XI - Namorado

Um verdadeiro romance é sempre a interpretação desajeitada de um sonho.

– Senhor você não pode ir por ai. - falou uma mulher em tom elevando

O moreno apenas virou-se para vê-la, apertou o passo e murmurou mais para si do que para ela "você não deve saber com quem esta falando".

Ele leu em uma placa que estava localizada em uma altura adequada da porta o número do quarto de hospital, exatamente aquele que falaram para ele.
Abriu a porta apressado e extremamente nervoso, não pelo fato dela ter faltado ou mesmo desobedecido ele, mas pelo fato dela ter se machucado, ele devia ter a oferecido um táxi ou algo do gênero.
Ao vê-la cheia de roxos, escoriações e cortes nos lábios, ele teve o instinto de ir abraçá-la.

– Você não esta nada bem. - comentou ele
– Ah, bem na verdade até que não foi nada sério.
Ele a olhou de um modo que a fez estremecer.

– Você não faz ideia do quão preocupado fiquei quando soube que você havia se machucado.

Ela o olhou com incredulidade, e não pode deixar de dizer a ele algumas boas palavras.

– Pois é, mas tenho certeza de que você não ficou assim quando disse que vinha para Nova Iorque.

Aquilo certamente foi um chute no estômago, ninguém nunca havia lhe jogado algo na cara como ela fez.
Eles então escutaram um pequeno grunhido, Sasuke se virou e notou que havia um ruivo sentado ali, em uma cadeira de frente para a rosada.
Sasuke parou alguns minutos observando aquele rapaz, ele mantinha uma expressão séria, o moreno podia dizer que ele possuía uma idade próxima da sua, seus cabelos eram um pouco cumpridos e desgrenhados, usava uma calça jeans, sapato e uma camisa polo, talvez apenas um jovem de família rica.
– Ah deixe-me adivinhar, este dai é o seu namorado? - indagou ele fazendo pouco caso.

O ruivo levantou-se, aproximou-se de Sakura e então a beijou, chegou em seu ouvido e sussurrou algo que o dono dos orbe ônix não conseguiu ouvir.

– Sim, sou o namorado dela, Sasori, ah...prazer em conhecê-lo. - disse a contra gosto - Suponho que você seja o chefe dela.

– Exatamente. Eu apenas quis saber como minha funcionária estava. Mas vejo que ela esta em boa companhia, então eu vou indo, afinal tenho uma multinacional para administrar. - ele disse enquanto abria a porta - Sasuke, você sai daqui em quantos dias?

– Tenho que ficar aqui por mais três dias.

– Bom se quiser alguém para buscá-la, procure-me. - falou de modo gentil antes de sair do recinto
– Não se preocupe com isso, ela tem quem fazer isso e quem cuidar dela também. - pode ouvir Sasori dizer do corredor.

Sasuke ficou pensativo em todo seu caminho até o carro, ele notou algo estranho em Sasori, não saberia dizer o que, mas estava decidido de que descobriria.
Ficou alguns minutos no carro, a cabeça apoiada no volante, Sasori estava escondendo algo da rosada, mas como ele encontraria provas disso? Pegou o celular e discou um número.

– Alô?

– Aqui é a Konan, empresas Unity Inc., quem gostaria?

– Konan, aqui é o Sasuke, eu preciso que chame o Itachi e mande-o cuidar das empresas para mim por um tempo, tenho algo a fazer.

– Mas senhor, Itachi esta em Washington.

– Konan, não me venha com desculpas. Mande-o pegar o avião de nosso pai, Fugaku não o usa desde que nós mandou para cá.

– E o que digo ao senhor Itachi?

– Apenas diga que é importante e diga que tem relação com uma pessoa. Tenho certeza que ele entenderá.

– Senhor, e como esta a Sakura?

– Ela esta melhorando, em breve a veremos de volta e espero que sem os cortes e roxos. Agora eu tenho a fazer, até mais Konan.