Brincando com Fogo

Capitulo 2


Naruto observou o súbito pânico que invadiu Hinata quando ela fi­nalmente compreendeu o que ele pedia.

— Você não pode estar falando sério, Naruto.

— Não estou brincando.

Hinata se levantou de repente e olhou diretamente nos olhos dele.

— Não, não acho que você tenha mais nenhum senso de humor.

Ele sentiu o perfume exótico que ela usava, a mesma fragrância que costumava usar quando eles ainda eram marido e mulher de verdade. Lembranças de noites quentes e eróticas lhe invadi­ram os sentidos. Da pele macia de Hinata contra a dele, da respi­ração dela contra seu rosto, do corpo suave e sensual sob o seu.

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— Pelo contrário, querida. Tenho grande senso de humor, quan­do algo é engraçado. Isto, contudo, não é nada engraçado.

— Isto é ridículo! Quer que eu more com você durante uma semana? Por que, Naruto?

Naruto ergueu as sobrancelhas, mas permaneceu em silêncio. Os olhos perolados de Hinata faiscaram como uma fogueira acesa, quando ela compreendeu.

— Isso é chantagem.

— Você me deve, por me abandonar. Indignada, Hinata levantou a voz:

— Você nos abandonou!

Naruto sentiu o coração doer.

— Não, Hinata, trabalhei duro para nos dar um bom começo.

— Não, não, não! Eu não vou deixar você se sair com essa. Eu queria você. Queria uma família. Filhos. Você só queria construir uma fortuna. Nunca estava por perto quando eu pre­cisava, Naruto.

Eleja tinha ouvido aquilo tudo antes, e jamais concordara com a opinião dela sobre seu casamento. Ele só pedira uma coisa de Hinata: paciência. Ele queria lhe dar o mundo.

— Então, a sua solução foi fugir? Hinata recuou um passo e baixou a voz:

— Eu não aguentava mais. Eu precisava demais de você.

— E ir embora de Tokio resolveu o problema para você. — Naruto estalou os dedos. — Fácil assim. E você partiu.

Uma dor aguda percorreu o corpo de Naruto. Ele não imaginara que Hinata ainda tivesse o poder de magoá-lo, mas vê-la de novo trouxe de volta todas aquelas lembranças amargas. Eles haviam discutido na noite antes de Hinata partir, e tinham ido para a cama zangados um com o outro, mas aquilo não era nada comparado com a lembrança de descobrir que ela saíra de casa antes do ama­nhecer, deixando apenas um bilhete.

— Não foi tão fácil como você faz parecer. Se esquecer esse absurdo e assinar os papéis, nós...

— Estaremos terminados? Hinata fechou os olhos.

— Sim. Por favor, Naruto. Isto jáé difícil o suficiente.

Ela estava certa. Era difícil vê-la de novo. Todos os velhos e dolorosos sentimentos voltaram à tona. A partida dela o ferira profundamente, e o deixara sangrando. Ele havia escondido a dor daqueles à sua volta, até que se tornasse anestesiado por dentro, e então a amargura emergira. Ele passara os próximos anos ressen­tido com Hinata Hyuuga, tentando afastar as lembranças dela com casos de uma noite, com mulheres que nunca se comparariam a ela. Ele se recusara a se envolver em relacionamentos, e dedicou toda a sua energia aos negócios.

Naruto lidou com a dor da maneira que aprendera com os anos de experiência. E se manteve firme.

— Eu já disse, quero uma semana com você, Hinata. Uma sema­na, no meu apartamento. E então, assinarei os papéis do divórcio.

— Não posso fazer isso.

Ele nunca superara sua raiva por ela, mas também nunca supe­rara seu desejo por Hinata. E agora que ela estava ali, ele queria uma última aventura com sua esposa.

Antes de terminar o casamento de uma vez por todas.

— Se você quiser o divórcio, vai ter de pagar por ele.

Sem fôlego, Hinata olhou bem nos olhos dele.

— Você mudou, Naruto.

— Não vou negar isso.

Ela recuou um passo e Naruto tirou a mão do braço dela. Hinata mordeu seu lábio inferior, daquele jeito adorável que sempre o fazia desejá-la.

— Vou lhe fazer outra oferta.

Naruto sorriu por dentro. Ele deveria saber que sua exuberante esposa não cederia sem lutar. Era uma característica que sempre admirara nela.

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— Estou ouvindo.

