Mirrors - Seth&Lívia

O Perigo Mora ao Lado


P.O.V. Lívia
O caminho até o castelo foi mais tranquilo dessa vez, apesar de ainda estar apavorada. Arthur em um determinado momento passou a me carregar no colo, pois minha perna latejava e sangrava muito.
Entramos por um por um portão discreto na lateral do reino e seguimos em direção ao palácio que era no pico de uma montanha, mão consegui observar muito o povo, mas pude perceber suas roupas um tanto quanto medievais.
Algum tempo depois chegamos, Arthur disse algo a algumas pessoas e logo fui colocada numa sala e muitas pessoas passaram a cuidar dos meus ferimentos, minha visão escureceu até que eu caísse na inconsciência.
*****
– Lívia?
– Ian? - respondi abrindo um pouco os olhos
Tentei me sentar, mas a mão de Ian me parou.
–Melhor não, vai forçar a perna.
Encarei o quarto ao redor, era realmente deslumbrante.

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Focalizei em Ian vendo seu rosto machucado.

– Ele fez isso com você? - perguntei me referindo ao meu pai
– Você sabe a resposta. - disse evitando meu olhar
Senti o remorso me dominar. Eu insisti que ele me ajudasse em algo que eu sabia que poderia colocá-lo em problemas e mesmo assim continuei com a ideia.
– Me desculpa - pedi mordendo o lábio nervosa
Ele simplesmente deu de ombros.
A porta se abriu e uma linda moça que parecia ter uns 18 anos passou pela porta e corou ao encarar Ian, o mesmo a encarava com um brilho nos olhos.
– Com licença. - disse se retirando após deixar uma jarra de água e um copo sobre a prateleira.
– Obrigada. - respondi
Encarei Ian a minha frente era claro que havia algo emtre os dois.
– Por que não se declara pra ela? - perguntei vendo-o arregalar os olhos, mas logo disfarçando
– Não posso.
– Por que não?
– Não podemos nos relacionar amorosamente com alguém que não seja do mesmo nível.
– Ian isso não tem nada a ver! Que pensamento mais...
– Regras do seu pai. - interrompeu tenso
– O que? - indaguei perplexa
Ele respirou fundo travando uma batalha interna sobre se deveria ou não dizer.
– Você não leu o livro certo?
Livro? Ah provavelmente aquele "Mirrors", neguei com a cabeça.
– Todos os speculas nascem com uma tendência, como dons, que é utilizada para saber a que parte da sociedade você pertence: nobre, artesão, militar, agricultor, servo do castelo... Acontece que quando uma criança é a mistura de dois desses "polos" ela pode de certa forma evoluir pra outro polo ou regredir, Arthur por exemplo... - deu uma pausa incerto de se deveria contar - ele regrediu. Seu avô, o rei, teve seu pai fora do casamento e por isso ele e o irmão, que no caso era filho do rei e da rainha, sempre tiveram um rivalidade. Nicholas era o nome do seu tio, ele era um líder nato e logo após a morte de seu avô todos estavam preparados para sua ascensão como rei, entretanto Arthur planejou um golpe, ele queria o reino pra si, e assim o fez. Mas como eu disse seu pai era filho de um caso extraconjugal com uma serva do castelo, seu pai então nasceu com a tendência militar, porém muito mais forte do que um militar comum. Sua alma não é a de um rei e sim a de um militar por isso todo o reino está indo a decadência e o pior de tudo é que... Quando o poder é dado a alguém que não sabe administra-lo a sede de poder torna-o um monstro, por assim dizer.
Minha mente trabalhava rapidamente para tentar digerir tantas informações. Como assim Arthur não devia ser rei? Eu tenho um tio! Como meu pai teria feito esse golpe?
– Mas o que isso tem a ver com essa proibição? Por que ele iria proibir a forma que ele mesmo surgiu?
– Porque as vezes o resultado é a criação de pessoas ainda mais fortes, o que para o poder dele seria uma ameaça.
Tantas coisas passavam na minha mente, mas entre elas algo me fez parar.
– Mas se Arthur proibiu isso, então eu não deveria existir, não é?
Ian pareceu aliviado por eu finalmente compreender, porém tal sensação passou para receio em segundos.
– Eu preciso que você prometa proteger sua mente de todos principalmente do seu pai, para que eu te conte.
– Prometo! - sussurrei ansiosa
– Você está certa, principalmente porque você é a mistura de specula com uma humano o que lhe torna mais poderosa ainda, além de que você tem tendência a realeza.
– Eu? - perguntei incrédula - Eu não consigo cuidar de mim mesma quem dirá de um povo como esse!
– Por que você voltou de La Push?
– Esse povo precisa de mim, além do mais eu tinha feito um trato com você e eu não ia trair sua confiança.
Ele levantou uma sobrancelha mostrando ter razão. Meus olhos se arregalaram.
– Lív você é pura, altruísta e leal. Características de alguém que seria perfeita para assumir o trono.
– Isso é loucura! - sussurrei abismada
– Arthur daqui a pouco virá aqui e preciso que ouça o que vou dizer com muita atenção - começou apressado - há uma profecia que diz " o fruto do amor proibido extinguirá o sofrimento do povo e culminará com o fim do rei que dominado pela sede de poder será capaz de atrocidades para impedir a libertação do povo degradado". Você não está a salvo aqui Lívia. - terminou me encarando com seus olhos verdes brilhando em raiva e expectativa.
– Eu sou o fruto do amor proibido! - declarei em choque, ele apenas concordou - Isso quer dizer que Arthur quer...
Minhas palavras foram cortadas pela por que foi aberta num rompante por Arthur.
– Arthur quer o que? - perguntou fazendo meu coração acelerar
– Fazer uma festa pra ela. -completou Ian salvando minha pele
Espera aí! Festa?
– Não acredito que estragou a surpresa! - disse Arthur falsamente decepcionado
– Festa? - falei
– Sim Lívia, como minha filha legítima é necessária uma apresentação oficial, que vai ser daqui a dois dias, será um baile de máscaras. Não se preocupe com o vestido já está sendo providenciado. - respondeu num fôlego só - Aliás Ian por que não vai providenciar suas vestes?
Não. Não. E não. Não quero ficar sozinha com Arthur.
– Sim, senhor!- respondeu Ian retirando-se porém sem antes lançar um olhar significante na minha direção
Arthur então parou perto da minha cama estendendo-me a mão e encarando-me com seus olhos tempestuosos.
Ali eu podia ver os conflitos entre o bem e o mal, e infelizmente o mal parecia ter maior domínio sobre meu pai.
– Que tal um passeio pelo castelo?
Peguei sua mão quase não sentindo nenhum incomodo pela perna, e assim saímos rumo aos inúmeros corredores do castelo, ainda que meu corpo mente implorassem que eu saísse de perto dele.

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Afinal Arthur queria me matar.