O toca fitas de Dean



Havia um certo momento, uma data em especial, que a família Winchester tentava se parecer como as outras famílias normais que existem por aí.

Tentar as vezes nem sempre é conseguir. E essa data em especial, deixavam os irmãos Winchester um tanto quanto carentes, nervosos e com uma grande dificuldade em presentear.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Enquanto todos corriam contra o tempo, atrás dos presentes de Natal, a comida para ser preparada na ceia, enfeites e luzes para enfeitar suas casas. Os irmãos Winchester também corria. Mas diferente dos outros, eles estavam fugindo de uma menina:

– Eu não acredito que você não tem nenhuma arma aí. – Reclamou o mais novo, procurando nos bolsos algo que ajudasse.

– Se eu tivesse, acha que ia descarregar uma arma nessa menina?

– Na perna, no braço, não preciosa ser no coração.

– Ela ta possuída, precisamos de água benta, sal, azeite. Qualquer coisa que faça ela parar de fazer careta.

– Eu tenho água... Precisamos benzer. – Sam puxou a garrafa d'água. Mas onde encontraria um padre?

– Me dá isso aqui. – Dean fez o que melhor sabia. Improvisou. – Pater noster... Qui es in caelis, sanctificetur nomem tuum.

– Dean... Dean??? Ta fazendo o que? – Sammy encarou o irmão segurando a garrafa de água. – Você não benze nem vinho.

– Shiu! – Ele fechou os olhos e continuou. – Panen nostrum quotidianum da nobis hodie...

– Desde quando você sabe latim.

A menina tinha apenas doze anos. Depois de tantos pedidos de ajuda, a mãe da jovem conseguiu encontrar os dois para salvá-la. Mas olhando de longe, duvidava agora de sua decisão.

– Acho que isso não vai dar certo Sammy.

– Jura? Percebeu isso quando?

Aquela garotinha realmente parecia ser um problema para os dois, a noite passou, e pela manhã, finalmente conseguiam escapar da menina demônio.
Mal lembravam de que data era aquela, até a mulher convidá-los para ficar aquele final de semana com eles, e assim poder cearem juntos a noite de Natal.
Os irmãos se olharam, e mesmo que Dean fosse doido pra comer um peru de Natal sozinho, ele recusou a oferta. Sam também, achando melhor deixar aquela família voltarem ao normal. E eles também.

Estavam no carro, em silêncio. Seguindo para qualquer outro lugar. Um que não fosse tão natalino talvez. Mas era impossível. As casas decoradas, as pessoas felizes...

– Quer comer alguma coisa? – Pararam em uma pequena galeria, enquanto Dean fazia os pedidos, Sam disse que voltaria logo. – Não vai se perder. Esse é meu último natal, quero pelo menos fazer uma refeição com a família.

Sam demorou mais do que Dean previra. Não achou que fosse ruim começar a comer primeiro, se fosse o caso, comeria junto com o irmão quando ele chegasse.

Mais meia hora e finalmente o mais novo chegou. Com um sorriso animado no rosto, nem reclamou por não tê-lo esperado para comer o sanduíche de alguma coisa cheia de gordura e queijo.

– Demorei um pouco, mas acho que vai gostar. – Dean o olhou, limpando a boca com o guardanapo de papel. – Já que hoje é natal, eu comprei esse presente pra você. – Esticou o braço entregando uma caixa de presente. Dean aceitou animado, fazia tempo que não ganhava um presente.

– É uma arma? – Falou animado.

– Abre pra ver.

– Por acaso é um retrovisor novo? Aquele maldito vampiro resolveu quebrar o meu...

– Em vez de adivinhar, porque você não abre logo o presente?

– Tá! Só queria fazer suspense. – Ele abriu olhando sério para o irmão. – O que é isso?

– Não ta vendo?

– Uma caixa vazia. – Balançou a caixa no ar. Vazia.

– Isso porque eu mandei instalar o seu presente, por isso demorei.

– Você mexeu no meu carro?

– Ah! Obrigado Sammy pelo presente, feliz natal pra você também. – Falou irônico cruzando os braços.

Dean sentiu-se um pouco mal pela desfeita e tentou corrigir. Foram os dois para o estacionamento, onde estava o Chevy Impala.

Entraram no carro.

– Aí o presente. – Sam apontou para o painel do carro, havia algo diferente ali.

– Um toca fitas novo?

– Não! É um aparelho de som novo pro seu carro, moderno e mais potente.

– Onde eu coloco a fita? – Dean começou a apertar os vários botões do pequeno aparelho instalado no lugar do antigo toca fitas, até levar um tapa na mão.

– Não é pra apertar tudo ao mesmo tempo. Olha. Aqui põe o CD. Mas também tem entrada USB. Assim você não precisa carregar essas tralhas no porta luvas.

– E não tem lugar pra fita?

– Não Dean. Você pode gravar todas as músicas que gosta nesse Pen-drive. – Sam entregou o pequeno dispositivo nas mãos do irmão. – Daí encaixa aqui, e depois liga aqui.

Demorou alguns minutos até conseguir explicar as funções do aparelho, e no final...

– E como eu coloco as músicas aqui? – Apontou pro Pen-drive preso no aparelho novo.

– Você usa o computador. Eu te ajudo. É fácil.

– Era mais fácil colocar a fita e pronto.

– Você não gostou do presente?

– Gostei, obrigado. Muito bom...

– Não, você não gostou.

– Já disse que gostei. É algo novo, diferente. Eu me acostumo.

– Eu vou devolver se não gostou.

– E se devolver você pega o dinheiro de volta?

– Não, Dean! Eu troco por outra coisa.

– E o que tem na loja?

– Coisas eletrônicas... – Falou desanimado.

– Tem alguma coisa que podemos usar no serviço?

– Deve ter alguma coisa que mede ondas eletromagnéticas. – Continuou desanimado.

– Legal...

– É. Eu vou trocar.

– Ta bem.

Sam saiu do carro, levando com ele a caixa e a nota do presente. Pouco tempo depois o mesmo homem que instalou o aparelho, desinstalava o aparelho.

– Conseguiu trocar por algo legal?

– Sim. Troquei por algumas peças pro meu notebook. – Sam se sentou mexendo no seu computador portátil.

– Só?

– Não. Tem isso aqui pra você também. – Ele entregou uma sacola pro irmão. Dean abriu a sacola, mexendo nos diversos imãs. – Era isso ou um mp3. Feliz Natal.

– Feliz Natal. – Ao menos tinha de volta o seu toca fitas. Tentou dar a partida no carro mas ele não ligava. Mais uma vez e nada. Dean olhou nos ponteiros do painel. – Ainda tem dinheiro?

– Não. Gastei o que tinha com seu presente de Natal. Porque?

– Acabou a gasolina.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!



++++



Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.