A Punição

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Atena bateu na porta do quarto de Afrodite algumas horas depois e a mesma atendeu com o sorriso mais malicioso do mundo, fazendo Atena corar fortemente.

— E então? – Afrodite perguntou ainda sorrindo maliciosamente.

— E então o que? – perguntou de volta, fingindo não saber o motivo da pergunta.

— Pela primeira vez em milênios você chegou atrasada em um compromisso. Só há uma pessoa que possa te persuadir a fazer isso – respondeu enquanto retocava a maquiagem. — Foi bom?

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— Do que você está falando? – respondeu tentando controlar o rubor.

— Ah fala sério! – exasperou-se. — Tem quase um filme pornográfico nos seus olhos, sem contar seus mínimos sorrisos para o nada. Como foi? Você gostou? – perguntou virando-se para ela.

— Eu deveria ter imaginado que não conseguiria esconder de você – respondeu revirando os olhos. — Ele me levou para jantar e na volta ficamos no lago conversando trivialidades, porém o tempo esfriou e ele me levou até meu quarto – hesitou um pouco antes de continuar. — Desde o acontecimento no quarto dele semana passada a nossa... tensão vinha aumentando cada vez mais e... Bem, ontem nós cedemos aos nossos desejos – disse por fim.

— Pelo visto você gostou já que passou a manhã e boa parte da tarde repetindo o ato – comentou maliciosamente.

— Nós não íamos ver os vestidos? – desviou do assunto, corando levemente.

— E vamos. Este é o último detalhe que você vai poder opinar – respondeu enquanto arrumava os cabelos.

— Espero não me arrepender de te colocar à frente da organização Dite – disse com um meio sorriso.

— Vai ser o casamento do milênio corujinha, mas agora nós precisamos ir – respondeu e aparatou com ela até o ateliê onde o vestido seria feito.

***

Muitos e muitos modelos de vestidos sugeridos depois Atena finalmente encontrou um que lhe agradasse. Era simples, porém elegante.

— Não acha que esse vestido é muito simples para o casamento do milênio? – Afrodite perguntou.

— Sim. E por isso é perfeito – respondeu com um sorriso.

— Já que você não vai mesmo querer aquele vestido lindo que te mostrei algumas páginas atrás só me resta concordar – disse dramaticamente.

— Eu realmente não quero parecer o bolo do meu casamento Dite – retrucou ainda sorrindo.

— Vou fingir que não escutei este insulto – disse e empinou o nariz. — Victorie querida, escolhemos – chamou a estilista.

— Bela escolha Lady Atena – disse Victorie em um carregado sotaque francês ao ver o modelo.

— Obrigada – respondeu dando um sorriso vitorioso para Afrodite, que empinou o nariz novamente.

Passaram o resto da tarde tirando medidas e discutindo os possíveis tecidos para o vestido. Voltariam ao ateliê dois dias antes do casamento para fazerem os ajustes finais.

***

Poseidon tentava a todo custo se concentrar nos papéis a sua frente, mas toda vez que fixava o olhar nos documentos as lembranças da noite passada inundavam sua mente e ele perdia a pouca concentração que conseguia. Estava quase saindo do escritório quando Apolo, Ares e Hermes apareceram na sua frente, impedindo sua passagem.

— Afrodite nos deu um ultimato – Hermes começou. — Temos até o fim do dia para irmos até o alfaiate e encomendarmos seu traje.

— Afinal, você tem que estar bem vestido na hora de botar a coleira – Ares brincou e Poseidon revirou os olhos.

— Pelo visto Deméter não foi suficiente para amolecer essa pedra que você chama de coração não é mesmo? – perguntou ironicamente.

— Deméter e eu temos apenas uma relação carnal. Eu a satisfaço e ela me satisfaz. As duas partes saem ganhando e não rola nenhum tipo de sentimento, maravilhoso não acha? – respondeu com uma retorica.

— Você é um otário – disse Hermes em um tom tão frio quanto gelo.

— Eu ficaria ofendido se me importasse com o que os outros pensam de mim – retrucou dando de ombros.

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— Escutem, vocês resolvem essa rixa por conta de pares trocados depois ok? Agora nós vamos àquela droga de ateliê antes que Afrodite apareça aqui e dê um ataque – pronunciou-se Apolo pela primeira vez, com os olhos faiscando de raiva.

Depois de um silêncio absoluto eles aparataram e o alfaiate rapidamente começou a fazer seu trabalho, contando com a ajuda de assistentes para tirar as medidas dos outros rapazes.

— Belo chupão, Poseidon – Hermes brincou quando a gola do casaco deixou de cobrir o pescoço dele.

— Eu não tenho um chupão, Hermes – respondeu revirando os olhos.

— Quer um espelho? – disse Ares estendendo um, sorrindo maliciosamente.

Poseidon rapidamente o pegou e constatou que realmente não tinha um chupão, porém Ares e Hermes se seguravam para não gargalhar.

— Sempre funciona – disse Ares dando um soquinho em Hermes.

Poseidon xingou os dois em grego antigo, mas também sorria.

— É bom saber que não fui o único trouxa que caiu nessa – Apolo comentou com um sorriso.

— Atena vai gostar de saber que antes do casamento você já foi infiel, pescador – disse Ares com um meio sorriso.

