The Seventh Zone

I - Phoenix.


I - Ecos de Tormenta

ATENÇÃO, FAVOR LER O RECADO ATUALIZADO (2021) DAS NOTAS INICIAIS ANTES DE CONTINUAR!

Por entre enormes cordilheiras, desfiladeiros e montanhas que arranhavam o céu, ficava a principal base militar de Magnólia. Em meio a todas essas gigantes rochas esculpidas pela natureza, magos e guerreiros serviam a Magnólia, a cidade mais rica do reino de Fiore, como soldados. Adquirindo técnicas de combate, os homens arduamente treinavam e ganhavam experiência para estarem prontos para futuras batalhas em proteção à cidade, que era frequentemente ameaçada por inimigos. O vasto território que pertencia a ela cobria um quinto das terras de Fiore de belíssimas paisagens e riqueza. A cidade onde, moravam as pessoas, ocorriam as atividades comerciais, e magos de todo o mundo se instalavam, ficava no centro desse território, ao seu redor ficava um muro de cordilheiras onde várias bases militares se localizavam para protegê-la de invasores e para novas conquistas. Servir fielmente a ela era de total dever de um soldado.

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— Tenente. O comandante a chama para novas estratégias. – Relatou o líder do quinto esquadrão, o famoso galanteador de cabelos alaranjados.

— Entendido. Por coincidência eu ia justamente ao encontro dele. – Dirigia-me pelos corredores carregando algumas papeladas e mapas. - Loke, avise à vice-tenente para me acompanhar.

— Como quiser, Tenente Lucy. – Seguiu pelo caminho oposto ao meu.

No momento a base estava um tanto agitada. Almejávamos conquistar as terras ao leste, estava tudo planejado para seguir a viagem daqui dois dias, mas constantes terremotos ocorriam e se intensificavam, isso colocaria a viagem por água abaixo, pois desta maneira teríamos que evacuar a área. Os inexplicáveis terremotos estavam preocupando o comandante que dava ordens seguidamente a todos.

Chegando a sala do mesmo passei o cartão de identificação, abrindo a porta de ferro me deparando com o azulado e sua estranha tatuagem vermelha de nascença em seu rosto.

— Ah. Finalmente chegou! – Exclamou aliviado se levantando de sua poltrona. – Vamos, entre, entre.

— Com licença, comandante Jellal. – Aproximei-me depositando os papéis na mesa central de discussões.

— Encontrou alguma informação? Descobriu algo? – Perguntou ansioso.

— Bem, senhor. Eu revistei todos os documentos da área, e nenhum explica esse fenômeno. – Desenrolei o mapa. – De acordo com mapa e com meus estudos, esses terremotos não estão ligados à locomoção das placas tectônicas.

— O que quer dizer com isto?

— O primeiro argumento que comprova isso é que a frequência de terremotos deste nível na região é de cada sessenta anos aproximadamente. Ainda não se passaram nem trinta anos desde o último. – Expliquei o mais breve possível.

— Mas- Interrompi-o, pois já sabia o que ele iria proferir.

— Sim, poderia ter acontecido algum tipo de distúrbio e as placas se chocaram, portanto pesquisei mais afundo. Assim, o segundo argumento é que ao medir os abalos sísmicos para descobrir a origem, descobri que não vinha da divisa das placas e sim, desta região. – Apontei com o dedo indicador no mapa.

— O que? Mas aí não é o...

— Exato. O Phoenix. É um vulcão de hot spots. Está há mais de um século inativo e tremores recentes provém dele. Com isto em mente, chamei magos previsores que fizeram alguns testes, no final relataram que este vulcão não deveria entrar em erupção em pelo menos mais duzentos anos.– Fitei-o após a explicação para ver se deduziria algo.

— Lucy. De novo não. – Cruzou os braços e me encarou sério.

— Mas senhor, todas as evidencias, tudo! Só isso justifica! – Tentei convencê-lo.

— Não justifica nada. Até porque nem sabemos se tal coisa é verídica. É uma lenda! Você não pode nos apoiar em algo tão incerto.

No momento que abrira a boca para proferir contra sua palavra, o som da porta de ferro soou, aparecendo a pequena garota de cabelos azulados presos em sua típica faixa laranja.

— Chamou-me, Lu-chan? – Perguntou educadamente.

— Bem na hora Levy-chan! Venha aqui. – Acenei para que viesse me ajudar, o quê assim o fez. – Ajude-me a convencer esse incrédulo! O que nós vimos durante os testes do vulcão Phoenix?

