– Angeles, eu te amo. – German puxava o braço da loira e fazia com que ela o olhasse nos olhos. Aquilo era a maior tortura que poderia usar contra a mulher, os olhos de German fixavam-se com os seus e faziam com que tudo ao seu redor desaparecesse. – Eu preciso de você junto a mim pra sempre. Por você eu faço tudo, Angie, tudo.

– Não, German. – Ela fechou os olhos com toda a força e uma lágrima escorreu lentamente pelas suas bochechas. Aquilo doía nela tanto que estava impossível de conseguir segurar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não faça isso comigo, meu amor! – Ela fechou os olhos e respirou fundo. Estava impossível resistir a German falando aquilo daquela forma. Ela ia se entregar quando sentiu a presença de mais alguém no local, ao virar deparou-se com Jeremias.

– O que é isso? – Ela empurrou o homem com toda a força e olhou para ambos lado a lado.

– Nós te amamos, Angie. – Ambos falaram e a mulher entrou em desespero. Colocou as mãos no rosto e gritou. Um grito fino e agudo exalando dor e desespero.

– NÃO! – Angeles gritou e levantou-se rapidamente da cama, olhou para os lados e nada viu. Estava sonhando.

Ela respirou fundo e sentiu um gosto salgados nos lábios, ela havia chorado, mais uma vez, por ele. Não era a primeira nem a última vez que ela o faria. Levantou-se e foi até o banheiro lavar o rosto. Voltou para a cama e deitou-se, estava com muito medo de voltar a sonhar com German, mas era inevitável, ela sabia. As vezes as pessoas acreditam que é fácil fingir um sentimento ou fingir que não sente. Angeles era uma dessas pessoas. Ela tentava fingir tantos sentimentos mas o que ela jamais conseguiria fingir bem o bastante para convencer as pessoas a sua volta era que já não amava mais German. Seus olhos diziam tudo, mesmo que ela tentasse evita-lo.

XXX

– Angie! – Violetta gritou do zoom ao ver a tia passar por ela sem nem ao menos falar, a mulher sobressaltou-se e olhou para a sobrinha – Tudo bem? Você parece agitada, não sei...

– Tô ótima, Vilu, só um pouco apressada. Me atrasei e tenho uma reunião com uns contadores para o Studio. – Ela falava apressada e não olhava nos olhos da sobrinha. Violetta estranhou, claro, pois sua tia sempre fora tão confiante e sempre olhava aos olhos das pessoas transferindo confiança.

– Jura?

– Sim, minha linda! – Angie abraçou a sobrinha – Vamos almoçar hoje, não é?

– Ai, Angie – Violetta fez uma careta e Angie riu – eu prometi que ia almoçar com o papai.

– Tudo bem. – Angie ficou séria ao ouvir falar do homem – Nós almoçamos juntas amanhã.

– Não, tia! – A garota segurou o braço da loira que já se encaminhava para a sala da diretoria – Vai lá pra casa almoçar com a gente. O Ramallo e a Olga sentem muita falta de você.

– Não, Violetta. – Angie falou séria e soltou um suspiro – Você sabe que eu não quero falar com o seu pai.

– Não precisa, tia. Você vai almoçar comigo, ué... – a mulher ia reclamar mas Violetta não deixou – e eu preciso, urgentemente te mostrar o que eu achei no quartinho da mamãe.

– Tudo bem, Violetta. – a mulher soltou um suspiro e beijou a testa da sobrinha – Eu te vejo lá mais tarde.

Angeles andou em direção à sua sala e jogou-se na grande cadeira, a reunião fora uma grande invenção para não ter que dar explicação para a sobrinha do seu estado decadente. A manhã seria longa e a hora do almoço mais ainda, ela teria que ser forte em relação a German.

Estar na mesma sala que ele seria um castigo terrível. Seu autocontrole estava cada vez mais escasso. German mexia com cada parte do seu corpo e da sua cabeça. Ele era completamente dono dela, só faltava a loira admiti-lo.

XXX

– Precisamos conversar, German. – o velho segurou no braço do homem quando ele saía da sala de exames – Vamos até a minha sala, por favor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu não tenho tempo, Paulo, vou almoçar com a minha filha. – ele tentou puxar o braço mas o homem segurou-o ainda com mais força. German sabia que não iria sair dali antes que conversasse com o amigo, então não resistiu mais e andou até a sala de Paulo.

