"Eu me flagrei pensando em você!"

– Charlie Brown Jr.

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Por um segundo eu realmente acreditei no que o Pedro disse, e eu realmente quis que fosse verdade, que ele não conseguia me tirar da sua cabeça. Eu nem sei mais o que está acontecendo comigo, minha cabeça está confusa, eu nem sei mais de quem gosto, e odeio me sentir assim, pois pareço aquelas menininhas que vivo odiando, e não gosto de ser assim, e Pedro traz isso pra minha vida, eu sou grossa, bruta, e muito segura de mim, e não quero perder isso por causa de um cara.

Ando mais um pouco pelo cinema, além de não ver mais Pedro e sua amiguinha, eu encontro apenas Zé, no local aonde marcamos todos de nos encontrarmos.

– K. - ele me cumprimenta, e eu faço o toque da academia.

– Oi. - eu digo. - Ué, não veio ninguém ?

– Prazer, ninguém! - acho que ele tentou brincar.

– Foi mal eu tava falando da galera. Nossa, eu nunca te vi sem o Marcão, achei que vocês tinham nascidos grudados. - eu brinco e ele começa a gargalhar como se fosse hilario o que eu disse. - Nem foi tão engraçado assim, Zé. O que ta rolando em? Cadê todo mundo?

– O Marcão tá com dor de barriga.

– E o resto?

– Acho que ainda não chegou, vamos entrando. - ele diz e começa a me puxar.

– Só nós dois? - eu estranho. Ele concorda com a cabeça, e eu não gosto da ideia de ficar sozinha com Zé, já que ele está tão estranho. - Vamos esperar mais um pouco né? Falta 10 minutos pro filme começar. A ruiva disse que vinha.

Me viro de costa pra ele, e mando uma mensagem pra Ruiva, e ficamos esperando. Por fim, decidimos entrar pra sala. Nos sentamos e ficamos esperando o filme começar.

– Você sabe que o filme é romântico, né? - ele me pergunta, eu sinto o braço do Zé no meu ombro, na hora lhe dou uma olhada do tipo “tire esse braço daí”.

– Sério? Quem foi que escolheu essa droga? - eu reclamo.

– Acho que foi o Marcão.

– Que maneiro em, o cara escolhe filme ruim, e ainda fica com caganeira. - eu continuo reclamando, e Zé dá a mesma gargalhada. - O que foi Zé?

– É que você ta muito engraçada hoje, K. - ele diz.

Eu fico quieta, ele está tão estranho que eu prefiro ficar quieta.

– Você quer, um refri, uma pipoca doce ou salgada, ou um ... drops? - ele levanta e pergunta.

– Tanto faz. - eu digo, - Quanta gentileza em.

Ele sai e me deixa sozinha, eu reviro os olhos já que ninguém merece ir no cinema com um amigo, quando você marca com todo um grupo, e ainda por cima ver filme de romance, começo a mexer no celular, quando escuto a voz daquela menina ridícula, que estava com o Pedro. Ergo o olhar e vejo Pedro e a sonsa, se sentando na fileira da frente. Ele me vê mas fica quieto, mas sua amiga assim que apaga as luzes o beija, e ele aceita totalmente, eles continuam se beijando. Os dois começam a conversar, eu vejo ele a elogiando, e dizendo que ela está cheirosa, e que seu nome significava estrela em Tupi, e a idiota tava toda encantada.

– Para de falar, ta me atrapalhando. - não sei o que dá em mim pra dizer isso.

– O maluca, fica na tua ai, ta. Porque ta no trailer ainda. - o idiota fala.

– E daí, eu paguei o ingresso e não to afim de perder nada. - eu falo mais alto.

– Já perdeu a chance de ficar quietinha. - ele fala, e então passa o braço pelo o pescoço da sonsa. - Você não ta afim de ver o trailer não né amor.

