A Punição
Eu nunca
Atena estava completamente nervosa. Faltava menos de um dia para o “casamento do século” e Afrodite juntamente com Apolo não permitia que ela e seu noivo se vissem fazia três dias. A saudade a estava consumindo.
— Boas notícias! – uma sorridente Afrodite entrou no quarto, fazendo com que Atena pulasse de susto. — Deuses! Que olheiras são essas? Você está acabada.
— Obrigada pelo elogio – retrucou em tom amargo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Nunca pensei que ficar longe do pescador fosse te fazer tão mal – comentou, sentando-se na cama logo em seguida.
— Não é só por não poder vê-lo. Ele está com problemas no reino e eu não posso ajudar – disse com um suspiro de frustração.
— Não está mais – disse e Atena a olhou, pedindo por mais detalhes. — Ele seguiu seu conselho e foi falar com o marido daquela... Enfim, eles conversaram civilizadamente e chegaram a um acordo – fez uma pequena pausa. — Anfitrite não poderá sair do palácio do marido sem que ele esteja junto e também não terá contato com qualquer pessoa da guarda. Os ajudantes dela serão executados para servir de exemplo.
— Posso estar sendo parcial, mas acho esta punição justa – comentou com um suspiro. — Enfim, quais são as boas notícias? – perguntou.
— Hoje é o dia da sua despedida de solteira – bateu palmas e respondeu em tom animado.
— Eu falei boas notícias – retrucou revirando os olhos.
— Perséfone vai à sua despedida de solteira – respondeu sem perder a animação.
— Ok. Isso é uma boa notícia – disse com um meio sorriso. — Cadê o Apolo? – perguntou, a fim de saber sobre Poseidon.
— Cuidando da despedida de solteiro de Poseidon – respondeu com um meio sorriso.
— Hm... Há alguma possibilidade de nessa festa haver strippers? – perguntou, brincando com a barra da blusa.
— Não. Ele mesmo pediu que não tivesse – respondeu sorrindo ao ver o semblante de Atena mudar. — Isso é tão fofo que me dá até um aperto no coração saber que não se veem faz três dias.
— Ainda não consigo entender o propósito disso – resmungou, revirando os olhos.
— Agradeça a mim e a Apolo depois das núpcias – respondeu usando o tão conhecido tom malicioso.
Atena apenas revirou os olhos e murmurou algo sobre “chantagem” e “juramento”.
***
Poseidon não estava nem um pouco a fim de ir a essa festa. Depois de três dias de negociação com o atual marido de Anfitrite o que ele mais queria era descansar para estar bem disposto para o casamento, mas como ele tinha a melhor família do mundo isso não seria possível. Não que ele precisasse de muito descanso para estar com Atena... Bastaria um beijo e ele seria capaz de ficar acordado por três dias em modo operante.
Foi tirado de seus devaneios com a chegada do trio que o atormentava desde o começo do mês.
— Pelo sorrisinho no rosto eu aposto meu carro que ele estava pensando em Atena – disse Apolo para os outros dois.
— Não vale. Ultimamente ele só pensa em Atena – retrucou Hermes.
— Vão à merda seus babacas – disse Poseidon dando um soco no ombro dos dois.
— Vai ter strippers? – perguntou Ares enquanto mexia na unha com um canivete.
— Só um pequeno grupo – respondeu Apolo.
— Eu pedi que não tivesse Apolo – disse Poseidon.
— Relaxa, é só para a brincadeirinha da noite – respondeu com um sorriso.
Aparataram no pub em que a festa aconteceria e Poseidon foi amarrado em uma cadeira. Todos os deuses logo se juntaram para assistir. Bem, exceto Dioniso que tinha ganhado uma condicional para o casamento e estava enchendo a cara.
— É o seguinte – Apolo começou. — Vou te fazer algumas perguntas sobre Atena e se você errar uma das nossas garotas vai lhe fazer uma carícia. Se você ficar excitado, e eu sei que vai ficar, um dos nossos garotos na outra festa irá fazer uma carícia em Atena. Entendeu? – perguntou e Poseidon assentiu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Apolo deu uma pequena pausa para pegar as perguntas e começou.
— Vamos começar com o básico. Qual a cor preferida dela?
— Branco, mas ela também gosta de azul – respondeu com convicção.
— Certo. Um livro que ela leu mais de dez vezes? – perguntou com uma sobrancelha levantada.
— Com certeza Orgulho e Preconceito de Jane Austen – respondeu sorrindo.
— Certo! O instrumento musical que ela mais gosta de tocar?
— Violino.
— Você está deixando a brincadeira sem graça. Vou dificultar para ver se melhora – disse enquanto lia o papel. — Aqui. Qual foi a música que, segundo ela, mais marcou a estadia de vocês em Londres? – perguntou em tom presunçoso.
— Acho que devido ao que aconteceu depois, a música é “Don’t Stop Me Now” do Queen – respondeu com certa insegurança.
— Sinto muito, mas não é essa – respondeu com um sorriso que contrariava o que estava dizendo. — A música é Heaven, o primeiro dueto de vocês. Felicity querida venha aqui, por favor.
