A Pianista

Capítulo 27


Ao chegar no colégio a Naomi estava no portão esperando-me. Ela cumprimentou-me e eu fiz o mesmo. Antes que esquecesse, eu já tirei da minha mochila o convite dela.

– Tome aqui o seu.

– O que é isso?

– O convite de casamento da minha mãe. Você não é obrigada a ir (assim como eu), mas... Terá comes e bebes, assim com uma mini festa também.

– Ah, agradeço muito! Comparecerei com muita honra! – disse dando um sorriso enorme. Até parecia que ela tinha ganhado um cheque de um valor muito alto.

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Fomos entrando e eu estava à procura dos meninos. Depois que chegamos na sala de aula, vi que o Tatsuo já estava em sua mesa. Aproximei-me dele e entreguei o convite.

– O que me deste? Um... Convite?

– Ah, sim. É o convite de casamento da minha mãe. Como comprometido – dei uma piscadinha e cutuquei de leve seu braço com meu cotovelo.

– Oh! Eu fico honrado. Muito obrigado.

O professor chegou na sala de aula e colocou suas coisas em cima da mesa. A representante da turma ordenou-nos a levantar-se e fazer reverência ao professor.

– Farei a chamada – disse o professor ajeitando seus óculos e pegando a caneta.

Enquanto ele fazia a chamada, o Hayato ainda não tinha chegado. Onde será que se metera? Encrenca novamente?

– Kazumi Hayato! – diz o professor – Kazumi Hayato! Não está presente...

Antes que ele anotasse falta em seu caderno, o Hayato sai de baixo da mesa do professor assustando-o e todos da sala.

– SURPRISE MODAFOCA!

O professor ficou encarando-o seriamente.

– Senhor Kazumi... isso seria um palavreado inadequado?

– Nada professor! Moda foca já está até em revistas... – disse tentando enrola-lo.

Eu percebi que foi um palavreado inadequado, onde comecei a rir. Tentei segurar, mas não deu. No final, fui chamada a atenção assim como o Hayato. O professor o mandou sentar-se e que se ele cometesse mais alguma daquelas “brincadeirinhas” dele iria para a diretoria. Ele abaixou a cabeça e sentou-se silenciosamente. Não tinha como eu mandar uma mensagem por bilhete ao Hayato, porque ele ficava do outro lado da sala. E se eu passasse para alguém passar, iria complicar para o meu lado. Então eu tive que esperar até o intervalo mesmo. Aquela aula parecia não ter fim! Não porque eu quase nem tomei café da manhã, mas também porque tinha que entregar o santo convite antes que me esquecesse. Depois de três períodos longos, finalmente chegou o intervalo. Peguei o convite, escondi em baixo do meu suéter do colégio e fui entrega-lo.

– Hayato, podemos ir ali no corredor rapidinho? Preciso entregar-te algo.

– Mas claro. Sobre o que seria?

– É... Algo em particular.

Saímos da sala e fomos no canto do corredor. Tirei o convite de baixo do suéter e entreguei-o. Avisei que era o convite do casamento da mamãe e que ele estava convidado. Também avise que ele não poderia esquecer-se de levar o convite no dia porque caso contrário, não entraria na cerimônia. Ele aceitou e agradeceu o convite. Depois que entreguei, parecia que as aulas restantes passaram voando. No final da aula, o Tatsuo perguntou-me se eu iria ficar no colégio. Mas recusei; ainda não me esqueci de ver meu vestido. Desculpei-me e fui para casa.

Como sempre, cheguei de casa e estava ali, sentado na mesa um homem que era meu vizinho e tornará meu padrasto daqui à alguns meses.

– Cheguei povo lindo... – disse jogando minha mochila na escada.

– Seja bem vinda de volta, querida! – disse mamãe saindo da cozinha e indo em direção a mim. – Querida, o sr. Jonson está aqui para falar com você. Espero que possa escutar.

O que ele tinha à dizer? Eu suspirei e fui até a cozinha, sentando-me em alguma das almofadas. Ele estava sentado em cima das pernas com as mãos cruzadas em cima da mesa. Estava com um olhar cheio de brilho e um sorriso no rosto, mas sem mostrar seus dentes.

– Ayumi. Poderia falar com você?

– Claro. O que é? –disse cruzando os braços.

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– Sei que depois do casamento entre eu e sua mãe, eu virarei seu padrasto. Sei que para você pode ser algo diferente ter alguém "estranho" passando a morar com você. Espero que você possa sempre contar comigo em qualquer coisa. Você não precisa e nem é obrigada a me chamar de “pai”, “padrasto” ou algo parecido. Se quiser, pode continuar a chamar-me de sr. Jonson. Pode ser um pouco estranho tendo a minha presença diante de você mas farei o possível para colaborar, porque sou um cão entrando em território diferente, não?

– Então você para marcar território urinará em tudo que é lugar? Por favor, mantenha distância do meu quarto – disse eu, fazendo ele e a mamãe rir.

– É... tipo isso – ele rio mais fazendo-me rir também. – Mas espero que eu também possa contar com você.

– Era só isso? – disse descruzando meus braços e pronta a ir para meu quarto.

– Ah, sim; claro – disse com um sorriso no rosto. Mas dessa vez, mostrando seus dentes.

Não sei muito bem se ele e mamãe irão se dar muito bem. Mamãe é do jeito doce e meigo. E ele, é do jeito doce e meigo também! Para ter equilíbrio precisam ser opostos. “Os opostos se atraem”. Sem a luz, não há escuridão; sem paz não há guerra, entendeu? Pelo menos acho que era assim com mamãe e com papai. Papai, segundo mamãe, era um homem bem bravo mas muito corajoso. Ele tinha um pavio muito curto e estressava-se com todos (acho que já sei para quem eu puxei...). Mas também era um homem muito gentil e carinhoso. Gostaria de ter conhecido esse grande homem...

Subi para meu quarto e a primeira coisa que eu fui fazer foi colocar minha mochila encostada na minha escrivaninha e desmoronar na minha cama. Dormir depressa, perdendo o almoço e janta! Como perdi as duas refeições, levantei-me de noite (acho que eram umas 22:00 por aí) e fui comer alguma coisa. Eu ascendi as luzes das escadas para ter certeza que eu não iria cair. Desci e fui até a cozinha. Abri o armário e peguei a primeira coisa que vi na frente: pão de forma. Beleza, em seguida dirigir-me até a geladeira e peguei patê de atum para passar. Aproveitei também e fiz um leite com achocolatado em pó. Depois de ter terminado a refeição, lavei oque utilizei e guardei o pão e o patê em seu devido lugar. Subi novamente para escovar meus dentes. Por enquanto, eu não fiz nenhuma besteira crônica.

Voltei para meu quarto e fechei a porta bem devagar, para não fazer barulho.

– Ufa... Nada mau ein Ayumi? - disse para mim mesma.

Para que eu fui vangloriar-me agora? Foi só virar as costas e eu tropecei num puff logo na minha frente. Por que esse puff estaria ali? Eu que não o coloquei o... Ah, espera. Foi sim "-.- Além de ter tropeçado, tinha chutado o puff fazendo meu minguinho ficar amassado eu gemer de dor. Enfiei a cara no travesseiro para abafar o som. Depois de uma madrugada nada feliz para mim, voltei a dormir, mesmo com uma dor infeliz no dedinho mínimo.