Smile

Arco 1: Aquela que traz a chuva


As nuvens cinzentas tampavam o céu azul e os raios de sol que tentavam sair para iluminar o dia. Os galhos das árvores dançavam ferozmente tendo como seu regente os fortes ventos. Fortes trovões faziam sua voz se ouvida por todos imperiosamente como se fosse o grande protagonista daquela cena. Raios iluminavam o céu cinzento um atrás do outro no seu próprio ritmo. As gotículas d’ água caiam vigorosamente castigando aqueles que andavam pelas ruas sem proteção. E para completar a grande cena, aquela que todos julgavam ser a peça principal se encontrava numa pequena casa no alto da montanha afastada de todos.

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Os fios azulados movimentam lentamente de um lado para o outro suavemente enquanto a jovem criança cantava uma música aleatória de sua mente. Seus olhos de um preto tão profundo chegavam até a ter brilho azul estavam concentrados em suas pequenas mãos que trabalhavam mais uma vez no tão conhecido boneco de Teru Teru Bozu*. Assim que terminou, ela levantou-se de sua cama e caminhou com os pés descalços até a janela onde colocou o recém feito boneco junto a outros feitos antes. Olhou para fora com os olhos tristes e desejou o mesmo pedido de sempre: Por favor, vá embora chuva.

A única vontade da criança era poder ver um dia no qual o sol pudesse brilhar sem nada para atrapalhar.

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13 anos depois

- Mais que droga de chuva é essa do nada? - Exclamava o moreno para si mesmo quando de repente uma chuva torrencial começou.

O jovem caminhava pela floresta tentando cortar caminho para chegar mais rápido no próximo vilarejo, só não esperava pela mudança tão drástica no tempo. Ou talvez ele devesse ter esperado, visto que o vilarejo ali perto era conhecido pelo seu mal tempo, onde a chuva nunca deixa de cair. Caminhou mais um pouco, seu corpo inteiramente encharcado pela água, até que encontrou uma pequena casa a beira da floresta. Chegou perto da entrada e estranhou o enorme boneco Teru Teru Bozu pendurado na porta.

Ficou receoso ao entrar na casa, mas sentiu que não tinha opção. Ele viu o vilarejo ao longe e sabia que se não esperasse a chuva passar e fosse direto ao lugar, com certeza ficaria doente no próximo dia. Entrou sigilosamente na casa e averiguou se não tinha ninguém com o olhar. Suspirou aliviado ao não encontrar ninguém por ali, entretanto seu corpo logo ficou tenso ao reparar num barulho baixo de choro. Infelizmente, para o jovem, havia alguém ali.

--//--

Algumas horas antes

Juvia Lockser estava tendo o seu melhor dia naquela semana. A chuva tinha dado uma pequena trégua naquela manhã, apesar do céu continuar com suas nuvens cinzentas. Um lamento triste escapou de seus lábios, pois ela sabia que a chuva viria, talvez pudesse adiar-la, mas não podia ficar trancada o resto de sua vida naquela casa. Afinal comida não brotava do nada em sua mesa.

Arrumou as madeixas azuis em seu usual penteado chanel com as pontas dando uma volta de fora para dentro. Pegou seu chapéu que era da mesma cor que seus olhos e colocou-o. Deu mais uma olhada no espelho e saiu em direção ao vilarejo com seu fiel guarda chuva em mãos.

Caminhava com passos lentos e com a cabeça abaixada pelos ruas. Ouvia as pessoas falando mal de si, desejando que Juvia nunca estivesse ali, querendo a morte para o pobre garota. Crianças passavam por si chamando a de bruxa e pedindo para que ela desaparecesse. Pessoas saiam correndo praguejando Juvia por agora ter que buscar um abrigo para se esconder da chuva que viria.

Juvia aguentou todo o tratamento que recebia desde sempre calada. Tentou fazer suas compras o mais rápido possível para poder sair dali. Contudo tudo piorou, os olhares, as ofensas, quando a chuva começou a cair novamente.

A única coisa boa nesse tempo para aquela que traz a chuva era que ninguém notaria suas lágrimas de sofrimento.

Pelo menos foi assim que pensou.

--//--

Gray Fullbuster, o moreno que para fugir da chuva entrou numa casa desconhecida, e agora, não sabia o que faria. Ouvia os pequenos soluços vindo mais ao fundo do corredor. Suspirou e se perguntou se não seria melhor esperar a chuva do lado de fora da casa, mas ao ouvir um trovão e depois de ver a sala se iluminar pelo raio, ele desistiu da ideia.

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Foi até o corredor e parou perto de uma porta de madeira. O som de choro ficou um pouco mais alto, mas era abafado pelo som de fora da tempestade. Imaginou como ele conseguiu notar antes.

Girou a maçaneta o mais silenciosamente possível, e lá estava a origem das lágrimas. A mulher de cabelos azuis chorava enquanto seus finos dedos trêmulos trabalhavam. Seu chapéu estava caído ao seu lado no lençol branco junto com vários retalhos quadriculados. Atentou-se melhor ao quarto e reparou no alto número de Teru Teru Bozu ali, tinha em todos os cantos daquele cômodo, na janela, pendurado no teto, em cima dos móveis, jogados pelo chão, ou seja, em tudo quanto lugar possível.

Foi nesse momento que Gray se perguntou quem era aquela mulher.