Doce

doce


Helena detestava doces. Talvez fosse por ser um fantasma e ter que ver os alunos voltando de Hogsmead com sacolas cheias de chocolates e os lábios sujos de açúcar e não poder mais sentir o gosto daquilo em sua boca. Talvez fosse porque doces a lembrassem de pessoas que perdera. Ou talvez fosse porque sempre pensava que se não fosse por doces, não estaria ali.

Claro que não fora uma caixinha de bolos de caldeirão – era assim que os chamavam? – que a matara, mas sempre se lembrava do Barão quando pensava no gosto de doces. Ele também gostava deles, também dava um jeito de roubar alguns dos morangos cobertos de chocolate de Helga para dividir com ela, também.

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Quando a encontrou no meio do Reino da Bulgária, ele não carregava doces escondidos nos bolsos. Também não falou com ela com o tom de voz que usava quando a chamava em um canto para dizer que havia afanado alguns chocolates feitos pelos elfos das cozinhas.

Depois de alguns meses sem conseguir sentir nada, sendo apenas um fantasma vagando pelos cantos do castelo onde crescera, Helena começou a perceber que seu gosto por doces estava ficando igual o de sua mãe. Rowena não gostava tanto de coisas doces, preferia coisas azedas, mas sempre se rendia a chocolates e outros docinhos quando estava com seu pai. Depois que ele morrera, parecia que ela se recusava a colocar qualquer coisa com açúcar na boca além do necessário.

Helena sempre suspeitava que os doces lembrassem sua mãe do homem que perdera. A ela, os doces lembravam o Barão. Ela podia não conseguir sentir o gosto das comidas que os alunos traziam de fora do castelo ou das cozinhas, mas sempre que via o fantasma das masmorras da Sonserina, conseguia sentir o resquício do gosto do açúcar em sua boca.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.