Ele a beija, na minha frente! Ah, eu odeio esse garoto! Daqui a pouco ele vai comer a cara daquela garota, e ela está adorando. Então ele faz o que mais me irritou na noite, ele canta uma própria versão de uma música do Claudinho e Bochecha, e apesar da voz horrível dele a garota fica rindo, e amando cada palavra, já que ele a chama de musa. E quando eu ouço ele chamando ela de musa, algo toma meu corpo e eu falo com muita raiva:

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– Isso aí é Claudinho e Bochecha, ta. Isso é roubo, é plágio, oh idiota!

– O maluca, eu não roubei nada de ninguém, não falei que foi eu que fiz. - ele responde, enquanto vejo a menina fazer uma careta. - Isso é uma parodia, ignorante.

– Você faz tudo pra aparecer né? - eu falo, já com muita raiva.

– Ah, desculpa. Você ta de mau humor né? É chato vir no cinema sozinha. - ele diz, e aquela ridícula dá um sorrisinho, adorando o fato, que Pedro está sendo um imbecil comigo.

– O idiota, você sabe que eu não estou sozinha. - eu digo.

– Então cadê o homem invisível? - ele diz, como se não soubesse que eu tinha marcado com o pessoal, na verdade acho que ele está adorando me humilhar na frente da nova amiguinha, já que os dois estão sorrindo.

Eu estou com tanta raiva, que quando vejo o Zé vindo se sentar, eu me levanto e olho bem nos olhos do Pedro, sorrio e digo:

– Olha o homem invisível aqui ó. - e então eu agarro o Zé e lhe tasco um beijo, e realmente me empenho a beija-lo, no começo ele não reage mas rapidinho ele coloca a mão na minha cintura e me puxa pra ele. Continuo a beija-lo até me lembrar que não preciso disso, que não preciso descer tão baixo pra provocar alguém que nem me importo, então solto o Zé, e ele me olha encantado.

– Você quer uma pipoca? - Zé pergunta com a boca meio aberta.

– Viu, to muito bem acompanhada. - eu não me seguro, e digo olhando pra Pedro que além de estar com a boca aberta, está vermelho como se estivesse com raiva. - Agora posso assistir meu filme em paz, seu mala?

– O esquentadinha, olh ... - ele tenta responder, mas a menina cochicha algo com ele.

Eu me sento e Zé também, eu pego o refri que ele trouxe e tento ignorar o fato que fiz uma burrada.

– Parece que ta mais interessado nela do que em mim. - escuto a sonsa dizer.

– Ta maluca, para com isso vai. Você que é minha musa, - ele fala, fingo que não estou ouvindo, mas sinto seus olhos em mim quando diz a próxima coisa, o que não deveria me atingir, me acerta em cheio. - Aquilo ali é mais um encosto.

Eu fico em silencio, mas o que ele disse me machuca. O filme começa e eu o acho maçante. Depois de um tempo, a única coisa que consigo ver, é o Pedro enfiando a língua naquela garota. Começo a reclamar do filme, e então Zé ataca de novo, com o braço no meu ombro, só que agora acariciando.

– Já que você não quer ver o filme. - ele fala se aproximando, e quando ele tenta me beijar, enfio pipoca na boca dele.

– Que isso?

– Eu achei que você quisesse pipoca. - eu falo, sorrindo forçado. - Vai comendo a pipoca, e não bota mais esse braço pra cima de mim, que ta me incomodando.

– O esquentadinha, to querendo ver o filme ta. - o idiota resolve tirar a língua da menina só pra me encher.

– Olha pra frente que você consegue. E esquentadinha é a sua ... - sou interrompida pelas pessoas reclamando pelo barulho.

– Esse moleque ta te incomodando Karina? - o Zé pergunta.

– Sempre, mas eu já acostumei. - eu digo, e o pior é que é verdade, estou acostumada com Pedro me tirando do serio. E até gosto, claro que nunca admitirei isso.

– Fica quieto aew, o moleque. - o Zé grita, diretamente para o Pedro.

– Deixa Zé, eu sei me cuidar. - eu falo, pois se o Zé encanar, ele pode bater no Pedro.

– Quem tão incomodando são vocês. - o Pedro se levanta. - Não são?

Todos manda ele ficar quieto, e eu aproveito pra tacar pipoca nele e na idiota.

– Ou vocês quatro, ou cala a boca ou vai sair todo mundo. Entendeu? - o lanterninha vem brigar conosco.

