A Garota Da Confusão

Morrendo... Ou não


*Passei a noite acordada ouvindo os vomitos de Gabriel da outra casa! Os pais dele ficaram no quarto dele com ele perguntando se ele queria ir pro médico mas ele não queria ir. Uma sargenta culpada! È isso o que eu sou agora!

Continuação...

Gabriel....

Ah Emely, você não faz ideia do que te aguarda! Ela pensou mesmo que eu não ia perceber Vicky me fazendo um monte de perguntas, ela me espionando, Luccas nervoso e por fim o cheiro da minha comida? Sério tá na cara que isso não passa de uma vingança boba da parte dela. Da qual eu vou tirar vantagem, é claro!

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Eu não comi a comida é claro! Quando ninguém tava olhando eu joguei fora. Depois fingir estar vomitando a noite inteira. Yeah! E hoje não fui para a escola porque eu estou "mal"! Já liguei para Pedro avisando a peça que vou pregar na Emely, e agora estou aqui deitado de cama esperando os meus amigos e a Emely chegarem.

Luccas está fazendo de tudo pra me agradar. O que o sentimento de culpa não faz com uma pessoa, hein? Ouvi passos e logo depois Luccas estava entrando no meu quarto com Pedro, Vicky e Emely.

—Hey! -Pedro se sentou na ponta da minha cama.

—Hey... -Eu fiz minha voz rouca e fraca.

—Como se sente? -Emely se ajoelhou ao lado da cama.

—Mal... muito mal...

—Daniel não pode vir. Ele tinha que fazer um trabalho importante de química. Ele mandou melhoras... -Vicky se aproximou mais.

—Você tem que ir no medico Gabriel! -Emely declarou me encarando.

—Não! Eu odeio médicos... -Eu a despistei. - Não vou e pronto. Nem adianta insistir.

—Por favor... -Ela implorou e eu me surpreendi. Emely implorando? Uau. Ficar doente faz milagres as vezes hein... -Você não sabe o que tem e pode ser sério...

—Não deve ser nada demais... A única coisa que poderia me matar seria limão e eu fico bem longe de limões! Isso eu te garanto... -Eu fingi respirar com dificuldade enquanto Luccas coçava o cabelo nervosamente e Emely parecia mais preocupada.

—E se eu te dissesse que você comeu limão, ontem? -Seus olhos se encheram de água. Eu vou fazer Emely Watson chorar? Isso é sério?

—Eu diria que é mentira! Ontem eu comi frango, Em. -Eu deu um sorriso triste pra ela.

—Emely, acha que ele vai morrer? -Vicky perguntou roendo as unhas.

—Não fala besteira, Vicky! -Emely disse mais pra si própria do que para Vicky.

—Mano, nós colocamos... quer dizer eu coloquei... -Luccas gaguejou.

—O que? Fala Luc! Tenho certeza que é algo bom! Você nunca me decepcionaria mano! -Eu sorri e vi Luccas abaixar a cabeça. Acho que estou pegando pesado agora. Ah mas na hora de se juntar a minha arqui-inimiga Emely, ele foi na boa né? Eles não pensaram que se estavam pegando pesado com o limão então eu também não estou pensando agora! Que se dane! Esse trairá! -Continua, irmão! Eu quero ouvir...

—A verdade é que eu coloquei limão, canela e pimenta na sua comida ontem. -Ele confessou e eu ri com a cara dele. O show só esta começando.

—Impossível! Você não faria uma coisa dessa com seu próprio irmão Luc... -Eu declarei parando de rir um pouco e Emely assentiu sem me olhar.

—Ele fez... -Ela confirmou. -A meu mando... Não culpe ele! Ele só estava tentando salvar o videogame preferido... Não pensou que você ia ficar assim. Nós não pensamos que você ia ficar assim! Juro que não tínhamos a intenção! Vicky e eu só queríamos brincar com você! E também era uma forma de vingança...

—Era pra te sido só brincadeira! -Vicky lamentou-se os olhos marejados também.

—Eu não acredito que vocês fizeram isso! Vicky eu pensei que você fosse mais responsável! Eu estou decepcionado com você! -Pedro declarou. Eu sabia que no fundo ele estava se segurando para não rir afinal, ele sabia de tudo.

—Me desculpe. -Ela murmurou e abaixou a cabeça olhando para os seus sapatos. Emely me encarava esperando uma reação.

