«Sem dúvida que, todas as mulheres se recordam do seu primeiro amante», refletiu Sakura.

Não seria a única a sentir que o coração disparava, ao ver do outro lado da sala o homem pelo qual, em tempos, estivera loucamente apaixonada...

A breve relação tivera lugar há dez anos, mas Sasuke continuava a ser um dos solteiros mais cobiçados da Europa. As fotografias dele apareciam com regularidade nas revistas cor-de-rosa. Sakura não conseguia deixar de olhar para ele, consciente do aperto que sentia no peito, o mesmo que sentira aos dezoito anos.

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Teria notado a sua presença? Quase deixou de respirar quando Sasuke se virou para ela. Durante breves segundos, os seus olhares fundiram-se, mas Sakura desviou o seu rapidamente, fingindo estar a observar outros convidados da festa.

A habitual tranquilidade de Poole Harbour vira-se alterada pelo campeonato internacional de motonáutica, que se celebrava ali, naquele fim de semana. Sendo considerado o desporto aquático de maior risco, as corridas tinham-se desenrolado durante todo o dia na baía mas, naquele momento, as embarcações potentes estavam atracadas na marina.

Era, sem dúvida, um desporto que atraía pessoas bonitas. O restaurante onde se celebrava a festa estava repleto de belas modelos bronzeadas, loiras, de seios generosos e saias minúsculas. Os homens andavam à sua volta, pilotos, mecânicos e outros membros das equipas de motonáutica.

Sakura nunca tinha entendido o facto de alguém querer arriscar a vida por diversão e as corridas não lhe interessavam. Também não se sentia à vontade na festa e tinha ido, unicamente, porque o seu velho amigo Shino acabava de ser nomeado gerente do exclusivo restaurante Uchiha e lhe tinha pedido apoio moral.

Contudo, era ela que necessitava desse apoio moral. As pernas tremiam e a cabeça andava à roda, sem ter nada a ver com o copo de champanhe que bebera.

Desconcertara-a profundamente, voltar a ver Sasuke. Não lhe tinha ocorrido que continuasse no mundo da motonáutica, nem que pudesse ir à festa. Na verdade, era o dono do restaurante, mas aquele era apenas um de muitos, espalhados pelo mundo, pertencentes à cadeia Uchiha. Também não estava preparada para a reação que tinha experimentado ao vê-lo. Sentira um peso no estômago e calafrios ao ver aquele rosto dolorosamente familiar.

Ele era impressionante. Pele morena, traços esculpidos, cabelo preto e desalinhado, sem o mínimo vislumbre de cabelos brancos, apesar dos seus trinta e cinco anos. Sasuke Uchiha parecia um modelo, era alto, musculoso e estava extremamente bem vestido.

Mas não era só o aspeto físico. Sasuke exsudava um magnetismo sensual que chamava a atenção. Transmitindo uma enorme segurança em si mesmo, era abrasadoramente sensual, impossível de ignorar. E as mulheres que andavam à sua volta não faziam nada para disfarçar o fascínio que despertava nelas.

O playboy multimilionário sentia a mesma paixão pelos desportos de risco que pelas loiras de pernas compridas, nenhuma das quais partilhava a sua vida durante muito tempo, antes de ser substituída pela seguinte. Há dez anos, Sakura não conseguira entender o que vira nela, uma rosada da zona costeira, mas aos dezoito anos sentira-se demasiado deslumbrada, para refletir seriamente sobre isso. Sasuke não tivera dificuldade em levá-la para a cama. Para ele, não passara de uma parceira de cama naquele verão que tinha passado em Poole e, certamente, não fora sua intenção partir-lhe o coração. Disso, só podia culpar-se a si mesma.

O tempo tinha-se encarregado de sarar as feridas daquele primeiro amor. Já não era a menina ingénua de há dez anos. Resistindo ao impulso de voltar a olhar para Sasuke, dirigiu-se a janela enorme que dava para a baía.