Quando o Amor Chega

II - Carona


A aula havia começado a cerca de duas horas e meia, então por fim terminou o terceiro período. O sinal do intervalo soou imponente por toda a escola, os alunos saiam correndo de suas salas com o intuito de conseguir um bom lugar nas mesas do refeitório. Mas ela pouco se importava com isso, sempre mantinha-se longe daquele lugar; para ela era barulhento demais e lotado demais.

Pegou seu livro, um incrível romance policial escrito pela Aghata Christie. Encontrou a árvore na qual costumava ler e pôs-se a fazer a mesma coisa do ano anterior, era costume ler debaixo de uma árvore.

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As pessoas passavam ao seu lado e ela podia ouvir cochichos sobre o tal aluno novo, não entendia o por que todos estavam tão entusiasmados com isso, ele era apenas mais um aluno e nada além disso.

O vento gélido tocou sua pele, ela momentaneamente fechou o livro e olhou de relance para o refeitório, havia várias pessoas em volta de um garoto, não precisava ser um gênio para perceber que se tratava do novato.

A garota de longas madeixas rosadas então o fitou por um instante, seu rosto era másculo, seus cabelos eram levemente repicados e bagunçados, e seus olhos eram da mesma cor de uma pedra ônix, escuros.

“Os olhos são as janelas da alma.” Aposto que ele não deve ter uma alma tão boa assim, provavelmente Amit teria devorado seu coração se estivéssemos no antigo Egito, sorriu ao lembrar-se deste velho hábito, ela possuía uma paixão por civilizações antigas.

Percebeu então que ele a olhava e ela fez questão de desviar o olhar, isso era um hábito para ela, não sustentava o olhar sobre alguém quando esta pessoa também a olhava.

Talvez se ela o tivesse olhado mais algum tempo para ele, perceberia que ele havia dado um pequeno sorriso de canto de boca.

O sol estava belo e majestoso no horizonte, seus raios agora encontravam-se mais fracos e não muito calorosos; o céu estava encoberto por nuvens cheias e pesadas pela água que carregavam.

Ele estava em seu carro, andando pelas ruas de Yokohama, quando a viu. Quem sabe ela não estava voltando para casa? Bem isso ele não sabia dizer. Não importou-se com ela até o momento em que começou a chover e viu-a ser ensopada pelos grossos pingos d’água que caiam sobre a cidade. Parou o carro ao lado dela e indagou se gostaria de uma carona até a a casa dela.

– Desculpe, mas não ando com estranhos. – ela disse de forma cordial

–Ah...Sou seu colega de classe, lembra-se?

– Eu sei, mas você não é meu amigo e não fomos apresentados pessoalmente.

“Bem, não posso dizer que ela não é direta.”

– Olha eu não tenho tempo para isso, só aceite a carona ou se preferir pode se molhar até chegar a sua casa. – o moreno lhe disse dando ênfase na segunda opção

– Acho que fico com a última opção então, mas obrigada de qualquer forma. – ela seguiu seu caminho

Ele ficou alguns poucos minutos digerindo o que acabara de acontecer, normalmente as pessoas aceitariam o convite sem que ele insistisse muito, mas aquela garota era diferente, não se importava com ele. Deu um sorriso e dirigiu até chegar em casa.

_____

Assim que colocou os pés na mansão de sua família a empregada, uma doce senhora de quase 50 anos lhe disse que a senhora Mikoto havia ligado para saber como havia sido o primeiro dia de aula do filho.

Por consideração com a mãe decidiu retornar a ligação.

– Oi querido, a Azuya deixou meu recado a você, aposto.

– Sim mãe, você sabe que ela é uma excelente profissional, devia deixa-la como governanta aqui em Yokohama. – falou o moreno

– Hum...certamente farei isso quando retornar. Como foi na escola, o mesmo de sempre? – sua voz parecia um pouco embargada, Mikoto sentia-se triste pelo modo como o filho se sentia em relação às pessoas que o rodeavam, sempre importando-se com a herança e não com a boa pessoa que era.

Mikoto então parou para refletir isso, por causa desse interesse ele tornou-se uma pessoa fria, reservada, mas ela sabia que no fundo ele não se abria a esse tipo de pessoas.

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– Sim. – confirmou com uma monossílaba aquilo que sua mãe desconfiava – Mas teve uma garota que não se importou com isso, nem um pouco.

– Entendo. – foi o que a senhora de 40 anos conseguiu dizer.

______

O celular começou a despertar e uma música fez-se presente no ambiente recluso daquela jovem, as janelas abertas permitiam que uma leve brisa ameniza-se o calor daquele local. A partir daquele momento ela teria somente quarenta minutos a seu favor para se trocar, realizar a higiene pessoal , tomar café e ir para a escola.

Dificilmente o universo conspirava a seu favor, mas este foi um dos dias em que isso ocorreu, o dia conspirou perfeitamente para que tudo ocorresse da melhor forma possível. Houve tanto suficiente para que a jovem realizasse todas as suas atividades.

Ao chegar na escola sentou-se em baixo da sua querida e adorada árvore , quando sua amiga sentou-se ao seu lado.

– Saky-chan, tudo bem contigo? – indagou-lhe uma garota com longas madeixas roxas e olhos incrivelmente perolados

– Oie Hina. – falou a garota um pouco chateada, mas tentava não demonstrar isso

Sua melhor amiga havia se distanciado dela, não a culpava, afinal a amiga tinha sua própria vida e afazeres, além disso, passava muito tempo com o namorado. Um loiro simpático e sem noção, combinava perfeitamente com a Hyuuga.

Foi então que ela o viu aproximar. Ele quem? Convenhamos que ela esperava qualquer pessoa, menos ele.

– Querida, Saky-chan. – gritou o louro histericamente

Então ambos chegaram perto da árvore em que ela estava, fechou o livro abruptamente e olhou-o nos olhos. Então o loiro fez questão de os apresentar.

– Hina, Saky; este aqui é o Sasuke Uchiha, o aluno novo. – disse ele animado por ter feito um novo amigo.

Ele deu um sorriso sem jeito, aproximou-se dele em um abraço sem graça e mencionou em seu ouvido de forma calma e calorosa.

– Já que fomos apresentados , espero dá próxima vez eu possa lhe dar uma carona.