— Fico emocionado com sua confiança na minha capacidade de ser fiel – respondeu colocando a mão no coração.

— Ninguém fica preocupado com chupões sem ter motivos – retrucou.

— Para de ser idiota Ares! – Hermes exasperou-se. — Ele e Atena transaram!

Poseidon corou com a afirmação e saiu pela tangente, dizendo que iria escolher o modelo do terno.

— Achei que eu nunca viveria para ver Poseidon corado – Apolo cochichou. Os outros dois concordaram.

***

Atena estava no quarto de Ártemis conversando trivialidades quando Poseidon e Apolo chegaram. Ele parecia que iria dar um soco em alguém a qualquer momento.

— O que houve? – perguntou a Apolo assim que ele deu um beijo rápido em Ártemis.

— Ele está muito estressado – respondeu dando de ombros.

— Isso é perceptível. Seria possível dizer a razão de ele estar desse jeito? – perguntou novamente, pegando a mão dele, que estava alheio a tudo que acontecia.

— Bem, fora ter que passar a tarde toda aturando as brigas de Hermes e Ares por causa de Héstia e Deméter, quando estávamos saindo do alfaiate ele recebeu uma mensagem de Dolphin – respondeu, hesitante em continuar.

— O que a mensagem dizia?

— A ex-esposa dele descobriu que vocês estavam noivos e, bem, parece que o palácio principal precisará de reformas de novo – disse dando de ombros novamente.

— Obrigada Apolo. Pescador? – pegou o rosto dele em suas mãos. — Vamos? – perguntou e ele assentiu.

— Terminamos a conversa amanhã? – Ártemis perguntou.

— Sim, claro. Até depois – disse e saiu.

Foram andando em silêncio até o corredor que levava ao quarto de Atena, mas quando ela virou na direção oposta Poseidon falou com ela pela primeira vez aquela noite.

— Seu quarto fica para lá – apontou a direção com o polegar.

— Não estamos indo para o meu quarto – respondeu. — Estamos indo para a minha casa.

Ele assentiu e foi o resto do caminho em silêncio.

— Certo. Conte-me tudo – disse assim que chegaram e ela o acomodou no sofá.

— O atual marido dela não é tão complacente com traições igual eu fui. O que é irônico já que eles se conheceram durante uma traição – deu um sorriso amargo. — Depois do primeiro castigo ela se arrependeu do matrimônio, ao menos foi o que ela me disse quando apareceu em meu palácio ontem – Atena franziu as sobrancelhas e ele logo tratou de se explicar. — Enquanto você falava com Zeus eu voltei ao palácio para ver se tinha algo pendente antes de planejar o jantar e ela me esperava lá. Obviamente disse que estava arrependida de tudo e que queria meu perdão. Prometeu ser uma esposa e uma rainha melhor, porém eu disse que estava comprometido com você e ela foi embora sem fazer escândalo. Fui tolo ao pensar que seria assim tão fácil – deu outro sorriso amargo. — Hoje ela enviou alguns soldados corruptos de seu marido ao meu palácio e eles mataram alguns de meus súditos. Delphim estava passando lá por perto e conseguiu evitar tragédia maior, isto lhe deu umas cicatrizes a mais.

— Oh deuses. Sinto muito Poseidon – disse e o abraçou. Ela sabia o quanto ele se importava com os súditos.

— Minha maior preocupação é essa louca fazer isso de novo – comentou e abraçou sua noiva fortemente, escondendo o rosto na curva do pescoço dela.

— Não se preocupe meu amor, nós vamos resolver isso juntos – disse e acariciou seus cabelos. — Por ora você ficará aqui e eu cuidarei de você, tudo bem? – se afastou do abraço para olhar-lhe nos olhos.

— Tudo bem – respondeu e lhe deu um sorriso fraco.

— Tem toalhas limpas no armário em baixo da pia e roupões na gaveta. Vou preparar um chá – disse e se levantou.

— Corujinha? – chamou e ela se virou. — Obrigado – ela sorriu e continuou seu caminho.

Quando ele terminou o banho encontrou uma muda de roupa sobre a cama e o cheiro de biscoitos caseiros invadia o quarto, fazendo com que ele sorrisse.

— Mary me passou a receita – disse assim que ele apareceu na cozinha. — Ela falou que eu era digna de saber esse segredo milenar e que era para eu cuidar de você direito.

— O que eu faria sem vocês duas? – deu-lhe um beijo estalado na bochecha e pegou um biscoito.

— Gostou? – perguntou enquanto servia o chá.

— É como se eu colocasse o paraíso na minha boca – respondeu de olhos fechados.

— Fico lisonjeada – disse e lhe entregou a xícara.

***

Foram se deitar depois de tomarem o chá. Poseidon já não estava tão abalado e Atena se sentia aliviada por isso.

— Obrigado por me acalmar corujinha – disse assim que se deitaram. — Eu provavelmente beberia a noite toda e faria alguma besteira se você não estivesse comigo – deu-lhe um beijo nos cabelos.

— De agora em diante serei seu porto seguro, assim como você sempre foi o meu – disse e lhe deu um beijo. — Boa noite pescador.

— Boa noite corujinha.