"Aconteceu sem que eu imaginasse"

Meu novo mundo - Charlie Brown Jr

Porque tudo na minha vida tem que ser assim? Quando resolvo me apaixonar por alguém, esse alguém além de não gostar de mim da mesma forma, é apaixonado pela minha irmã. Bianca e Duca estão cada vez mais felizes e meu pai super aprova, é difícil pra mim. Eu até briguei com o Cobra mas ele não quer mais fazer isso, então minha raiva está acumulada.

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Depois de um pesadelo, aonde todos me deixam sozinha e abandonam, acordo assustada, tomo um banho e me arrumo, já que é dia que abro a academia.

Depois de ajeitar tudo, e vejo que a raiva continua, começo a socar os sacos da academia, estou com raiva de todos: da Bianca e Duca, raiva por meu pai amar mais a princesinha, raiva de ser o patinho feio da família, raiva de ter a culpa da morte da minha mãe, raiva de tudo.

Quando percebo estou chorando histericamente, me sento no chão e abraço minhas pernas, e choro por um tempo.

– Olá, quem ta aí? - escuto uma voz, e em questão de segundos, vejo o rosto do tal Pedro na minha frente com seu violão. - Aew ta tudo bem?

– Não. Me deixa. - digo, tentando esconder as lágrimas.

– Não chora não, pow. Me diz quem foi que eu meto a porrada. - ele diz, tirando o violão, e se agachando na minha frente. - Pensando bem do jeito que você é, você mesma já deve ter feito isso.

Eu apenas olho pra ele, ele então sorri de lado.

– Já sei, te elogiaram foi isso.

– Cala a boca, por favor. - eu peço, mas ao invés disso ele se senta ao meu lado.

– Doido, é o seguinte, eu sei que não gosta de mim, mas pow, mulher chorando já é covardia comigo, eu sou músico pow, meu coração não aguenta não. Me dá uma peninha danada de ver você assim ...

– Pedro, eu já mandei você calar a boca, não já. - eu digo, apesar de que conversar com ele me traz uma certa paz.

– Já sei, te chamaram de esquentadinha não foi? - ele dá uma pausa, então com um sorriso bobo no rosto continua. - Oh! só eu que posso em, ô esquentadinha.

– Mais você não fica quieto, né. - digo, ele apenas sorri. - Sério, vai embora. - eu sorriso, já que a raiva meio que tava passando, Pedro é um imbecil, mas me distrai.

– Olha eu sei que as coisas entre nós é sempre explosiva, mais eu realmente sou bom ouvinte, coisa de músico sabe.

– Obrigado, mas não vai rolar. - digo me levantando, ele se levanta também.

– Okay. - ele rir. - Você já tentou algo que não seja bater nas coisas, ou pessoas?

– Haha! Não, esse é meu jeito de resolver as coisas. - respondo.

– Ta bom então. - ele está se virando pra ir embora.

– Hey, isso que aconteceu, na verdade eu quero esquecer, pode ser?

– Claro. - ele se aproxima de mim chegando perto do meu rosto, e automaticamente fico arrepiada e meu estômago dá cambalhotas. - Será nosso segredo, esquentadinha.

Ele me dá um selinho e corre para as escadas, e pela primeira vez não reagi quando escutei o apelido.

– Moleque. - grito apenas pra não passar em branco, e escuto sua risada e sorrio também.