A tarde estava quase no fim, o sol ia aos poucos sumindo por trás das escassas nuvens. Os passarinhos cantavam nos galhos das árvores; tinha chovido há meia hora e as gotas de água ainda estava acumulada em pequenas poças na calçada de pedras polidas e na grama. Andava distraída e tomando seu sorvete de creme com chocolate quando o viu.

Gilbert Beilschmidt, seu vizinho.

Atravessava a rua com seus três cães, o alemão ouvia música e provavelmente alta, já que quando botava seus fones grito algum o despertava do “transe”; logo, ele não a ouviria e nem mesmo a veria ali. Suspirou e fitou o nada por alguns instantes.

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–Guten nachmittag, Elizabeta.

Tomou um susto e quase deixa o sorvete cair na sua própria blusa de botões. Olhou em volta e o viu ao seu lado, os cães, comportados como sempre.

–Gut.

O alemão se apoiou no encosto do banco e pegou a mão livre da moça. Um tanto que assustada ela não se afastou; ele a tinha dado um papel dobrado.

–Tschüss. – acenou bobamente enquanto era meio que arrastado pelos cães.

Sem proferir qualquer palavra, desdobrou o papel. Havia um pequeno recado e logo abaixo um número de celular.

“Haben Sie heute Abend schon etwas vor?”