Conto I - Unforgettable Wars

As Cortinas se Abrem: Ato Um Cena Um!


Sui foi a primeira a chegar no local marcado, mas Calisto não a acompanhava. Ele disse que deveria voltar o mais rápido possível para proteger a Casa de Peixes e ela não o deteve, afinal, Santos de Ouro não devem deixar suas posições – ainda mais em tempos antecedentes à guerra.

— Droga, onde eles estão? Já se passaram dez minutos! – questionou.

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Pouco depois, Soranin e Kibou apareceram ao longe.

— Sui! Chegamos! – exclamou Soranin.

— Soranin, você achou Kibou!

— Sim... Bem, é uma longa história... Onde está o mestre?

— Como pode ver, fui a primeira a chegar... Ele não veio ainda.

— Com licença Sui, Soranin, mas o mestre de vocês por acaso não se chama Alceu, se chama? - perguntou Kibou.

— Se chama sim. Mas, por que a pergunta? - Sui respondeu.

— Oh, isso não é uma boa notícia... Enquanto andava sozinha por aí, pouco antes de Soranin me achar, vi um tal de Alceu no hospital local... Ele estava lá com a amazona de Lince... Parecia bem grave.

— No hospital? Essa não... Precisamos ir até lá! – Soranin demonstrou preocupação.

Elas se viraram para a saída, mas uma voz vinda detrás ressoou:

— Esperem meninas... eu... – a voz se interrompeu para tossir – estou bem...

Era Alceu e a amazona de Lince. Ambos caminhavam com dificuldade, mas já estavam medicados e com curativos.

— Mestre Alceu!! – as irmãs correram em sua direção.

— Opa, opa... Desculpem meninas, mas o médico disse que ele deve repousar por um tempo... – advertiu Linus. – Não é mesmo, Alceu?

Ele assentiu.

— É melhor ouvirem a Santa de Lince... Ele não me parece muito bem... – comentou Kibou.

— Certo mas... Como isso aconteceu, mestre? E quem é ela? – disse Sui, enciumada.

— E-Esta é a... - tentou dizer.

— Não se esforce, mestre. Lembra do que o médico disse? – ela se voltou para as duas. – Bem, eu sou Linus de Lince, a irmã mais nova do antigo cavaleiro de Lince, Bianor.

— Espere um momento... Como ele ficou desse jeito? – criticou Fênix.

— E que história é essa de "mestre"? – completou Andrômeda.

— É uma longa história... Acho que é melhor ele contar a vocês quando melhorar... Digamos apenas que eu sou a mais nova discípula do senhor Alceu.

Elas fitaram o mestre, com um olhar desconfiado, esperando uma resposta.

— É verdade meninas... – confirmou entre suspiros. – É só um treinamento básico, já que ela já tem uma armadura.

— Se isso é realmente verdade, é melhor ele descansar. Vamos levá-lo para casa. – disse Kibou.

Todas se viraram para ajudá-lo a ir para casa, mas de repente Sui alertou:

— Parem! Ninguém se mexe... – sussurrou. – Minha corrente está hesitando. Há alguém aqui além de nós.

— Além de nós? Mas onde? – perguntou Linus.

— Vamos descobrir isso agora... Onda Relâmpago! (1)

A corrente triangular de Sui saiu em zigue-zague pelo anfiteatro. Atingiu algo que estava entre as copas das árvores e o derrubou na mesma hora.

— Ali! – apontou Grou, enquanto todos corriam para o lugar onde o suposto inimigo havia caído. – Não pode ser... A armadura de Flecha?

— Você o conhece, Kibou? – questionou Soranin, olhando para ela e para o garoto desmaiado a seus pés.

— Sim, conheço. Ele é discípulo do meu irmão... É Irineu de Flecha!

Ao pronunciar seu nome, o Santo abriu os olhos, retomando a lucidez.

— Ki-Kibou! Finalmente te encontrei! – disse enquanto se levantava. – Você está bem?

— Estou, mas... O que estava fazendo no alto dessa árvore?

— O Mestre Icarus ordenou que eu lhe procurasse e... Opa, opa, opa. Essas são as amazonas de Fênix, Andrômeda e Lince?

— Algum problema, Santo de Flecha? – perguntou Soranin, desafiadora.

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— N-não... É que eu achei que vocês estariam se preparando para o torneio que vai acontecer dentro de quatro dias.

— Torneio? – as três vozes soaram em uníssono.

