Say Something!

Capítulo 6


Pedro POV

_Espera! – Quando estamos quase entrando no Perfeitão, Karina me puxa pelo braço.

_O que foi. – Pergunto.

_Eu to nervosa.

_Relaxa o mínimo que pode acontecer é eles dizerem não.

_Relaxa por que não é você né mané!

Eu não aguento e começo a rir.

_Sério que ta nervosa por causa disso?

_Sim, cara serio, preciso socar alguma coisa.

Só ela mesmo pra pensar em porrada numa hora dessas.

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_Vai pode bater. – eu digo colocando a minha mochila na frente da minha barriga.

_Não quero te machucar.

_Meu Deus é um milagre. – eu grito só pra irrita-la. – Vou contar até três. 1...2...aaai!

Puta que pariu essa baixinha tem força. E ta rindo da minha cara.

_Você quem pediu. – ela da de ombros.

_Ta pronta agora? – digo com a voz falhando.

_Mais ou menos.

Quando finalmente ela decide que está calma entramos no restaurante.

_Tomtom? Cadê o pai?

_Ta lá em casa. – minha irmã responde. – Oi Karina.

_Oi Tomtom, tudo bem?

_Tudo e você?

_To bem. – Karina sorri.

_E então você gostou de The Office? – Tomtom diz e sai antes mesmo de obter uma resposta, Karina fica mais branca que um papel, logo depois olha pra direção onde minha irmã foi e cora.

_Você contou pra ela? – me pergunta indignada.

_Lógico que não, mas essa garota é esperta.

_Ai que vergonha cara, o que ela deve ta pensando?

_Ela não deve ta pensando nada, relaxa.

Pego a mão dela e caminho em direção a minha casa. Ela nem reclama, acho que a Tomtom conseguiu baixar a guarda da esquentadinha.

_Pai? – Chamo quando chegamos na sala, falo pra Karina se sentar enquanto esperamos. _ô Pai?

_Já vou filho.

Sento-me ao lado de Karina que parece estar cada vez mais sem graça, nunca pensei que ela fosse tímida. Gostei de conhecer um outro lado dela a não ser o de esquentadinha.

_Oi filho o que quer? – diz meu pai descendo as escadas. – E, oi Karina! – ele diz surpreso. – Desculpa, mas essa cena eu não esperava ver tão cedo, vocês dois sentados no mesmo sofá sem brigar? O que aconteceu?

_Não aconteceu nada pai.

Meu pai parece estar desconfiado, é claro, ele nunca nos viu fazer nada além de brigar e de repente estamos aqui juntos.

_Pode falar. – ele diz.

_Fala. – Digo pra Karina. Ela arregala os olhos.

_Fala você. – ela quase implora.

_Não precisa ficar nervosa, só desembucha.

_Por que eu? Você disse que ia conversar com ele!

_Eu disse que nós iriamos conversar com ele juntos.

_Eu tenho vergonha de falar. – diz ela.

_Pedro, o que ta acontecendo aqui? Karina? Você não ta grávida ta?

E é então que nós disparamos a rir, só meu pai mesmo pra pensar uma coisa dessas, quando ele nos vê rindo parece mais aliviado, mas ainda sim um pouco confuso.

_Não é isso pai. – digo ainda rindo um pouco. – É só que a esquentadinha aqui ta precisando de um emprego e eu falei pra ela que ia ver se o senhor não a contrataria por meio período, só que ela tava com vergonha de pedir.

_Nossa, vocês querem me matar? Quase enfartei aqui pensando que ia ser avô.

_Não sei da onde o senhor tirou essa ideia. – disse Karina.

_Ah, do jeito que vocês estavam falando, não sei, tirei minhas próprias conclusões.

_Bom, isso nunca vai acontecer, pode ficar tranquilo. – diz Karina.

_Que bom, mas enfim, em relação ao emprego, por que está precisando? Se não se incomoda com a pergunta é claro.

Eu também queria saber, sei que ela não me disse a verdade, ela não estava só precisando de dinheiro, tinha alguma coisa além disso e com certeza ela não me contaria. Mas como era meu pai quem estava perguntando ela respondeu.

_Seu Gael botou na cabeça que eu tenho que trabalhar pra pagar a academia, quer que eu seja mais independente.

Só isso? Puxa, estou decepcionado. Achei que ela tava pensando em fugir de casa pra ser lutadora profissional e queria juntar dinheiro pra comprar a passagem, ou sei lá o que mais.

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_Entendi, bom, como é meio período, ou seja, meio salário, acho que por mim você está contratada, mas só porque você é amiga do meu filho, vocês são amigos certo? Mas veja bem, vocês dois tem que parar de brigar, pelo menos durante o expediente, estamos combinados?

_Sério? Muito obrigada, sério mesmo, quando começo? – pergunta Karina já se levantando.

_Hoje a noite, das sete à meia-noite, seu pai não vai se importar se você trabalhar nesse horário?

_Ele não tem que falar nada, to fazendo o que ele quer que eu faça, nossa, muito obrigada mesmo. - Karina abraça o meu pai o pegando de surpresa.

Acho que nunca vi a esquentadinha tão feliz.

_Então a gente tem que comemorar. – digo.

_Como? – ela pergunta.

_Sorvete? - Sugiro. – Eu pago.