—Então é isso? Emely, você me matou? Quer dizer eu estou morrendo... E você, Luccas! Um videogame é mais importante que a vida do seu irmão? -Eu balancei a cabeça negativamente. -Tudo bem! Você sempre quis se livrar de mim Em, tudo bem.

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—Não! Eu nunca quis me livrar de você! Me desculpa... -Ela agarrou meus braços cada vez mais culpada e aflita.

—Bem, você conseguiu... -Eu fui fechando os olhos lentamente e os abrindo de novo. -Está ficando escuro... eu estou com sono... -Eu me segurei pra não rir do desespero deles. Menos o do Pedro que era fingido, claro.

—Gabriel, seu idiota! Vamos ao médico! -Emely me puxou.

—Não! Se for pra morrer, morrei aqui... Com o meu amigo fiel e responsável mas que nunca interferiu em nada! Com minha amiga que não é tão amiga assim! Com um irmão que me traiu e escolheu um videogame! E por fim com a garota que me matou... -Eu fiz drama e Vicky correu desesperada lá pra baixo e subiu de novo com uma caixa de bombom na mão.

—Gabriel! Eu trouxe chocolate! Isso vai te deixar vivo... Não morra eu tenho chocolate! -Ela me entregou a caixa e Emely perdeu a paciência que tinha.

—Chocolate não vai deixar ele vivo! -Ela gritou e Vicky recuou chateada.

—Desculpe... -Ela murmurou.

—Vou ligar pra mamãe e dizer que você piorou... -Luccas disse e eu neguei.

—Não! Por favor não! Você já ajudou a me matar, agora respeite meus últimos pedidos! -Eu falei e ele assentiu com os olhos marejados. -Eu queria que no meu velório vocês chorassem e se declarassem culpados! -Eu pedi e eles assentiram, inclusive Pedro. Então comecei a fechar os olhos quando ouvi Emely me chamar.

—Não! Gabriel por favor... Eu preciso de você vivo... Eu vou sentir sua falta... -Uma lágrima caiu na sua bochecha, e aquilo apertou meu coração. Não queria ver ela chorar mas acho que a coisa passou do limite... Peraí ai! A Emely disse que ia sentir minha falta? E que precisa de mim vivo? Não aguentei e comecei a rir e Pedro também vendo os rostos confusos de Vicky, Emely e Luccas.

—O que.... -Vicky secou os olhos e me encarou. -O que...

—Você! -Emely gritou. Ela havia entendido tudo e estava furiosa.

—O que está acontecendo? -Luccas perguntou e Emely se levantou.

—Esses dois idiotas estavam curtindo com a nossa cara! Ele não comeu limão e nem esta morrendo! -Emely apontou pra mim com raiva e Luccas me encarou.

—Eu não acredito! Seu retardado! Eu estava quase chorando... -Luccas gritou indignado.

—Vocês mereceram! Eu podia ter morrido de verdade com o limão! Sorte que eu percebi e não comi! -Eu resmunguei e Emely pulou em cima de mim me batendo.

—Seu cretino! Eu te odeio! -Ela gritava e eu tentei tirar ela de cima de mim. Pow! Hoje em dia não respeitam mais um moribundo no seu leito de morte?

—Pra quem disse que precisava de mim, ia sentir minha falta e estava até chorando você esta bem marrentinha! -Eu murmurei tentando afastar seus socos e tapas.

—Aquilo foi culpa! CULPA! Vai saber se eu não seria presa? CULPA! Ela resmungou saindo de cima de mim.

—Me devolve os chocolates! -Vicky pegou a caixa de bombom! Ahhhh! Eu queria ao menos poder ficar com os chocolates...

—Vocês mereceram! -Pedro disse parando de rir.

—Você é um ingrato que se diz ser meu irmão de consideração! Seu cumplice de uma figa! -Emely xingou e Vicky também xingou Pedro.

—Eu ainda estou doente! Façam menos barulho! -Eu murmurei.

—Doente! Doente o caramba! Tô vendo sua doença! -Emely saiu pisando duro com uma Vicky atrás.

Luccas saiu do quarto xingando.

Pedro e eu rimos e depois fomos jogar videogame. No dia seguinte Vicky já tinha me perdoado e Luccas também mas Emely me ignorava. E assim passou a minha semana. Uma loirinha irritada me ignorando até chegar no sabado...

Continua...