O centésimo ano, o quinto festival

As danças mais graciosas,

Entretenimentos mais divertidos

E algo que vocês jamais esperaram....

Eu... Lembro, realmente lembro algo assim.

Não deste jeito.

— Ah! Você é o chapeleiro. — apontei para o moreno — E você o gato Chester? — perguntei para o multicolor.

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— Vejo que a nova é muito mais esperta que a anterior. — comentou o gato com o sorriso gigantesco.

— Então... Chamo vocês de Hatter e Chess?

— Não. — responderam juntos com os olhos raivosos.

— Meu nome é Allya Wonder, vocês me chamam de Allya ou Ally, a melhor opção para vocês.

— O meu é Zak Hatter.

— Kit Cheshire. Não somos nossos ancestrais para nos chamar daquele modo.

Ances... Agora faz sentido! A história da Alice aconteceu a muito tempo, não é estranho que eles sejam completamente diferentes dos originais.

— Ninguém pode ser o mesmo que o ancestral, isso é um fato.

— Podemos ser melhores.

Tive a impressão de ouvir Zak murmurar isso, mas foi tão rápido que nem sei ao certo.

Perda de memória recente.

BEM recente.

— Vamos mostrar o lugar para você. — Kit falou.

Se ele perguntasse... Seria mais educado.

Mas essa não é uma qualidade de gatos.

— Qual reino gostaria de ir primeiro? — Zak questionou.

— Reino? — franzi as sobrancelhas, não existia apenas Copas?

— Como pode ver, tem quatro caminhos que leva a fonte, e existem quatro tipos de árvores neste jardim. — disse me mostrando.

Realmente, cada árvore estava podada de um jeito, sempre alternando entre espadas, ouro, paus e copas.

— Maravilhas é dividido em quatro reinos, e cada reino é um naipe.

Maravilhas?

....

Ah! " Alice no País das Maravilhas"

"País das Maravilhas"

Além de louca, surda, esquecida...

Sou lerda.

— Vamos em qual primeiro, então?

— O festival acontecerá em Copas, então acho melhor visitarmos os outros primeiro. — Kit sorriu.

Kit...

Kit Kat.

Kit Kat smiles like a Cat.

Eu sou uma idiota.

— Muito bem. Qual iremos primeiro?

— Escolha você!

A resposta saiu dos meus lábios automaticamente, nem prestei atenção.

Mas já sabia qual era.

— Por que? — Zak me estudou, analisando meu rosto, dei de ombros.

— Acho o às de espada a carta mais bonita do baralho.

Os dois se entreolharam, trocando mensagens mentais. E o cabelo do Kit se mexeu, num aceno.

...

O cabelo dele... Se mexeu?

Eu disse mesmo isso?

— É... Você tem orelhas humanas, Chess?

— Por que a pergunta, Allya? Gosta de orelhas?

— Seu cabelo se mexeu enquanto falava com ele. — ele riu.

— É difícil se controlar.

O chapeleiro foi atrás dele, fazendo um sinal para que eu permanecesse em silêncio. Levantou a mão e fez cócegas entre as duas mechas levantadas do gato. Elas estremeceram, e ele ronronou, tremeu, colocando as mãos no cachecol listado e inclinando a cabeça para trás.

— Vamos logo, casal? — perguntei brincando.

Os olhos de Zak se arregalaram, a cor fugiu de seu rosto e ficou paralisado em choque.

— Por que nos chamou de....

— Casal? É uma brincadeira que faço com as pessoas que ficam trocando carinhos demais lá em cima. — falei olhando para o céu.

Minha Alice.

Falando assim... Até parece que eu estou morta e voltei ao mundo dos vivos.

Que demais!

— Vamos conversar com eles. — Kit pegou minha mão e começou a andar.

— Você quer conversar com aqueles miúdos? Nunca imaginei que veria esta cena!

— Meu caro chapeleiro azul, não estou com a mínima vontade de ficar fedendo a fumaça!

Passamos por de baixo de um arco de prata com o símbolo de Paus de esmeralda.

Paus? Eu lembro de ter falado Espadas... Será que eles...

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Eles me enganaram! Como puderam? Eu vou chamar a polícia real! Onde já se viu? Eles pediram para eu escolher onde ir, e agora estamos indo para o lado errado!

....

Mas... Eu nunca vim aqui, talvez seja o caminho certo e estou apenas confusa.

— Só iremos para Espadas depois de passar em Ouros. Temos assuntos pendentes que esquecemos. — Zak respondeu meus pensamentos.

Meus pensamentos? Ele é um leitor de mentes! E eu não sabia! Talvez ele tenha descoberto o quão idiota eu sou por ficar falando comigo mesma...