**

Assim que o filme acaba, eu e Zé saímos, e então fica aquele clima chato pois eu tive que explicar pra ele que só o queria como amigo, e foi meio estranho, pois nenhum cara me queria mais que isso, mas também eu não quero me envolver com alguem depois do fiasco que foi com o Duca. Ele é fofo, e tenta me beijar quando nos despedimos, mas não deixo.

O pior mesmo foi pegar o mesmo ônibus que o casal 20, mas fingi que eles nem estavam dentro do ônibus, mas como sempre, o Pedro tinha que me provoca, assim que descemos. Brigamos como sempre, e então vou pra casa.

Assim que chego ainda sou obrigada a escutar a Bianca falando que quer fazer uma social aqui em casa, e ainda por cima chamar o Pedro, reclamo e ela diz tira ele da lista, então vou tomar banho, e me arrumo pra me deitar.

Assim que fecho os olhos, o imbecil está na minha mente, porque ele ele não sai da minha cabeça? E então minha inseguridade que quase nunca aparece, surge do nada, será possível um garoto como Pedro gostar de mim? Eu não sou o tipo de menina que os caras gostam, por isso me apaixonei pelo Duca, pois ele me via como igual, eu era uma lutadora e ele também, mas estava errada pois ele se apaixonou pela minha irmã que é o oposto de mim. Tudo que eu sei é ser bruta, e esquentada, e acho que nenhum cara curte menina assim. Eu tento tirar isso da minha cabeça pois odeio a forma de como estou me sentindo. E acabo dormindo.

**

Acordo com o barulho de secador, e brigo com Bianca que sempre faz isso.

– Desculpa, K. - ela diz com sua carinha de santa.

A ignoro, e me arrumo pra ir pra academia, ela continue com aquele treco ligado, mas desliga e diz.

– Vou com você pra academia. Pois quero fala com o Duh.

Que droga, eu não suporto quando ela vai na academia, pois ela distrai o Duca, ele dá uma aula de merda.

– K o que achou do cinema com o Zé? - ela pergunta, assim que saímos.

– Foi legal, mas preferia que todo mundo tivesse ido.

– Você não acha o Zé gato? - ela pergunta. E eu a ignoro, e bato a porta.

– Além de não me responder, bate a porta na minha cara. - escuto ela dizendo.

Eu vou andando na frente, Bianca sempre me estressa. Quando estou saindo da calçada, algo me atinge e eu grito, e sinto alguém em cima de mim.

– Karina você está bem? - Bianca corre se aproximando.

– Bianca, não quero sua ajuda. Estou bem, Tchau. - eu digo meio grossa, pois quem me atingiu foi o idiota do Pedro em seu skate.

– Nossa, achei que esse carinho era só comigo. - Pedro diz sorrindo.

– Você me atropelou, moleque. - eu digo, pois apesar de não querer admitir, o sorriso dele mexe comigo.

– É, mais parece que você gosta de quando nós nos trombamos. - ele diz.

– Não seja idiota.

– Então você ta namorando com aquele banaca? - ele pergunta.

– O que isso te interessa? - eu falo.

– Nada. Só queria saber.

– Cuida da sua vida, é melhor.

– Nossa, porque você é tão grossa em?

– Essa sou eu, e agora se você não calar a boca, eu mesmo faço, dando um soco em você.

– Okay, mas se posso te dizer, prefiro que me calem a minha boca com um beijo, e não um soco. - ele sorri enquanto olha minha cara de chocada.

– Me provoca não, ta. - eu falo. - Senão você vai me ver com o diabo no corpo.

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– Iihh ! Pode vir quente que eu estou fervendo ! - ele canta, abrindo os braços.

– Ainda canta mal em ! - eu digo, segurando o riso, pois por mas que eu odeie admitir, Pedro sempre me faz sorrir com suas bobices.

Empurro ele e quando dou o próximo passo, tropeço em seu skate, e sinto uma dor angustiante.

– Esquentadinha, tudo bem? - Pedro se abaixa e me olha preocupado.

– Não, acho que quebrei meu pé.