_Por mim tudo bem. - ela da de ombros.

Karina POV

Estamos quase chegando na sorveteria quando Pedro para bruscamente, ele fica me olhando, está com as mãos na cintura e batendo o pé.

_O que foi? – Pergunto.

_Estou esperando.

_Esperando o que?

_Você me agradecer, é claro.

Ops parece que eu me esqueci dessa parte. Vou até ele e o abraço.

_Obrigada.

Ele sorri.

_Repete que eu não ouvi.

_Nunca. – dou um soco de leve no braço dele, e então seguimos para a sorveteria.

Depois de comprarmos os sorvetes nos sentamos numa mesa do lado de fora da sorveteria.

_Você não é tão babaca como eu pensei que era. – admito.

_A é? Sabe, nem você tão esquentadinha.

_Então já pode parar de me chamar assim.

_Nunca! – ele responde e eu estou prestes a revirar os olhos quando ele diz. – e não revira os olhos pra mim esquentadinha.

Eu não consigo deixar de sorrir.

_Como sabe que eu ia revirar os olhos?

_Instinto. – ele pisca pra mim.

Dou um chute em sua canela por debaixo da mesa.

_Ei!

_Seu instinto não te avisou sobre isso? – pergunto.

_Meu instinto fica sempre confuso quando estou com você. Sabe quando eu te vejo o meu primeiro instinto é me afastar, por que sei que cê vai me xingar ou pior, me bater. Mas então parece que no último segundo ele muda de ideia e o que eu faço? Vou logo implicar contigo.

Eu coro. Droga. Não sei o que dizer, então fico em silêncio. Ele também parece um pouco envergonhado com o que disse.

_Então... – diz ele. – Meu pai hein? Achou que você tava grávida!

Começamos a rir ao lembrarmos disso.

_É acho que a gente meio que deu a impressão que o assunto era coisa séria. – respondo.

_É, mas grávida?

_É eu sei! – respondo. – Já volto, vou ao banheiro rapidinho.

_Vai lá.

Pedro POV

Logo quando a Karina se levanta eu vejo Cobra nos olhando da calçada, aquele cara não tem o que fazer não? Quando ela entra no banheiro ele se aproxima.

_Eai guitarrista, finalmente pegando a gatinha?

_Não enche cara.

_Que foi? To orgulhoso, ta fazendo tudo direitinho?

_Cara cala a boca.

Ele ergue as mãos como se estivesse se rendendo.

_Ela é como as outras não falei? Fácil fácil, não te disse?

_Ela não é nada como as outras seu babaca, vaza daqui.

Esse cara consegue me tirar do sério em questão de segundos, nunca vi um cara tão babaca como esse, sério, não sei como ainda tem gente que tenta ser amigo desse traste.

_Ah não acredito, ficou gamado na novinha? Cara tu ta fazendo tudo errado.

_Já mandei você calar a boca.

_Ah, mas ta apaixonadinho demais, só te digo uma coisa guitarrista, essa ai é temporária, logo tu vai se cansar dela, eai vai fazer o que depois? Dar um pé na bunda da coitada?

_Ela é diferente, não é como as suas amiguinhas que você usa e depois joga fora.

_Diferente por que?

_Ela é especial.

_Especial pra você, sabe por quê? Por que cê ta apaixonado por ela, só não admite por que tem medo de ela não sentir o mesmo por você. Eu to decepcionado contigo.

_E dai? Se eu to ou não apaixonado você não tem nada com isso idiota, vaza daqui vai procurar tua turma imbecil.

_Tu é muito idiota mesmo, perdeu a noção do perigo? Tu tem sorte que eu tento não brigar com os que não tem nem chance contra mim.

_Cara, você que veio caçar briga comigo, quer bater? Bate, mas não fala mal da Karina.

_O que ta acontecendo aqui? – Eu me viro e vejo Karina.

_Como vai gatinha? – pergunta Cobra.

_Não fala com ela seu cretino!

_Calma Pedro. – Karina diz. – Cobra, cê não cansa de bancar o vilão não cara?

_Não to bancando nada novinha.

_Ta sim, e o pior é que ta arrumando briga com ele sem motivo algum. Pirou foi?

_Só to conversando com ele. – Então ele olha em minha direção. – Domou a gatinha em, ela já ta até te defendendo.

_Eu não to defendendo ninguém mané, eu ouvi a conversa, e não gostei nada do que cê falou sobre mim.

_A é? E vai fazer o que? – Pergunta Cobra.

_Nada. – Por essa nem eu esperava, o cara a insulta e ela não vai fazer nada? Se fosse eu ela já estaria me espancando sem dó, essa magoou.

_Não vou fazer nada. – ela continua. – Sabe porque?

Quando Cobra não responde ela completa.

_Porque no fundo eu sei que você não quis dizer nada disso, só ta nos provocando porque eu sou a única que não cai nesse teu teatrinho. Eu te conheço Cobra, eu sou igual a você cara. Não venha dar uma de vilão da novela das oito pra cima de mim não, pode falar o que quiser de mim, pra quem você quiser, mas não vou cair nas tuas provocações, e meu amigo aqui. – ela aponta pra mim. – também não deveria.

_Você é louca. – Cobra diz, mas logo sai da sorveteria pisando duro.

Acho que se não estava apaixonado antes agora com certeza estou.