— Você está pensando em voz alta. — Chess sorriu, passando a mãos nos cabelos loiros manchados de roxo.

— Não notei.

— Tem medo de florestas? — Chapeleiro perguntou.

— Nem um pouco.

Ele franziu as sobrancelhas e assentiu. Entrando na trilha.

Pela estrada a fora, eu vou bem sozinha

Levar esses doces para a vovozinha

A estrada é longa, o caminho é deserto

E o lobo mau passeia aqui por perto

Qual é a outra música de trilha? Tem aquela do mágico de Oz... Da trilha de tijolos amarelos, mas eu não estou lembrando qual é!

Muito bem. Criatividade em baixa.

— Zak, tem uma fita? Eu quero prender o cabelo... — ele jogou uma azul para mim.

Depois de prender o meu cabelo, voltei a cantarolar a música da Chapeuzinho Vermelho. Eu não sabia quanto tempo tinha passado, ou quantas vezes cantei a música... Todavia, supus ser o suficiente.

— Quer parar de cantar essa maldição?! — Kit berrou colocando a mão na cabeça. Orelhas, quis dizer orelhas. — É a centésima vez e isso já está me deixando com dor!

— Perdão. Não sabia.

— Tik... Se acalme, estamos quase chegando. Você não vai querer se estressar com aquela criaturinha, não é? — Zak disse gentilmente — Ela só estava se distraindo, para o tempo passar mais rápido. Então você vai ficar quietinho, não é?

Ele voltou a andar, sem esperar por uma resposta.

Entramos cada vez mais na floresta, e logo começou a aparecer uma névoa... Fumaça, na verdade. O cheiro me fez torcer o nariz.

— Ora... Quem temos aqui? — uma voz masculina estranha questionou. — Não é o chapeleiro com seu cão de guarda?

— Que surpresa, descendente de Cheshire! — uma voz feminina melodiosa exclamou. — Pensei que nossa presença não fosse de seu agrado.

— Esse hábito de vocês me faz querer vomitar. — respondeu.

A coisa cinzenta se dissipou, mostrando um cogumelo gigante, com um garoto e uma garota em cima.

Ambos tinham cabelos azuis, o rapaz tinha a franja cobrindo o olho esquerdo. E o direito era de um tom azul mais claro que seus cabelos. Ele segurava nos dedos o bico do nargilé. E soprou a fumaça na minha direção.

— É a Alice? — sua voz era profunda e ele falava lentamente.

— Allya Wonder... Neta da Alice de Paus, não? Amélia Clubs. — a menina deitada em seu colo soprou para o alto, e aquela poluição tomou a forma de uma coroa.

— Queremos respostas certeiras, nada de filosofia. Ela é a salvadora daquele reino ou não?

— Kit Cheshire, seus segredos serão revelados mais cedo do que esperava. E é bom tomar cuidado com este cachecol, não queremos que o sentimento se perca, certo? — ela virou a cabeça na nossa direção, mostrando o rosto pálido com os olhos enrolados com ataduras.

— Gato, você tem que controlar sua impaciência... Afinal, não é possível ver flores no auge do inverno.

— Blue... Você sabe que me tira do sério com essas coisas, não é? — Kit rosnou irritado.

— A salvação está na corrente quente que aquecerá o ar dos polos. — suspirou a garota, junto de uma fumaça com forma de coração.

— Kaz, tenta falar com eles, por favor. Eu não aguento.

Zak deu um passo a frente, encarando a irmã de Blue, que se sentou esperando.

— O desespero de gládios se findará com o outono que chega?

— A beleza do lago varia de indivíduo para indivíduo, deve reconhecer este fato.

— Há esperança?

— Enquanto acreditarem.

Kit bufou, e perguntei o por que dele estar tão inquieto.

— As lagartas são todos filósofos, e eu aprecio as respostas diretas. O Kaz é o único que entende essas criaturas. Eu detesto conversar com eles. E este cheiro horrível.

— Cheshire, as montanhas não nos acompanham, nós que devemos nos acostumar com a planície.

— Blue, acabe com este maldito narguilé e me deixe em paz.

Os outros continuavam com a conversa metafórica.

— Há de acontecer o que as estrelas decidiram. Nada pode ser reescrito depois de feito.

— Callyda, conheço estas palavras por experiência própria, apesar de desejá-las falsas.

Ela deu ma longa pausa, depois suspirou.

— Zakshees, cada dom é concebido com alegria e repugnado com a consequência. Mantenha-se de corpo e alma, não guarde nada de seu coração.

— Partir agora, não é opção.