Era inverno na Alemanha. A neve branca cobria o verde das praças e virava a diversão dos pequenos que por ali brincavam. Olhou em seu relógio de pulso, marcava quatro horas e cinco minutos da tarde. Bateu o dedo ritmadamente no apoio do banco em que estava sentada faz mais de meia hora, e nada do albino aparecer. Sua paciência estava quase no limite, respirou profundamente duas vezes, pegou o celular para ligar a ele, nem bem digitou quatro dígitos e o próprio aparece por trás da jovem. O resultado, um grito e uma bela tapa na bochecha direita.

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–Achei que não fosses se incomodar com apenas cinco minutos de atraso. – resmungou, a mão esfregava a bochecha ardida, sua cara de muxoxo nunca afetaria a morena – Avisei que te encontraria aqui às três e meia. – teve seu braço capturado pelas mãos macias dela – Mas o que…

–Seu relógio está atrasado em meia hora, seu imbecil. – regulou os ponteiros.

–Mas… ei, por que está tão brava comigo? Eu não fiz nada… ainda… fiz?

Elizabeta levantou de supetão e andou rapidamente até a rua. Gil suspirou e correu a fim de alcança-la, ela deveria estar chateada, não gostava de atrasar. No fim acabaram por voltar ao apartamento dela, não muito longe dali. Abriu a porta, talvez, propositalmente aberta, ao adentrar a sala a procurou com os olhos; ouviu algo que parecia vir da cozinha, curioso como só ele, foi até lá. A húngara estava tirando um potinho da geladeira e na outra mão segurava firmemente uma colher.

–Achei que você não gostasse de Vanillepudding mit heißen Kirschen[1], Elizabeta. – sorriu faceiro. Era, simplesmente, o doce favorito do alemão; por isso ela dizia não gostar do doce.

–Eu… eu apenas fiquei curiosa para provar. – irritada apertou os olhos, virou para a geladeira novamente – Não que eu fosse comer por sua causa. – jogou-lhe outro potinho que foi pego no ar.

–Danke. - sorriu, Elizabeta amenizou sua expressão e sentou ao seu lado, levou a colher com o doce a boca, saboreando. Gilbert estava certo sobre ser delicioso – Já que estamos aqui, podemos ver um filme, que tal? Tu tens de terror?

–Não. Estou cansada de ficar aqui dentro de casa, só queria aproveitar a neve na sua companhia. – falou meio que anestesiada pelo sabor adocicado da cereja quente – Quer fazer bonecos de neve? – ela recebeu um enorme sorriso de volta.

–Mas é claro, se for deixa-la bem. Mas antes… - ele furtou uns dois potes da geladeira, mesmo sendo ameaçado.

[…]

Eram médios e estavam bem feitos, dois bonecos de neve semelhantes. Gil estava orgulhoso de seu trabalho e sentou-se ao lado da jovem para observar sua obra. Estava frio, mas ela tinha se lembrado de levar um Handwärmen[2] que sempre carregava em sua bolsa. Apertou o que lembrava uma pequena moedinha prateada e esperou por uns minutos para que o “pacotinho” pudesse esquentar. Deitou sua cabeça no ombro dele e pegou-lhe a mão para esquentar com a bolinha.

–Posso fazer uma coisa Liz? – ele olhava para o nariz de graveto do seu boneco, sentia suas mãos quentinhas.

–Depende do que for, pode ser. – brincava com a neve ao seu redor.

–Ok, só não me bata.

–Como assim…

Separou-se meio relutante daquele calorzinho e a segurou pelas bochechas, acarinhou-as e beijou-lhe os lábios gelados. A moça, surpresa, quase petrificou, mas antes de arrepender-se da tapa que lhe daria ela aproveitou para lhe puxar pela gola de seu casaco preto. Um beijo casto e rápido. Com a vergonha espalhando-se em forma de rubor em suas maçãs ela escondeu seu rosto no peito dele o abraçando, perguntava-se o porquê de ele ter feito isso, mas sabia que depois disso as palavras que Gilbert tanto ansiava em dizer. Ia abrir a boca e dizer algo, mas estagnou ao vê-lo segurando uma bolinha de neve achatada no formato de um coração.

–Obrigada.

Apenas a abraçou carinhosamente segurando-lhe as mãos e as deixando envolta do Handwärmen. Ainda tinha um pote de Vanillepudding, Elizabeta pegou a primeira cereja e a deixou nos lábios saboreando a fruta, antes de Gil a roubar, consequentemente selando os lábios de leve. Ah, ele sofreria! Torturado de beijos, e muito amor.

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