- Olha pra mim, Angeles! – German esbravejava e segurava as lágrimas o máximo que podia. – Não faz isso comigo de novo. – Ele se aproximava dela a medida que ela se afastava. – Não faça isso por mim... Eu juro que não mereço.

- Se afasta de mim, German! – Ela gritava e empurrava o homem para longe com todas as forças que podia. – Eu tenho nojo de você. – Ela deu ênfase na palavra nojo, o que deixou German em cacos. Mas ele merecia, merecia até mais do que isso.

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- Angie... – German se aproximou e colocou as mãos nos braços dela fazendo-a encará-lo – Me larga, me tira da sua vida, faz o que quiser, mas não faça isso com você nem com a Violetta. Eu imploro.

Angeles, em um movimento rápido, se soltou dos braços de German e saiu de perto do homem, ela pegou a bolsa e andou diretamente até a porta sem olhar para trás, essa dor era maior do que ela poderia aguentar, tantas mentiras, tantos erros e tantas desculpas. Angie estava cansada daquela vida, cansada de tudo o que dizia respeito German e aquela vida de lágrimas e sofrimento. Um pouco antes de chegar na porta ela virou-se e encarou os olhos de German que estavam vermelhos e desolados.

- Eu te odeio, German Castillo. Eu te odeio com todo o meu amor. – Ela falou entredentes e saiu de casa fechando a porta com toda a força que podia.

Angie precisava de uma nova vida, Angie precisava ficar longe de German e tudo que a fazia sofrer e perder seu tempo com lágrimas.

XXX

Semanas, meses e anos se passaram e a vida de Angeles e German não ficaram estáticas, mudanças drásticas ocorreram na vida de ambos, o que acarretou consequências, boas e ruins.

XXX

Ligação on:

- Olá, Antônio, que saudades! – Angie falava ao celular enquanto tomava seu café da manhã e brincava com o labrador que havia ganhado de um dos artistas que gravavam suas músicas. – Como estão as coisas por aí?

- Também estou com saudades, minha menina... – Antônio falou e soltou um suspiro – Mas as coisas por aqui não vão nem um pouco bem.

- O que aconteceu?

- O Studio, minha querida, está afogado em dívidas e nossos alunos estão saindo cada vez mais. As coisas pioram a cada dia que passa. – ele respirou fundo, pois a frase que iria proferir cortava o seu coração, e provavelmente também o faria com o da loira. – Eu vou vender o Studio, Angie.

- O QUE? – Angeles falou abismada e soltou a comida, já não tinha forças nem fome.

XXX

- Papai, eu preciso falar com você, me atenda, por favor... – Violetta falava ao celular e suspirava, sentia falta do seu pai, ele era a pessoa mais importante da vida dela e sentia falta de tê-lo por perto. Desde que German se fora para a casa de campo ela tem estado triste, mesmo ao lado de Leon, Olga, Ramallo e seus amigos, o pai dela era o que faltava. – Eu sinto sua falta, pai. É isso. Eu te amo. Me liga.

Violetta finalizou a chamada e foi até a porta para atender à quem tocava a campainha. Sorriu ao ver Leon do outro lado da porta e pulou em seus braços

- Meu amor! – Ela o olhou e sorriu, eles entraram e foram para o sofá. – Senti tanto a sua falta.

Leon havia saído em turnê na Argentina com sua banda e Violetta havia ficado por culpa dos assuntos do Studio e do You Mix.

- Também senti sua falta, minha linda! – Ela sorriu e o abraçou novamente. – Como está seu pai?

- Meu pai... – Violetta soltou um largo suspiro e seus olhos encheram-se de lágrimas – Ah, Leon... Eu sinto tanta falta dele.

- Ele não tem respondido às ligações de novo, não é? – Leon acariciava o rosto da namorada. German passava meses em sua casa no interior de Buenos Aires e chegava a passar meses sem dar notícias.

- Não, e eu já estou começando a ficar preocupada. – Violetta o abraçou e se aconchegou nos braços do namorado. - Desde que a Angie se foi ele não têm sido o mesmo. Eu sinto falta do meu pai, Leon. Eu sinto falta da Angie e do meu pai.

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- Eu sei, meu amor. – Ele falava enquanto acarinhava a garota que começava um choro silêncioso.

XXX

- German, quanto tempo! Como você está? Por que não aparece mais? Eu não consigo mais te ligar nem falar diretamente com você! – Ramallo falava nem sequer respirar ao telefone, German havia telefonado após muito tempo distante.

- Eu estou bem, Ramallo. – Ele falou rispidamente – É que eu fiquei sem internet e preciso saber se os documentos e as taxas foram enviadas para o Japão com êxito.

- Sim, tudo ocorreu como de planejado. – Ramallo disse inconformado por ele ter ignorado tudo o que havia dito – Mas como você está? Por que não aparece nem dá mais notícias? A Violetta sente sua falta, German. – Ele suspirou – Você não pode fazer isso com você nem com a Violetta.

- Eu estou bem, Ramallo. E diga a Violetta que eu a amo. – German murmurou quase sem vontade e desligou o celular rapidamente sem dar espaço para outro sermão do amigo.

German sentou na grande cadeira de balanço que havia na varando da casa e ficou encarando fixamente o céu e as nuvens que por ele rondavam. Seus pensamentos deixaram de ser os seus maiores companheiros há muito tempo, agora, eles só o faziam lembrar-se de todas as burradas e de todos os erros que ele já cometera.

Nada podia arrancar um sorriso dele, sua vontade de viver estava excassa e sua vida não era mais como antigamente. Ele perdera a única mulher que amara depois da morte da Maria. German se sentia o ser mais sujo e inóspito que poderia habitar a Terra, mas ele estava ciente de que merecera tudo aquilo. Isso era a sua única salvação.