— Uma noite. Você terá uma noite, e é tudo.

Inicialmente, Naruto hesitou. Uma noite não era nem de lon­ge suficiente para que ele tivesse sua vingança. Ele queria passar mais tempo com ela. Seu plano era seduzi-la, e fazer com que se apaixonasse por ele novamente. E a vingança perfeita por ela tê-lo abandonado seria rejeitá-la. Depois, ele assinaria os papéis do divórcio.

Um pensamento lhe passou pela cabeça, e Naruto agiu rapi­damente.

— Você acaba de fazer um acordo. Se você concordar que nos­sa noite juntos será daqui a duas semanas, a contar de hoje.

— Duas semanas? Eu não posso...

— Esta é a minha oferta. Você fica na cidade por duas sema­nas, e daqui a exatamente 14 dias terá o seu divórcio. É pegar ou largar, e sair daqui com os papéis sem a minha assinatura, querida.

Hinata estreitou os olhos e franziu o nariz. Ela pensou por alguns segundos, e finalmente ergueu o queixo.

— Tudo bem. Mas é só porque eu preciso daquele empréstimo do banco. Você está me apertando contra a parede.

— Querida, eu já a tive contra uma parede. Lembra?

— Naruto — sussurrou ela, antes que os lábios dele tomassem os seus.

Naruto sabia beijar, e Hinata se entregou completamente. Os lábios experientes dele a provocavam e tentavam, com pequenas mordiscadas até que um calor ardente a consumiu. Ela tentou em vão se afastar, mas Naruto apenas a abraçou com mais força, apertando os quadris dela com os seus com um movimento sutil que afetou todo o corpo dela. Seus joelhos se dobraram e seu coração martelava, enquanto o beijo apaixonado a tomava de assalto. Ela estava com dificuldade de respirar. E quando abriu a boca buscando oxigênio, Naruto tocou-lhe a língua com a sua e a sensação excitante apenas aumentou.

Ele segurou a cabeça dela com as duas mãos e a beijou mais uma vez, e outra; a respiração de ambos era pesada e intensa. No passado, aquele tipo de beijo significara apenas uma coisa: uma noite ardente sob os lençóis. Naruto sempre conseguia virá-la do avesso... Mas a lembrança da chantagem dele voltou com toda a força, e ela recuperou o controle.

Maldito. Maldito. Maldito.

Ela não queria aquilo. Fora até ali para conseguir uma assina­tura, e em vez disso tivera uma experiência quase orgástica com apenas um beijo.

Hinata empurrou o peito dele e interrompeu o beijo.

— Duas semanas vão ser um longo tempo.

— Poderíamos acabar com isso aqui e agora. — Hinata quase morreu de vergonha quando Naruto percebeu que ela olhava para sua escrivaninha organizada.

— Tentador — disse ele, seus olhos a percorrendo da cabeça aos pés. — Mas fizemos um acordo.

— Não podemos desfazer o acordo, Naruto? — Ela esperava que sua voz soasse firme e segura, e não desesperada.

Naruto afastou-se dela e sacudiu a cabeça.

–— Como você desfez o nosso casamento? Não, Hinata. Desta vez, você não vai fugir de mim. Na verdade, quero que você jante comigo amanhãà noite. Passo para buscá-la às sete.

Hinata colocou as mãos na cintura. Quem era aquele homem? Certamente, não era o homem por quem ela havia se apaixonado e com quem se casara, nove anos antes.

— Você não pode me dar ordens desse jeito, Naruto. Não estou à sua disposição.

Constrangido, Naruto cocou a cabeça, reconhecendo seu erro.

— Desculpe-me — disse ele. — Acho que perdi o jeito de convidar uma mulher para jantar. Hinata, eu gostaria que você me acompanhasse no jantar amanhãà noite. Temos muito o que con­versar. E eu poderia usar seus conselhos a respeito de algo.

Curiosa, Hinata ergueu as sobrancelhas.

— Meus conselhos?

— Sim, você sempre teve a cabeça no lugar, e conhece as par­tes envolvidas. Quero discutir algo com você. Pode me acompa­nhar no jantar?

Depois de ter aumentada ainda mais sua curiosidade, Hinata di­ficilmente poderia recusar.

— Sim, está certo. Vou jantar com você. Estou hospedada no Four Seasons.

Naruto assentiu.

— Pego vocêàs sete. Estou ansioso para vê-la amanhãà noite, Hinata.