O comandante Jellal tornou a se sentar na poltrona, apoiando os cotovelos nos joelhos, e com as mãos entrelaçadas mostrando que estava disposto para ouvir o que for, pediu para que a Vice-Tenente relatasse o que viram.

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— Bom, quando nós terminamos os testes e estávamos voltando para a área principal, a Tenente avistou uma nuvem de fumaça de longe, então subimos até a torre de vigia para melhor observação e vimos há quilômetros de distancia gases saindo de uma provável fenda vulcânica. – Falou seriamente preocupada.

— Vê o grau da situação? Um vulcão daquele porte poderá entrar em erupção em poucos dias! Nada pode explicar tal coisa tão de repente! Levaria centenas de anos para o vulcão explodir em lava, o que significa que não é por meios naturais, algo está lá dentro comandante! – Minha expressão era de pavor. Eu tinha certeza que alguma hora o Phoenix iria alagar tudo com lava e o possível causador iria sair de seu interior. Tínhamos que evacuar a área o mais depressa possível.

— "Algo" está dentro do vulcão, fazendo-o se descontrolar e isso está causando os frequentes terremotos. Acredite, senhor! – Completou Levy com temor.

— Não pode ser. Estão dizendo loucura. Esta fumaça com certeza era de alguma fogueira. Aliás nem o próprio vulcão está soltando essa fumaça. – Respondeu Jellal crente que tudo não passava de uma lenda que alguns antigos moradores da região contavam. Eu sabia que acreditar em tal coisa era loucura, mas nada explicava, nada.

— Então como me explica os abalos sísmicos provenientes do Phoenix? – Cruzei os braços na expectativa.

De repente o chão se mexeu novamente. Os objetos começaram a cair das prateleiras. Tudo começou a se chacoalhar. Outro maldito terremoto estava acontecendo. Segurei-me fortemente na mesa e olhei para Levy e Jellal que faziam o mesmo, e ambos com semblantes assustados. O barulho de gritos vindos de fora nos chamou a atenção.

— O que está acontecendo lá fora?! Alguém vá ver! – Gritou Jellal. Neste momento o pequeno filho de Macao Conbolt apareceu na entrada de ferro, pálido.

— O que aconteceu, Romeo? – Indagou nervoso.

— O-o P-Phoenix... – Gaguejou, não conseguindo continuar.

Todos nós nos entreolhamos. Não poderia ser. Não agora. Assim do nada, sem nenhum aviso? Estava certa de que isso iria ocorrer, eu acreditava na lenda e em meus estudos, mas levaria alguns dias. Certo? Eu deveria comprovar com meus próprios olhos.

Saí em disparada para fora do aposento, desviando de Romeo que estava de joelhos, atravessei os longos corredores com os dois azulados atrás de mim, ambos desesperados. Virei para subir as infinitas escadas da torre às pressas. Meus ouvidos doíam com os gritos das pessoas de fora, meus próprios passos ecoavam pela torre como tambores. O balançar da terra me fazia cair, porém voltava a me levantar segurando com a mão direita o corrimão fortemente e com esquerda me apoiava na parede. A agonia aumentava ao ver pedregulhos caírem do teto, a torre era feita de pedras e era extremamente forte para aguentar ataques ou mesmo terremotos, mas mesmo assim as pedras ameaçavam desabar em pouco tempo. A sacada já estava perto, eu podia ver a luz do dia.

Senti como se meu coração quase saltasse do peito ao presenciar aquela cena. Em meio a todos que pararam tudo o que faziam, sem conseguirem mexer um músculo a mais, pudermos ver o vulcão localizado aproximadamente três quilômetros de distancia soltar uma enorme nuvem de fumaça e seu magma borbulhar ferozmente. Aquilo iria jorrar em pouquíssimo tempo, e quando isso acontecesse seria o fim. O nosso fim estava para acontecer bem diante de nossos olhos. Era assim que nossas vidas terminariam? Desta maneira tão frustrante e assustadora? Era assim, mãe?

Cerrei meus punhos. Lágrimas de medo e raiva escorregavam por minha face, até que de repente senti um forte puxão em meu braço, me virei rapidamente e encontrei Jellal com uma expressão séria e determinada.

— Lucy. Ordeno que você saia correndo daqui. Sei que sobreviverá. E vá até a cidade depois do desfiladeiro. – Encarou meus olhos que já se arregalavam de pânico.

