Royal Hearts

América - Presente de Natal


Os raios de sol que entravam pelas cortinas entreabertas me despertaram para mais um dia cheio de obrigações e deveres como rainha. A manhã estava particularmente bonita, especialmente por ser véspera de Natal. Mesmo dois anos após a Seleção ainda não me acostumei com a rotina.

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Cuidadosamente me virei na cama para observar Maxon dormir, como faço todas as manhãs; não me canso de agradecer por ele estar vivo e por me amar, mas ele já havia se levantado. Com preguiça, resolvi fazer hora, rolei até o lado da cama de Maxon e respirei profundamente o cheiro que o travesseiro guardava dele.

– Com saudades do rei, rainha? – envergonhada pela cena que Maxon acabará de presenciar não tive coragem de encará-lo, apenas retornei para o meu lugar, sem dizer uma palavra.

– Ora América, somos casados, não precisa ter vergonha. Eu trouxe nosso café, pessoalmente. – virei-me lentamente e admirei um Maxon de cabelos desarrumados, com um pijama branco que fazia par com o meu e uma bandeja de café da manhã repleta de comida e flores.

– Da próxima vez anuncie sua presença, Alteza. – apesar de querer ficar com raiva, como eu poderia? Maxon simplesmente não permitia, às vezes de propósito, às vezes sem querer, ele simplesmente me impedia de nutrir qualquer sentimento por ele que não fosse amor. Com um sorriso no rosto ele colocou a bandeja na cama e me serviu uma xícara de café.

– As cozinheiras estão preocupadas com a ceia de natal, já que até agora você não lhes deu uma opção de menu. Sua família vai vir?

– Sim, eles vão vir, e minha mãe gosta de cozinhar, então não vamos precisar das cozinheiras. Eu estava pensando se poderíamos dar folga para todos que não são estritamente necessários hoje... Podemos fazer isso?

– Tudo bem por mim. – ele parecia um pouco distante.

– Aconteceu alguma coisa?

– Só estava lembrando como minha mãe gostava desta época do ano. Todo natal ela escondia meus presentes e me fazia procurar por eles pelo castelo inteiro. – A morte da rainha Amberly ainda estava muito recente e Maxon sentia muito a falta dela, doía meu coração vê-lo assim. Abracei-o forte para tentar dissipar um pouco da dor que ele sentia.

– Você convidou o August e Georgia?

– Falarei com ele hoje na reunião do conselho.

– Estou doida para ver o pequeno Adam. – Maxon riu sobre meu comentário e me olhou com maldade.

– Se você quiser podemos fabricar um pequeno Maxon agora mesmo. – ele me puxou para perto e me beijou lentamente no começo, e foi aumentando o ritmo a medida que continuávamos. Uma de suas mãos estava em meus cabelos enquanto a outra apertava minha coxa e subia minha camisola lentamente. Mesmo sem nenhuma vontade, parei o que estávamos fazendo e encostei minha testa na dele. Ficamos assim por alguns segundos enquanto eu recobrava o fôlego e recuperava as palavras.

– Por mais que eu queria ficar nesta cama o dia inteiro, precisamos nos arrumar.

– Infelizmente você está certa. Vamos terminar de comer isso então. – Peguei um pedaço de bolo de milho que estava na bandeja e mordi, mas meu estomago começou a embrulhar e eu senti um enjoo muito forte. Corri em direção ao banheiro.

– América? O que foi? Onde você está indo? – bati a porta do banheiro sem dar nenhuma explicação e comecei a vomitar. Maxon batia na porta desesperadamente.

– América me deixa entrar, abre essa porta. – batidas – Por favor, abre a porta. – mais batidas.

– Maxon, eu estou vomitando agora, não vou deixar você me ver assim. – por mais bobo que fosse eu não queria que ele me visse desse jeito.

– Larga de besteira, quantas vezes tenho que repetir que nós somos casados? – lá vou eu novamente, comecei a passar mal de novo, esse evento estava frequente nessas últimas semanas.

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– Se você não abrir eu vou mandar os guardas arrombarem. – destranquei a porta. Maxon entrou no banheiro desesperado enquanto eu estava sentada encostada na parede do canto, ele correu em minha direção e se agachou na minha frente.

– Você não gostou do bolo? Estava estragado? Você está doente?