Ela assentiu, mordendo o lábio para evitar fazer um comen­tário sarcástico, como "Você está me chantageando. Que outra opção eu tenho?".

Deixou o escritório de Naruto com passos confiantes. Ela não tinha imaginado que seu encontro com ele aconteceria daquela forma. Especialmente que sucumbiria ao beijo dele daquela ma­neira, mas seus objetivos estavam em vista. E aquilo era tudo o que lhe importava.

Hinata caminhou até o hotel, mais disposta a percorrer os dez quar­teirões a pé de saltos altos do que a chamar um táxi. Aquele seria um bom modo de esfriar a cabeça, depois do beijo devastador de Naruto e, daquela chantagem descarada. Ela não sabia qual das duas coisas a perturbara mais.

Tivera poucas chances contra o beijo de Naruto. Desde o pri­meiro dia, ela nunca fora capaz de resistir a ele. Por isso havia fugido no meio da noite, quatro anos antes, temendo que se lhe contasse seus planos, ele a convenceria a ficar. Ele argumentaria, como havia feito tantas vezes antes, e a beijaria até que ela se esquecesse de tudo.

Mas ela contra-atacara a tentativa de chantagem dele. De al­gum modo. E podia ficar satisfeita com aquilo. Ele queria passar uma semana com ela, quando estava bem claro que o casamento deles tinha acabado, e ela lhe oferecera uma noite. Para alguns, aquilo poderia não ser uma vitória, mas Hinata sabia como Naruto era determinado, e aquele acordo certamente significava uma vi­tória, por menor que fosse.

Hinata segurou sua pasta com força e pensou nos documen­tos do divórcio que estavam dentro dela. Logo teria a inde­pendência de que precisava para expandir seus negócios, sem ter de depender do dinheiro de sua mãe, o que ela conseguira fazer até então. Desde que deixara Naruto, ela sempre quisera ser independente, e tinha orgulho de suas conquistas. Tudo o que ela havia alcançado, conquistara sozinha. Embora sua mãe tivesse se oferecido para financiar os estúdios de dança, Hinata queria subir na vida por méritos próprios. Portanto, ela via a negociação com Naruto para que ele assinasse os papéis do di­vórcio como uma proposta de negócios, um meio para atingir o fim. Logo, Hinata-Bella, ela sussurrou, sorrindo ao se lembrar do apelido que seus professores de dança haviam lhe dado, di­zendo que ela dançava como uma princesa. Logo, você terá o que veio até aqui para conseguir.

Ela foi se acalmando enquanto olhava as vitrines, as fachadas familiares, notando quais edifícios haviam passado por reformas e que negócios tinham fechado, sendo substituídos por lojas mais novas e modernas. As pessoas caminhavam rapidamente, mas aquilo não a impediu de ver Karin Montoya do outro lado da rua, carregando várias sacolas de compras. Ela acenou, esperando cha­mar a atenção da outra mulher.

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— Karin!

Karin virou a cabeça e a viu. Surpresa, ela sorriu e acenou de volta, e então fez um gesto indicando a próxima esquina. Hinata a encontrou lá, depois de atravessar a rua.

— Hinata, é tão bom ver você! — Karin lhe deu um abraço re­cheado de sacolas.

Hinata riu e teve seu primeiro momento de alegria real desde que chegara a Houston.

— Karin, também estou feliz em vê-la. Já faz anos.

Ela e Karin se tornaram amigas durante seus primeiros anos de casamento com Naruto, apesar das objeções do irmão de Karin. Sasori não queria sua família envolvida com nenhum amigo de Sasuke e Itachi, e os dois homens eram amigos próximos de Naruto desde a faculdade, assim como Shikamaru e Gaara. O ódio extremo de Sasori se estendia a qualquer pessoa envolvida com os cinco homens do Clube dos Milionários.

— Sim, é verdade. Eu gostaria de ter mantido contato — Karin disse em voz baixa.

— Eu sinto muito sobre isso, Karin. Passei por momentos bem difíceis... Deixando a minha casa e tudo o que eu conhecia... Não foi fácil. Eu queria começar de novo, do zero.

Os olhos de Karin, um castanho cor de chocolate, se suavi­zaram.

Eu entendo. Mas você está aqui agora.

— Sim, vou ficar aqui pôr duas semanas. Estava planejando telefonar para você, na verdade, então me sinto duplamente feliz por tê-la encontrado. Parece que comprou a loja toda.

