O Pássaro do Gelo
Prólogo
Prólogo
Você não devia ter feito isso.
Fuja.
Por que ela nasceu assim?
Corra.
Ela escutava as vozes. Tantas vozes...
O tempo estava frio. Muito frio. Seus joelhos doíam mais a cada passo que dava. Ela precisava continuar. Não poderia ser pega. Se fosse, sabia muito bem qual seria seu destino.
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Morte.
E como não? Nascera daquela forma, escreveram sua vida sem lhe dar a chance de escolher um caminho. Agora ela tinha de fugir ou esperar pelo fim certo.
Você não é ruim.
Corria. Seus pés latejavam. Não podia se transformar. Caso o fizesse e fosse capturada, não teria como voltar à forma humana. Essa era a regra, a maldição, a praga lançada por sua antepassada.
Eu a amo.
Olhou para o chão, observou a trilha de sangue deixada pelo caminho. Eles iriam encontrá-la. Os humanos iriam capturá-la, e seu povo, sua própria espécie... Se a pegassem, a matariam.
Monstro.
Afinal, ela era o “mal”. O diferente. Ou, pelo menos, é o que eles achavam...
Não sou má, juro que não sou!
Foi então que, em pleno verão, humanos e criaturas puderam ver a neve. Os flocos brancos fluíam lentamente, como lágrimas silenciosas que aos poucos iam aumentando de intensidade. O que antes era apenas um lamento, transformou-se em um choro escandaloso. Uma tempestade.
Devagar, suas pernas cederam e seu corpo foi ao chão. Antes de tudo escurecer, porém, pôde escutar uma última voz. Apenas mais uma lembrança.
Quem é você?
Quem era?
Sou a fênix negra. Pensou antes de seus olhos fecharem.
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