– O bolo estava gostoso, meu estômago que está fraco ultimamente, não te disse antes porque não queria te preocupar.

– América se você não está se sentindo bem você deveria me falar, eu sou seu marido. – passou a mão nos cabelos, um hábito quando ele estava nervoso.

– Tudo bem, me desculpe.

– Eu vou mandar chamar o médico. Você já terminou? – balancei a cabeça em afirmativa. Gentilmente Maxon me pegou no colo e me levou para a cama.

– Você vai se atrasar, pode ir arrumar que eu estou bem e o médico daqui a pouco estará aqui.

– Não vou deixar você sozinha enquanto está doente.

– Maxon, eu estou bem agora. Juro. – sorri para ele. – E daqui a pouco a Marlee estará aqui para me fazer companhia. – convencido, ele beijou o topo da minha cabeça e foi se arrumar.

Passado alguns minutos, Marlee, acompanhada pelo médico, adentraram o quarto. Eles fizeram uma reverência e se apressaram para perto de mim. Marlee pegou minhas mãos enquanto o médico fazia seu trabalho.

– América, de novo? Eu já não tinha pedido para você consultar o médico?

– Eu pensei que não era nada grave, e você sabe quantas tarefas eu tenho, não posso ignorar isso por uma coisa pequena como essa.

– Pequena nada! Se você não melhorar e cair de cama vai ser pior. – enquanto era repreendida por Marlee, Maxon voltou vestido impecávelmente como sempre e sorrindo pela bronca que eu levava.

– Marlee, o que seria da minha vida sem você para colocar juízo na cabeça da rainha?

– No futuro, já que ela é tão negligente com a saúde, reportarei para você rei Maxon.

– Contarei com sua ajuda Marlee. Meu amor, estou saindo, qualquer coisa, e eu digo qualquer coisa mesmo, me avise. – observei ele caminhar para fora do quarto enquanto sentia uma picada de agulha no braço.

– Rainha América, este soro é para você recuperar suas forças e se hidratar. Eu recolhi um pouco de sangue e mais tarde volto com os resultados, mas, até agora, pelo meu diagnostico, eu diria que é apenas cansaço. Por favor, descanse. – após uma reverencia o médico se retirou.

– Você ouviu, repouso para você mocinha. – Marlee ficou de guarda sentada em uma poltrona em meu quarto até que eu pegasse no sono.

***

Despertei com a porta se abrindo, o médico havia retornado com os resultados do meu exame com uma expressão séria.

– Rainha América...

– Eu estou doente. Pode falar... Não amenize os resultados. Seja o que for eu aguento. – ele começou a rir. – Porque o senhor está rindo? Eu não estou doente?

– Perdoe minha indelicadeza, mas, é justamente o contrário. Sua saúde está em perfeito estado. Vossa Alteza está apenas em uma condição delicada, por isso os enjoos. Rainha América, você está grávida. – Marlee começou a pular e a festejar enquanto eu tentava absorver a notícia. Como isso poderia ter acontecido e eu nem ter notado?

– Muito obrigada pela excelente notícia. Eu peço que o senhor seja discreto sobre o assunto até eu contar para o rei. – após me parabenizar o médico se retirou.

– América! Parabéns! Você vai ser mãe! – minha cara não parecia muito boa, porque o sorriso no rosto de Marlee foi se apagando. – O que foi? O que tem de errado?

– Eu não sei nada sobre bebês. Bem, eu olhava meus irmãos, mas o trabalho pesado ficava com minha mãe. Como eu vou saber o que fazer?

– Oh América, calma! Você vai saber o que fazer! Sua mãe e eu vamos te ajudar! Você vai ser uma excelente mãe.

– Meu Deus! Eu vou ser mãe! – começamos a rir e a pular iguais loucas.

– Temos que começar os preparativos para a ceia, você não vai mesmo vir? – perguntei um pouco ansiosa.

– Não posso, vou passar com minha família. No próximo com certeza eu venho.

– Você disse isso o ano passado. – fiz uma cara feia pra ela. – ok então. Tenho que me arrumar, receber minha família e dispensar os funcionários que não precisam ficar aqui. Isso quer dizer senhorita, que você pode ir embora.

– Tem certeza? Você está mesmo bem?

– Depois dessa notícia eu estou ótima! Pode ir e lembre-se: nenhuma palavra pro Maxon. Vou contar para ele mais tarde. Feliz Natal! – abracei forte minha amiga e me despedi dela.