– Você sabe que o seu estado é preocupante, não sabe? – o velho falou e German soltou um suspiro.

– Foi para isso que você me chamou aqui, Paulo? Pra me dizer que eu vou morrer? – ele soltou uma risada desdenhosa e olhou para o amigo – Isso não é uma novidade para mim, meu caro amigo... eu já estou morto.

– German não fala assim. – o homem suspirou e cruzou os braços – Você não vai morrer, eu só preciso que você pare de esconder isso. A Violetta tem o direito de saber o que está acontecendo.

– Ela não vai saber.

– Ger...

– Não insista! – o moreno gritou e levantou-se – Violetta nem ninguém saberá disso, ouviu? – ele apontou o dedo indicador para o velho – Essa é uma decisão minha, e não é você que vai muda-la.

German bufou e saiu do escritório batendo a porta.

XXX

– Angie! – Violetta falou ao abrir a porta e ver a tia, abraçou-a com muito carinho e sorriu – Entra.

A mulher exitou mas acabou entrando. Entrar naquela casa sempre trazia um arrepio profundo e uma sensação de temor e tristeza, pois aquela casa foi palco da melhor e da pior parte da vida dela. Ela havia sido a mulher mais feliz e a mulher com maior desgosto, dentro daquela casa.

– E... e o seu pai? – Angie murmurou e Violetta sentou-se no sofá.

– Ele ainda não chegou... – a garota suspirou e olhou para a tia – ultimamente ele tem saído muito a essa hora e tem estado estranho. – Angie estranhou e sentou ao lado da sobrinha, abraçou-a de lado e ficou fazendo carinho nos cabelos da garota - Eu estou preocupada, tia.

– Não se preocupa, Vilu, seu pai é bem grandinho, aposto que ele sabe se cuidar. – Angie sorriu e a sobrinha também o fez.

– Senti tanta falta dos seus concelhos e dos seus abraços!

– Então aproveita que eu estou distribuindo abraços, minha pequena. – ambas riram e voltaram a se abraçar.

– Eu também ganho? – uma voz grossa inundou o ambiente e fez com que uma série de arrepios percorressem o corpo de Angeles. Ela respirou fundo e separou-se um pouco de Violetta para que ela pudesse controlar seu corpo e seu coração.

– Papai! – Violetta falou ao perceber o clima tenso no local, levantou-se e foi até o pai, o abraçou com força e olhou para a mulher que permanecia calada e sem olhá-los. – Vamos comer? Aposto que deve estar com fome, você saiu muito cedo, aposto que mal tomou café da manhã.

– Vamos sim, filha. – German falou um pouco triste por estar sendo tão bem ignorado pela loira que nem sequer o olhava.

Angie levantou-se e seguiu o pai e a filha até a sala de jantar. German sentou na ponta da mesa e Violetta ao seu lado, a loira olhou para o local ao lado do homem, mas sentou-se ao lado da sobrinha. Seria perigoso demais sentar ao lado dele.

O almoço percorreu normalmente, Olga fez um novo escândalo ao ver Angie na casa e Ramallo permanecia da mesma forma. Ao final do almoço quando celular de Violetta soou e ela teve que sair para atende-lo um silêncio incomodo tomou conta do ambiente e sem a mínima força de vontade ambos, os seus olhares se encontraram, apenas pela necessidade de estarem em contato. Angeles estremeceu e percebeu que German também o fizera, respirou fundo e olhou para Violetta que acabara de entrar na sala.

– Me desculpem mas eu preciso ir agora. – Violetta fez uma careta e suspirou – as meninas precisam de mim e não posso demorar. O Ramallo e a Olga vão me deixar e depois eles vão no mercado, tchauzinho.

– Violetta! – Os dois falaram ao mesmo tempo mas foi tarde demais porque a menina já havia saído de casa, quase as carreiras.

Os dois se olharam mas Angie logo desviou o olhar. Ela levantou-se e pegou a bolsa.

– Eu já vou, German. Cuide-se. – Ela ia saindo pela porta quando ouviu um barulho de cadeira caindo e um pequeno gemido de dor. Virou-se e viu o homem caído no chão e tentando voltar ao normal com a sua respiração. – GERMAN!