Confusa e... Encrencada?!

P.O.V. Seth

Vê-la daquela forma tão desolada me fazia tremer só de pensar em quem a teria deixado daquela forma, meu coração parecia estar sendo pisoteado a cada lágrima.

Esperei até que suas lágrimas cessassem, a abraçando enquanto estávamos sentados na areia perto do mar, para então tornar a perguntar:

– O que houve Lív?

– M-meu pai. – gaguejou

– O que ele fez? – os tremores voltaram a se espalhar pelo meu corpo

– Me deixou. – falou baixinho – Minha mãe o traiu e eu nasci dessa traição. Por isso... Foi embora.

– Talvez ele só precise de um tempo.

– Ele me deixou sem ao menos me dar um abraço ou qualquer coisa! E se eu não tivesse chegado lá naquela hora ele teria ido sem nem mesmo me dizer! – voltou a chorar – Não é justo Seth.

A abracei mais forte.

– Eu sei meu anjo, mas ele vai voltar. – falei calmo fazendo carinho pelo seu cabelo

– Ele me olhou de um jeito... Eu morri pra ele Seth, no máximo sou uma conhecida e nada mais...

– Lívia sei que está sendo difícil, mas tenta não ficar assim ok?

– Como lobinho? – falou ainda chorosa

Como um clique, tive uma ideia para anima-la.

– Assim!

Peguei-a no colo correndo em direção ao mar.

– SETH NÃO! ME PÕE NO CHÃO!

Comecei a rir e logo fui acompanhado por ela e então mergulhei com minha princesa em meus braços.

– Ahhh Seth ta muito frio!

– Vem aqui. – a puxei pra mais perto

E então encarei aqueles olhos com um mesclado de verde e castanho. Ela estava tão próxima, eu podia sentir sua respiração e seu coração descompassado. Sua boca entreaberta era tão...

– Seth? - sussurrou

– Hum?

Ela me olhou profundamente e se inclinou acabando com o espaço entre nós.

O beijo era calmo e doce assim como ela, nossas bocas se encaixavam perfeitamente, tudo nela era perfeito pra mim. Seu toque, seu cheiro, sua voz, seu beijo.

Sempre adorei ser lobo por cause da velocidade e força, mas se me perguntassem agora qual é a melhor parte de ser lobo eu diria que é o imprinting, pois com ele achei a garota mais incrível do mundo e agora tenho a oportunidade de tê-la junto a mim.

Aos poucos o beijo foi parando e quando abri os olhos encontrei Lív com as bochechas rosadas me encarando envergonhada.

– M-me desculpa! – falou se soltando de meus braços, me fazendo sentir um vazio enorme no peito

Mas é claro que ela não deve ter gostado, ela é muito nova e eu sou muito mais velho. O que eu fiz?

– Eu que peço! Eu não deveria ter feito isso. Você é muito nova.

Ela pareceu um pouco decepcionada o que me deixou confuso, mas eu não podia. Ela era minha vida e eu deveria respeitar seu tempo.

– Claro, sempre muito nova. – murmurou baixo porém minha audição lupina me ajudou – Acho melhor voltarmos.

– É acho que sim.

Voltamos em silêncio, Lív pegou suas coisas, se despediu com um abraço meio sem jeito.

– Obrigada Seth e desculpa.

*.*.*.*.*

P.O.V. Lívia

Bagunça. Era isso que minha vida havia se tornado. O que eu sentia por Seth era intenso, eu sabia disso, e eu queria o beijo, porém me enganei ao achar que alguém como ele iria querer o mesmo. Ele era mais velho se não me engano 8 anos, apesar de sua aparência de 17, e obviamente não seria uma pirralha de 14 anos que iria conquistá-lo.

Fui para casa comer algo antes de ir encontrar o Ian e trocar de roupas, peguei uma maçã e escrevi um bilhete para minha mãe avisando que estaria com um amigo.

Depois saí em direção a divisa levando apenas o espelho numa bolsa. Ao longe avistei Ian andando de um lado pro outro, parecia preocupado ou nervoso. Será que demorei?

– Oi! – falei pegando-o de surpresa

– Lív tudo bem?

– Tudo e você? Demorei?

– Tudo e não, não se preocupe.

– Acho que esqueceu o cappuccino. – falei sorrindo

– Putz esqueci mesmo.

– Sem problema.

Um silêncio constrangedor se instalou.

– E então o que achou? – perguntei me referindo a sua pesquisa

– Eu adoraria te contar, mas vou ter que deixar pra outra pessoa.

– O que? – perguntei confusa

– Me desculpa! – falou parecendo arrependido só não entendi por que

Entretanto entendi o que havia dito quando sinto uma mão me pegando por trás e outra tapando meu nariz e boca com um pano de cheiro desagradável. Logo me sinto embrulhada pelo escuro.