Karin olhou para as sacolas de compras que segurava.

— Eu sei, fiquei um pouco louca. Não faço compras com frequên­cia, e precisava de algumas coisas. Onde você está hospedada?

— Em um hotel no fim da rua. Você acha que podemos nos encontrar enquanto estou por aqui?

— Eu ia sugerir justamente isso. Podemos nos encontrar em Tokio para almoçar.

— Parece ótimo. — Hinata entregou seu cartão de negócios a Karin. — Aqui está o número do meu celular. Estou ansiosa para revê-la.

Karin sorriu ao olhar para o cartão, que tinha o desenho de duas pessoas dançando, rodeadas por luzes brilhantes.

— Dancing Lights. Gostei, Hinata. Eu tinha ouvido falar que você abriu um estúdio de dança.

— Todos aqueles anos fazendo ginástica e sendo líder de torci­da valeram a pena, acho. Nós ensinamos todos os tipos de dança no estúdio. Isso me mantém longe de encrencas.

— Vou ligar para você no fim de semana. Preciso ir ver Sasori agora. Ele está me esperando.

Hinata assentiu. Ela não podia nem mandar lembranças ao irmão de Karin. Não depois que ele tentara destruir sua amizade com Karin, simplesmente porque ela se casara com Naruto. Culpa por associação era algo que ela não podia aceitar.

— Tudo bem, vejo você em breve. Estou realmente ansiosa por isso. — O sentimento era verdadeiro. Hinata queria renovar as velhas amizades deixadas para trás quando abandonara a cidade.

Karin era uma pessoa muito doce, e oferecera um ombro ami­go a Hinata quando seu casamento desmoronara. Ela adoraria se aproximar de Karin novamente.

Hinata passou pela praça de alimentação da Galleria e apanhou uma salada asiática para o jantar, antes de voltar para o hotel. Ao entrar no quarto, chutou os sapatos para longe e se sentou na cama, exausta depois do turbilhão do dia.

Nem dois minutos haviam se passado quando se ouviu uma batida na porta. Ela grunhiu, e se levantou da cama.

— Sim? — disse ela, abrindo a porta para um funcionário do hotel.

— Sra. Uzumaki? Isto chegou para a senhora. Entrega especial.

Hinata deixou escapar um "ohh" antes que se desse conta. O jo­vem rapaz lhe entregou uma dúzia de lírios negros e orquídeas cor de lavanda, lindamente arranjados em um vaso.

— Obrigada — disse ela, entregando uma gorjeta ao rapaz an­tes de fechar a porta. Admirando os lírios, ela colocou o vaso na penteadeira e retirou o cartão do arranjo. Havia um bilhete.

Não me esqueci das suas favoritas.

As lágrimas fizeram seus olhos arderem por um momento. Ela sabia que as flores exóticas tinham sido enviadas por Naruto. Hinata tinha uma predileção especial pelos lírios de cor singular, e aquela fora a única extravagância que ela exigira para seu casamento.

As emoções lhe embrulharam o estômago, e ela se jogou na cama. Olhando para o teto, com um nó na garganta, ela sussurrou no silêncio do quarto:

— Você não esqueceu mesmo, não foi, Naruto-kun?

Naruto acertou a bola direto no décimo oitavo buraco, e ergueu o punho uma, duas vezes, em uma imitação passável de Tiger Woods. O campo de golfe do clube não era exatamente um campo de torneio, mas Naruto estava feliz demais com os acontecimentos recentes para se importar. Ele gostava de vencer.

— Foi uma tacada de sorte — resmungou Sasuke, fingindo-se zangado.

— Sorte uma ova. Isso é habilidade pura, Uchiha. Significa cin­co vitórias minhas contra duas suas este mês.

— Eu estava ganhando até os três últimos buracos — Sasuke reclamou. —É como se você mal pudesse esperar para dar o fora do campo, hoje.

Ao ser lembrado da hora, Naruto olhou para o relógio. Ele tinha de passar no escritório, trocar de roupa e ir buscar Hinata.

— Você tem um encontro quente ou algo do gênero, Dobe? — Os lábios de Sasuke se curvaram em um sorriso cínico.

— Vou sair com Hinata esta noite. Sasuke deu um assobio longo e agudo.

— Existe algum fio de esperança para vocês dois?

— Nenhuma chance.

