Tyler saiu, juntamente com Kailene, afirmando que o restante das informações eu iria saber com o tempo. Como assim com o tempo? Eu quero saber tudo agora! O que sou? O que me espera?

Joanne saiu durante alguns minutos e, quando voltou, trazia consigo algumas roupas desconhecidas.

– Enquanto não arranjarmos roupas para ti, estas terão de servir, - disse, entregando-mas. – Eu vou deixar-te sozinha, para te vestires – informou. – Estou aqui ao lado, é só chamares se precisares de mim.

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– Tudo bem, - disse, simplesmente, vendo-a sair e fechar a porta.

Analisei as roupas que ela me deu. Uma camisa de flanela aos quadrados, vermelha e preta, e uns jeans cinzentas. Nada mau!

Suspirei e tirei a t-shirt que vestia. Olhei-me ao espelho.

Ainda era difícil acreditar que aquilo realmente tinha acontecido. A última vez que me olhei ao espelho, eu era Zoey Williams, a órfã esquisita que parecia um fantasma. Agora, eu era Zoey Williams, a loup garou, que finalmente passou pela puberdade. Ri, mentalmente, pela estupidez do meu comentário.

Tirei as calças e poisei-as em cima da cama.

Agora, sem roupa, eu conseguia analisar melhor o meu corpo e as suas mudanças. Estava mais alta, sem dúvida. A minha pele tinha-se tornado leitosa e sedosa, embora ainda fosse clara, não pálida e quase transparente como antes. Eu não estava a tabua que costumava ser, em vez disso o meu corpo tinha curvas, o que era ótimo.

Em suma, eu tinha adorado esta mudança. Esperava que o resto do mundo da licantropia fosse tão bom, quanto isto!

Sorri e percebi que formava uma covinha do lado direito.

Peguei nas roupas que Jo me tinha dado e vesti-as, rapidamente. Quando acabei, ouvi batidas na porta.

– Posso? – A voz de Jo perguntou.

– Claro, entra.

Joanne entrou no quarto com um sorriso no rosto.

– Ficaram-te bem – elogiou. – Então, como estás?

– Um pouco confusa e animada, ao mesmo tempo, - admiti. – Ansiosa e preocupada! Eu estou uma confusão!

Ela riu-se.

– É normal – disse. – Se fosse comigo, eu estaria a passar-me. Bem, eu não te vi antes da mudança, mas segundo o que Tyler disse tu estás bem diferente.

– É… bem diferente, - concordei, não sabendo o que dizer. – Espera! Tu também és uma lobisomem? – Perguntei, imaginando Jo como um lobo. Ela era tão nova!

Ela sorriu.

– Não, totalmente humana – admitiu. – O meu pai é lobisomem e, por isso, eu vivo aqui.

– Existem muitos humanos aqui? – Questionei, curiosa.

– Alguns, – disse ela. – Mesmo quando dois lobisomens têm filhos, estes nascem humanos. Só se dois loup garou cruzarem é que nascem bebés com o gene. Então, existem alguns humanos por aqui, filhos de lobisomens ou mulheres deles. Tu vais conseguir distingui-los, não te preocupes.

Tentei assimilar a informação.

– E o que é isso da “Anciã da alcateia”? – Perguntei fazendo aspas com os dedos.

– Existe uma hierarquia aqui, sabes? – Assenti. – No entanto, difere com o sexo. Machos e fêmeas.

– Como assim?

– Tecnicamente, há o Alfa, que é o Tyler, depois temos o Beta, que é o segundo no comando. Neste caso, é o Jacob. Tu depois vais conhecê-lo, - garantiu. – Existe ainda o terceiro no comando, mas raramente se ouve falar nesse título. Todos os outros são Ómegas, membros da alcateia. – Informou e depois sorriu. – Isto nos homens. Nas mulheres, supostamente é a mesma coisa, no entanto o Tyler não têm companheira, pelo que não existe fêmea Alfa. Esse cargo é ocupado por Kailene, mas temporariamente.

– Temporariamente? – Fiquei confusa.

– Se o Ty escolher uma companheira, esta torna-se imediatamente Alfa, - disse ela. – E Kailene deixa de ter poder na alcateia.

– Mas isso não é injusto? Quer dizer, ela seria descartada?

– Sim – confirmou Jo. – Mas são as regras! Mas não te preocupes, o Tyler não vai arranjar ninguém tão cedo, eu acho…

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– Porque dizes isso?

– Bem, tal como tu, ele nasceu com o gene – informou. Então ele era loup garou, interessante!

– E então? Quem nasceu com o gene não pode ter companheiros? – Perguntei, confusa. Isso queria dizer que eu teria de ser solteira para sempre?

Jo riu-se.

– Não, tonta – brincou. – Mas o facto de vocês terem nascido com o gene aproxima-vos ainda mais dos lobos e da sua maneira de agir, - disse. – E, caso tu não saibas, os lobos são monogâmicos. Se acasalam uma vez, ficam com o mesmo par para toda a vida, - esclareceu. – Os outros lobisomens não têm de se preocupar com isso, podem ter vários companheiros durante toda a sua vida, mas o Tyler quando escolher, não terá volta atrás!

– Estás a dizer que se o Tyler se embebedar e for para a cama com uma mulher qualquer, ela será a Alfa? – Questionei, meio sem acreditar naquilo tudo.

– Bem, sim – afirmou. – Mas o Tyler nunca faria isso! Ele é responsável e sabe o que lhe custaria essa decisão. – Franzi a testa. Jo suspirou. – Zoey, imagina que tu ficas ligada a um homem para sempre, não consegues esquecê-lo ou sequer ignorá-lo. Esse homem passa a ser o centro da tua vida, tudo o que fizeres será para o seu bem. Consegues imaginar isso? – Assenti. – Ok, agora imagina que ele não sente o mesmo por ti. Imagina que ele te esquece e arranja outra mulher. Imagina os ciúmes e a dor que vais sentir. Percebes agora porque é que ele ainda não escolheu ninguém?

– Sim – admiti. – Eu também vou passar por isso, certo?

– Sim, por isso toma cuidado. O Tyler é homem e é o alfa, a palavra dele é lei por aqui – começou. – Se alguma mulher estiver interessada e ele dizer não, ela terá de o respeitar. – Já imaginava onde esta conversa iria acabar. – Mas tu és apenas uma mulher, uma Omega. E, acredita em mim, lá fora – apontou para a porta, - eles podem ser lobisomens e perceber a tua situação, mas ainda são homens.

– Não te preocupes, Jo, eu sei tomar conta de mim – disse. Ou, pelo menos, assim o espero.