tem, ela realmente volta no passado?

— Sim, sim, eu mesmo fiz – sentia-se orgulhoso em dizer isso para Jinx, “eu mesmo fiz” – chama-se Revo-z, não foi tão difícil...

— Legal!! – Jinx interrompeu Ekko animada e com um sorriso no rosto – você poderia me mostrar como funciona?

— Claro!

No mesmo momento ele se soltou de Jinx, estava animado, a garota de que ele mais gostava estava interessada em uma coisa que ele havia feito, era como se ele fosse importante para ela. Ekko sem pestanejar trajou o seu aparato que fazia o Revo-z funcionar e explicou para Jinx todos os processos e para que cada coisa que vestia servia, a menina se interessava em partes, alguns termos técnicos eram inúteis para ela.

— E aí, quando se está vestido com tudo isso é só girar o ponteiro do relógio – o menino mostrava tudo enquanto explicava – cada click é um minuto que se passou, então se eu quisesse voltar um dia eu deveria girar até dar 1440 cliques, ou mais ou menos nessa marca vermelha. Cada marca vermelha é o equivalente a mais ou menos um dia.

— Nossa, Ekko, você é tão inteligente – disse Jinx segurando o pulso do menino que estava ruborizado – eu poderia usar?

— Mas é claro que sim – foi então que Ekko saiu do transe que Jinx o deixava puxando o braço – er... Jinx, é melhor não, é perigoso.

— Perigoso por que? Não foi você que fez? Eu confio em você, você não confia em mim?

— Confio, sim, claro que sim!! E fui eu que fez, mas não deixa de poder ter alguns problemas... e se quando você usar alguma peça sair do lugar, você não vai saber voltar. É melhor não.

Jinx parecia desapontada, com a cara emburrada e braços cruzados, sentou-se em um canto como uma garotinha fazendo birra, mas por mais que Ekko quisesse deixar usar o Revo-z era realmente perigoso, se ele já fazia a linha do tempo quebrar imagina Jinx, ou pior, se caso ela girasse muito o relógio e voltasse antes mesmo da Runeterra existir, seria um desastre. O Revo-z não era um aparelho que qualquer um pudesse usar de qualquer jeito, havia táticas e macetes.

— Ekko, eu não te entendo – ainda estava com os braços cruzados – eu achei que você faria qualquer coisa pra me deixar feliz, achei que me amasse.

— Eu faço, eu juro que eu faço qualquer coisa... menos você mexer no revo-z...

— É assim então?! – a menina levanta e vai empurrando Ekko até a porta.

— O que? O que você ta fazendo, Jinx?

— Ta tudo acabado entre nós, tchau Ekko! Pode voltar para Zaum!

Jinx faz Ekko sair do galpão e em seguida bate a porta na cara dele, estava frio do lado de fora, e a noite estava terminando, no horizonte dava pra ver o Sol nascendo, daquele lado do céu estava um tom amarelo e laranja, os morros estavam sendo tocados pelos raios de sol e de onde Ekko estava só dava pra a sombra das árvores e não a cor delas em si. O vento batia no rosto do menino e congelava-lhe as bochechas, sentia cheiro de manhã se aproximando, um ar limpo. Era uma visto bonita, tirando o fato de que sua namorada, ou algo bem perto de ser, tenha terminado com você. Ekko tentou abrir a porta do galpão de novo, mas estava trancada, gritou pedindo pra poder entrar de novo, mas não escutou mais nada vindo do lado de dentro. Então, o que lhe sobrou era andar pra algum lugar, ainda queria manter Jinx fora de perigo, não podia voltar para Zaum ainda; decidiu se esconder em algum beco de Piltover.