— O-o qu- - Tentei protestar, mas o mesmo tampou minha boca com a outra mão.

— É uma ordem, Lucy! – Intensificou sua voz. – Avise a Erza sobre isto. Diga que a lenda é verdadeira e para que acreditem em sua palavra, leve isto com você. – Deu-me o broche de ouro de comandante que usava.

— Mas e vocês?! Porque eu devo fugir? – A agonia sufocava meu peito. Eles iriam todos morrer.

— Preste atenção. –Suspirou. – Você não está fugindo, você está carregando consigo uma missão importante, isso salvará Magnólia. Eu lhe confio esta missão de suprema importância, porque confio em você e quero que sobreviva. Nós iremos te dar tempo, usaremos nossa magia para segurar o vulcão, e você deve usar este tempo, correr o máximo que puder para que continue viva e terminar a missão.

— Não posso abandonar vocês... Não quero que morram! – Soluçava em meio ao choro.

— Lucy! Não há outra maneira! Ficando você será apenas mais uma vítima desse desastre! Você é uma Tenente ou não?! Seja fiel a Magnólia e salve-a!

— Porque só eu devo ir? – Enxuguei minhas lágrimas com as mãos.

— Se eu mandasse mais pessoas, ele notaria. Agora vá. Não há muito tempo.

Eu sabia que não adiantaria se opor em um momento como esse. Jellal não voltaria mais atrás com sua palavra, por mais doloroso que era abandonar meus amigos desta maneira, eu deveria ir. Eles confiavam em mim.

— Mas... – Respirei fundo. - Está bem. – Com um nó na garganta, segurando mais um choro, abracei-o fortemente como uma última despedida. - Adeus.

Não importava o que eles fizessem. Fugirem ou lutarem, da mesma maneira iriam morrer, eu sabia disso. Por isso que eu poderia a qualquer momento desistir, continuar ali e morrer com eles, mas o azulado nunca permitiria, nenhum dos meus amigos permitiria e eu sei disso. Era isso e o pensamento de que pelo menos meus companheiros que estavam na cidade poderiam ser salvos se eu partisse, que me motivava a seguir dali.

— Não diga "Adeus" e sim um "Até breve". – Sorriu, retribuindo o abraço, e afagando meus cabelos loiros. – Recomende-me à Erza.

— Sim... – Dei um sorriso torto. Olhei para a Vice-Tenente que também chorava e no mesmo instante me abraçou também. – Até breve, Levy-chan.

— Até. – Sorriu tristemente. Todos sabíamos que não voltaríamos a nos ver, mesmo assim fingíamos que era apenas um adeus temporário. – Boa sorte.

— Agora vá. – Jellal depositou sua mão em meu ombro.

Assenti determinada. Era agora ou nunca. Desci as escadas da torre velozmente e corri porta afora da construção tendo vista do ar livre. Todos estavam em caos, deixei que meus pensamentos se dissipassem para não atrapalhar minha determinação. A armadura pesava o corpo, mas não importava. Tudo o que eu devia fazer era correr para o mais longe que pudesse, até que minhas pernas não aguentassem mais e cedessem. Atrevi-me a olhar para trás uma última vez.

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Era a visão do inferno. Mesmo que de longe, eu consegui definir claramente que um braço emergia daquela lava, um corpo humano saía de dentro do Phoenix. A lenda era verdadeira. O filho do dragão de fogo realmente existia. Aquele que traria terror. Um monstro capaz de sobreviver àquela lava ardente que queima e dizima tudo que toca. Apesar da aparência, ele não era humano. Era ele que estava perturbando o vulcão. Seu corpo reluzia um brilho alaranjado como chamas, e mesmo dali senti uma forte pressão mágica. Aquilo me fez tremer, porém não mais do que quando, de repente, o vulcão jorrava a lava de uma tremenda altura e espalhou para todos os lados. Um estrondo arrepiador se seguiu. Senti como se visse toda a base, em que vivi toda a vida, fosse destruída em câmera lenta. Voltei a olhar a frente, lágrimas novamente teimavam em encharcar meu rosto. Segurei fortemente o broche e continuei correndo para adentro da floresta. O caminho era estreito e as arvores tampavam todo o céu nublado. Aquela lava já seria um grande problema, se ele percebesse minha presença, poderia ser o fim. O poderoso mago do fogo. Dizem que seus olhos são opacos, raivosos, e sem piedade. A causa de toda aquela dor era sua. Um dia te encontrarei e vingarei meus amigos.

Dragneel.