Tomei um banho e me vesti a tempo de receber minha mãe, May, Gerad, Kenna, James e Astra. Minha mãe rapidamente se dirigiu a cozinha na companhia de Kenna, e May e Gerad saíram para explorar o palácio enquanto James cuidava de Astra. Eu acomodei-os e me dirigi para o escritório do rei para lhe dar a notícia antes de todos.

Enquanto caminhava pelos corredores imaginei um pequeno Maxon correndo ao redor em busca do seu presente de natal, e a rainha Amberly o seguindo em segredo para admirar o filho. Resolvi fazer o mesmo. Meus pés me levaram para um destino diferente; ao chegar na minha sala de desenho rapidamente me pus a desenhar um mapa que levasse a um cômodo vazio do castelo, que fica ao lado do nosso quarto, onde poderia ser o quarto do nosso filho ou filha. O ponto de partida era o escritório, andava pelo corredor, virava, subia as escadas para o terceiro andar, virava à esquerda, andava mais um pouco, aí estava. Depois me desenhei e marquei um “X” em minha barriga. Será que ele iria gostar da notícia?

De volta, indo encontrar Maxon, percorri o caminho do mapa ao contrário do que ele seguiria. A cada passo meu coração disparava e imaginava a reação que veria estampada no rosto dele. Em frente à porta hesitei um pouco antes de bater com receio de Maxon estar em meio a uma reunião. TOC, TOC.

– Entre. – era o tom formal que ele usava porque não sabia quem era, quando viu que era eu rapidamente abriu um sorriso.

– O que deseja minha rainha?

– Minha mãe e os outros já chegaram e iniciaram os preparativos para o jantar. Você vai demorar?

– Não, não. Daqui a pouco estou descendo. – sorriu novamente para mim.

– Estamos te esperando então. – retribui o sorriso – Eh...

– Diga América. – acho que minha falta de jeito ao me expressar divertia muito ele.

– Isso... – entreguei a folha de papel para ele. Maxon que era curioso logo se pôs a abrir o envelope – NÃO! Você tem que abrir depois que eu for embora.

– Tudo bem. – ele estava curioso e divertido. Acho que ele está pensando que é uma carta.

– Tchau então...
– Espera... – parei de caminhar e me virei para encará-lo – não ganho um beijo de despedida?

– Não! – mostrei a língua pra ele e continuei meu caminho até a porta. Mesmo ao lado de fora do escritório escutava Maxon gritando que hoje era natal e que eu não tinha lhe dado um presente, mas ele aceitaria o beijo como um.

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Caminhei, ou melhor, corri para o quarto onde nos encontraríamos novamente. Meu coração estava disparado por causa da corrida e da ansiedade esperando Maxon entrar pela porta. Se ele não abrisse o envelope imediatamente depois que eu deixei a sala, as consequências vão ser catastróficas para ele! Um minuto se passou e nada... Dois... Três... Quatro... Cinco... Maxon abre a porta ofegante e corre em minha direção.

– América... por favor... – suas palavras eram entrecortadas devido a falta de ar.

– Respira primeiro Maxon. – lhe entreguei um copo de água que eu havia preparado caso sentisse sede por correr até ali. Ele o tomou rapidamente.

– Tudo bem. América isso quer dizer o que eu acho que quer dizer? – eu abri um enorme sorriso para ele.

– O que você acha que quer dizer? – ele agora sorria devido a minha resposta e por saber que sim, era exatamente isso que significava.

– Meu presente de natal esta escondido com você! Pode me dar porque eu achei. – olhei para ele desapontada, mas só atuando, porque ele sabia o que era; então resolvi entrar na brincadeira.

– Só daqui nove meses. – Maxon abriu um sorriso ainda mais brilhante ainda. Me abraçou e rodopiou pelo quarto.

– América! Muito obrigado! – meus olhos se encheram de lágrimas.

– Obrigada você Maxon.

Ele se ajoelhou ao meu lado, o que me surpreendeu, e então começou a beijar minha barriga.

– Para com isso Maxon!

– De jeito nenhum! Minha filha e a mãe dela devem ser mimadas por mim.

– Como você sabe que é uma menina? E se for menino?

– Tenho certeza que é menina. Minha pequena Amberly.