— Você está me dizendo que a esqueceu?

Naruto rangeu os dentes. Maldição, claro que ele a esquecera. Não importava que o encontro do dia anterior lhe tivesse feito lem­brar-se de todos os momentos bons que eles haviam compartilhado, ou que ele estivesse ansioso para vê-la novamente naquela noite.

— Sim, eu a esqueci.

— Mas você vai levá-la para jantar esta noite, não é?

— Sim, vou levá-la para jantar.

— Ei, é só me dizer para não meter o nariz onde não sou cha­mado, amigo. Mas eu vi a expressão rio seu rosto ontem, quando ela telefonou. Você estava louco de raiva. E sentir raiva significa que ainda se importa. E também quer dizer que está tramando alguma coisa. Eu conheço você, Naruto.

— Vou ter uma última aventurazinha com a minha mulher an­tes de assinar os papéis do divórcio — Naruto disse, em defesa própria. — Não há crime nenhum nisso.

— A menos que você tenha segundas intenções. Naruto deu de ombros.

— Ela vai ficar aqui por duas semanas. — Graças à chantagem dele.

Depois de colocarem as bolsas na parte de trás do carrinho de golfe, ele e Sasuke se acomodaram nos assentos, e Naruto assumiu o lugar do motorista.

— Então você está planejando sair com ela, e depois o quê? — Sasuke não desistia.

Naruto olhou para ele pensativo, e respirou fundo. Todos os seus amigos sabiam o quanto Hinata o havia magoado quando parti­ra. E, embora Naruto não fosse admitir seu plano abertamente para ninguém, não seria difícil para nenhum de seus amigos somar dois mais dois.

— Você está planejando reconquistá-la e depois abandoná-la, não está? — Sasuke perguntou, com uma expressão incrédula no rosto.

Como Naruto não negou, Sasuke sacudiu a cabeça.

— Olhe, Dobe, se você tem uma segunda chance com alguém especial, aproveite. Não a desperdice, como eu quase desperdicei com Sakura.

Naruto atirou as palavras de Sasuke de volta para ele:

—É agora que eu lhe digo para não meter o nariz onde não é chamado, amigão.

Ele não precisava de um sermão. Desde que Sasuke se casara com Sakura, ele parecia querer que todos seguissem o exemplo. Mas Naruto não acreditava mais em "felizes para sempre". Ele só que­ria uma pequena vingança por toda a dor e humilhação que Hinata lhe causara.

— Certo, tudo bem. Mas não diga que eu não o avisei.

Mais tarde, naquele dia, Naruto foi até o escritório para examinar alguns contratos. Ele queria estar de cabeça fresca quando apa­nhasse Hinata para jantar. Uma das coisas que aprendera nos últi­mos quatro anos era cercar-se de funcionários em quem confiava e delegar tarefas. Descobrira que aquilo lhe dava mais tempo para os prazeres da vida, que ultimamente se resumiam a uma partida de golfe ou um jogo de sinuca com seus amigos.

A ansiedade lhe fervia o sangue. Hinata era um desafio muito maior do que vencer Darius na sinuca, ou Sasuke no golfe. E, que diabos, ele precisava enHinatar os fatos, estava ansioso para passar suas noites com ela novamente. Como nos velhos tempos; uma voz em sua cabeça lhe disse.

Naruto saiu do escritório às cinco horas, dirigiu até seu aparta­mento, tomou um banho, fez a barba e checou os preparativos que havia feito para o seu primeiro encontro com Hinata. Ele chegou ao hotel dela um pouco mais cedo, e bateu à porta de seu quarto.

— Só um minuto — ela respondeu.

Naruto sorriu só de ouvir o tom de voz petulante dela. Hinata abriu a porta e sussurrou, sem fôlego:

— Você chegou cedo. — Ela colocou uma argola de prata em uma das orelhas, parecendo um pouco afobada, mas linda, em um vestido de seda preta que favorecia suas longas pernas de dançari­na. Seus cabelos lhe cascateavam pelos ombros e estavam presos do lado com uma fivela de cristal.

— Você está linda, Hinata. — Ele entrou no quarto.

Ela o examinou da cabeça aos pés, a surpresa registrada em seu rosto. E, antes que pudesse fazer qualquer comentário sobre o visual dele, Naruto sacudiu a cabeça e completou:

—É uma pena, porém, porque você terá de tirar todas as suas roupas.