Felicity... Esse nome não era estranho para Poseidon. Ele olhou para a mulher para ver se a reconhecia e quando o fez somente um pensamento ficou em sua cabeça naquele momento. Merda.
Felicity era a bibliotecária sexy do Cassino Lótus com quem ele sempre dormia por conta de ela ser muito parecida com Atena. Seria uma missão impossível não se excitar quando ela fizesse o que pretendia, mas ele precisava ser forte. Não era ético sentir desejo por uma moça que não fosse sua noiva, mesmo que as duas sejam muito parecidas.
— Faz muito tempo desde que nos vimos pela última vez meu lorde – disse a moça enquanto se aproximava.
Poseidon logo sentiu a respiração dela na parte sensível de seu pescoço e teve que fechar as mãos em punhos para controlar a ereção. Esta não é Atena. Este não é o cheiro dela. Ignore esses beijos em seu pescoço. PENSE EM ZEUS USANDO BIQUINI!
No fim ele perdeu a luta contra seus instintos masculinos e teve que arcar com as consequências.
***
— Com licença, lady Atena? – chamou o rapaz.
Atena o olhou e espantou-se. O homem tinha os olhos verdes e os cabelos pretos iguais aos de Poseidon. Mas que droga Apolo!
— Sou eu – respondeu com certo receio.
— Deve saber que lorde Apolo mandaria alguém até a senhora caso seu noivo errasse alguma pergunta certo? – perguntou em tom simpático.
— É. Ele me explicou – respondeu corando levemente.
— Pois bem. Ele me pediu para lhe pagar uma bebida – disse enquanto mostrava os dois copinhos. — Peço que não se assuste, é apenas minha função – pediu enquanto colocava o sal na curva do pescoço de Atena.
Ela sentiu a língua dele lamber o sal lentamente, de uma forma erótica, causando-lhe arrepios involuntários. Porém antes que tivesse alguma outra reação ele bebeu a tequila e rapidamente chupou o limão, beijando-lhe a mão logo em seguida.
— Esta é por conta da casa – disse apontando para o outro copinho, deu uma piscada e saiu.
As outras deusas que até agora olhavam a cena com uma expressão de surpresa no rosto, relaxaram a postura e voltaram a conversar.
— Depois dessa eu fiquei com vontade de tomar tequila – disse Deméter com um sorriso. As outras deusas, com exceção de Héstia, concordaram.
— Meninas, hora da brincadeirinha da noite – disse Afrodite com uma cara de quem ia aprontar.
— Qual será o jogo? – perguntou Perséfone.
— “Eu nunca” – respondeu com um meio sorriso e explicou as regras rapidamente.
— Por que eu não posso responder perguntas igual Poseidon fez? – perguntou com um biquinho.
— Porque você acertaria todas as perguntas. Eu começo – disse e arrumou a postura. — Eu nunca beijei alguém em uma biblioteca – confessou olhando diretamente para Atena.
Ela corou e bebeu a dose juntamente com Ártemis, Deméter e Perséfone.
— Creio que agora seja minha vez. Mas só para constar, eu acho muito injusto nós não podermos falar de assuntos puros – disse Ártemis olhando de cara feia para Afrodite, que deu um sorriso angelical. — Eu nunca assisti a um filme para adultos.
Com exceção de Atena e Héstia, todas as outras beberam.
— Sua vez corujinha – disse Afrodite, ansiosa.
— Eu nunca beijei alguém na frente do meu pai – confessou e Afrodite murchou.
Todas as outras, com exceção de Héstia novamente, tiveram que beber a dose.
— Minha vez – disse Deméter. — Vejamos... Eu nunca fiz sexo no banheiro – declarou.
Afrodite bebeu sua dose tranquilamente, porém Atena ficou em vários tons de vermelho antes de beber a sua, enfrentando os olhares de espanto das outras.
— Por favor, não perguntem – implorou, desejando mais do que nunca sair dali e se esconder embaixo dos lençóis.
— Sua vez Héstia – Perséfone disse depois de se recompor.
— Ok – respondeu ainda abalada com a notícia. — Eu nunca beijei alguém sem que estivesse apaixonada – confessou, corando fortemente.
Afrodite e Deméter beberam suas doses e as outras se seguravam para não perguntar quem era o felizardo que ganhara sua afeição.
— Eu nunca passei do terceiro round no sexo – disse Perséfone e observou Atena e Ártemis corarem fortemente antes de beberem. Afrodite o fez tranquilamente, assim como Deméter.
— Sempre desconfiei que aquele imprestável do seu marido não fazia o serviço direito – comentou Deméter.
— Acho que fez sim – contrapôs Atena. — Ela está grávida.
— Mas o sexo não precisa ser bom para engravidar uma mulher, corujinha – disse Afrodite.
— Parem de falar como se eu não estivesse aqui! – ralhou Perséfone. — Foi maravilhoso e tenho absoluta certeza de que ele faz o serviço direito – baixou o tom de voz.
Depois da bronca as deusas se desculparam e terminaram a noite perfeitamente bem, assim como Poseidon que relaxou depois do interrogatório ter acabado sem mais erros.
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