— Ih, é mesmo... Garotas eu esqueci de lhes contar... Um tempo atrás uma nova ajudante de Atena chegou ao Santuário. Seu nome é Efilnaem e ela está procurando alguém que se destaque entre os Santos de Bronze para que possa ter uma conferência com o mesmo... Sobre o que se tratará essa conferência ninguém sabe. Muitas especulações foram feitas, mas nada confirmado de fato... A questão é que em quatro dias todos os Santos de Bronze que estão no Santuário deverão se reunir na arena para um torneio. – contou Alceu, um pouco melhor.

— Espere... Quantos cavaleiros e amazonas de Bronze estão no Santuário? – perguntou Sui, interessada.

— Dez. – respondeu Kibou. – Andrômeda, Camaleão, Cisne, Dragão, Fênix, Golfinho, Leão Menor, Lince, Lobo e Unicórnio.

— Os demais estão em missões ou desaparecidos... – continuou Irineu. – Vocês irão participar, certo?

— Eu vou! É minha chance de me redimir... Certo, mestre? – disse Linus, encarando Alceu.

— Ora essa Linus, não fale assim. Você não fez por mal... Mas entendo se quiser ir. – ele respondeu.

As irmãs Sui e Soranin se entreolharam novamente. Já que Kibou sabia apenas que a irmã de Hades estava no Santuário, mas não onde, talvez a nova ajudante soubesse. Como se estivessem pensando na mesma coisa, as duas confirmaram sua presença.

— Então já temos oito Santos de Bronze confirmados... Mas voltando... Kibou, o mestre precisa te ver urgente.

— Mas eu não posso ir até a casa dele. É contra as regras! – respondeu.

— Isso não é problema, tome. – disse Irineu, entregando-lhe um papel. – Ele quer te encontrar nesse local, neste horário.

— Farei o possível.

— Assim espero. Bem, já cumpri minhas ordens e como já está escuro devo retornar imediatamente... Boa noite para vocês e lhes desejo sorte, amazonas! – o garoto se despediu.

Kibou se sentou debaixo da árvore, respirando fundo. Se o irmão queria vê-la era algo realmente sério. O único que pareceu notar foi Alceu, que logo se manifestou:

— Meninas o torneio é em quatro dias... Eu serei o mestre de vocês se quiserem realmente participar. Só poderemos começar o treino amanhã de manhã devido as... hum... ocorrências de hoje. Estarei esperando em frente à minha casa. Por hoje espero que descansem... Er... Sui, Soranin, vocês tem onde passar a noite?

— Não se preocupe mestre, elas podem ficar comigo até o vencedor ser anunciado. Venho morando sozinha nesses últimos anos e seria legal ter companhia pra variar um pouco. – Lince se ofereceu.

— Certo... Tem algum problema para vocês duas?

— De jeito nenhum... – disse Soranin.

— Não. Ficaríamos honradas... – concordou Sui.

— Tudo bem então... Podem ir, eu vou ficar aqui com Kibou e conversar sobre... hã... o cargo de ajudante.

As três Santas de Bronze se dirigiram para a casa de Linus em uma vila próxima enquanto Alceu se aproximava e sentava ao lado de Kibou. Quando viu que as meninas já tinham ido, começaram a conversar.

— Você está bem?

— Estou... É só que...

— Icarus, eu sei... Eu provavelmente ficaria assim também se o meu irmão fosse o dourado de Sagitário.

— Na verdade, eu apenas não me sinto bem na presença dele... Ele é uma pessoa muito bondosa, mas é estranho ver seu irmão mais novo, que está em um cargo acima do seu, lhe dar ordens... Ele me treinou porque alcançou o posto de cavaleiro primeiro, mas eu não sentia o que sinto hoje... É estranho.

— Não vou mentir dizendo que sei como se sente, Kibou, mas seu irmão tem um orgulho gigante de você... Ele gostaria de ser como a irmã mais velha.

— Acha mesmo?

— Tenho certeza. Um irmão mais novo sempre tem como base o mais velho, e o mais velho deve fazer o possível para orientar o mais novo.

— Obrigada Alceu, isso foi muito importante pra mim. – disse, abraçando-o. – E quanto aquele cargo de ajudante, eu aceito.

— Como você sabe sobre o cargo?

— Tenho meus segredos.

— Entendo... Bem, senhorita Kibou, minha fiel ajudante, vamos para a vila. Está ficando cada vez mais escuro e espero que esteja comigo amanhã de manhã no treinamento das meninas.

— Estarei, conte comigo.

Enquanto todos partiam em direção às suas casas, cansados por causa do longo dia que tiveram e cheios de perguntas dentro de si, um par de olhos vermelhos observava na escuridão. Era uma nova peça que começava, e todos deviam ensaiar e se dedicar de corpo e alma, dando o seu melhor para vencer o campeonato. Assim foi a primeira cena do ato um.