E se tudo fosse diferente?

Capítulo 21 - Parte I


Nisso disparamos um cabo de metal em direção as sombras de um prédio lá em baixo, ninguém nos notou indo pra lá, pegamos um carro e fomos em direção a um heliporto perto dali. Damian e Jason permaneciam em um silêncio extremo, agradeço por meus irmãos me conhecerem tão bem e saberem que eu precisava de um pouco de paz e sossego.

Chegando ao heliporto o piloto já nos aguardava.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—- Olá senhores e senhorita Wayne, irão a algum lugar específico? – Jonathan falou abrindo a porta do helicóptero para nós.

—- Não exatamente Jonathan, sinta-se dispensado pro momento. -- Jason disse dando um sorriso – Estamos mais fazendo uma viagem entre irmãos, caso nosso pai pergunte diga que tentaremos voltar em breve.

—- Obrigada pela oferta para piloto, mas preferimos ir só nós mesmos. – Disse em um meio sorriso para ele – Vá para casa e aproveite sua família Jonathan, de um beijo na nenê por mim.

—- Claro senhorita Wayne, com prazer. Boa viagem aos senhores.

—- Obrigado – falamos uníssimos.

Em algumas horas chegamos a Nanda Parbat, vários guerreiros estamos a nossa espera, assim como a própria cabeça do Demônio.

—- Os bons filhos a casa voltam. Bem vindo novamente – Ra’s Al Ghul fala abrindo os braços – O que posso fazer por vocês?

—- Não finja que se preocupa com nós Ra’s, você sabe exatamente porque saímos daqui e se estamos voltando não é tanto por nossa escolha. – Damian falou pondo-se a frente – Mas que bom que finge ser um bom avô e finge se preocupar. – continuou e olhou para trás de Ra’s – Olá mamãe, tia Nyssa. – As duas olharam-no e deram sorrisos discretos.

—- Eu já falei Damian que era pra você e pro Jason ficar fora disso que eu resolvia sozinha.

—- E deixar você vir aqui pra depois papai querer quebrar nossos pescoços por deixar sua garotinha entrar pra Liga? Nem pensar. – Jason falou pondo-se ao meu lado – Você não vai nos perder tão cedo baixinha.

—- Odeio quando me chama assim – falei cruzando os braços.

—- Quem é a garota que está junto a vocês meninos? – Ra’s falou olhando-me atentamente agora – Vejo várias características da atual esposa de Bruce, e muitas mais dele, principalmente a petulância e impaciência que ele tinha quando chegou aqui.

—- Sou Melanie Isabelle Wayne, uma das filhas mais novas dele. – Falei.

—- E o que está fazendo aqui com seus irmãos? Não é qualquer um que entra para a Liga, você já deve ter ouvido as histórias de seu pai e de como seus irmãos foram treinados. Tem certeza que é isto que quer menina?

—- Preciso de que treine Ra’s, assim como treinou eles. Desejo que me torne em uma das suas melhores guerreiras, assim como suas filhas. Tenho certeza que posso me tornar uma. – Falei dando um paço a frente, meu irmãos se encararam mas não falaram nada.

—- Ótima escolha Pequena Loba. – falou com um sorriso cínico nos lábios.

—- Como você sabe desse apelido? – falei.

—- Tenho olhos por todo lugar, escuto tudo o que está nas sombras. Além de tudo, fiquei sabendo seus olhos ficam dourados quando fica com raiva, foi como ficou quando matou todos aqueles homens para defender o seu amado.

Apenas o encarei e assenti, ele começou a dirigir-nos para dentro do templo em Nanda Parbat.

—- Prevejo um grande futuro para você, destemida, luta pelo que quer, mas principalmente inteligente, o qual é o significado do seu nome.

—- É o que eu espero também... mestre.

3 semanas depois

—- Você ainda bate como uma garotinha – Damian falou pela quinta vez.

—- Não. Me. Chama. De. Garotinha. Seu. Idiota – A cada golpe minha raiva dele só aumentava, eu notei que ele estava começando a ficar cansado, seus golpes estavam ficando mais lentos.

—- Quer que eu te chame do que? De uma guerreira? Você não sabe nem proferir um golpe com a intensidade certa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não o respondi, apenas comecei a aplicar o que eu estava treinando com Nyssa. Como eu já havia notado, Damian estava cansando-se, então aceitei uma “espadada” (no caso estávamos treinando com varas longas de bambu) em sua perna que fez ele se desequilibrar e foi o momento perfeito para eu saltar em seu pescoço e aplicar uma chave nele o derrubando e ao mesmo tempo o imobilizando.

—- Você fala demais irmãozinho. – falei soltando-o.

—- Como você aprendeu? – ele perguntou sentando ao meu lado.

—- Sua tia me ensinou, sabia que era o momento para treinar pra ver se dava certo.

—- MENOS PAPO E MAIS TREINO, LEVANTEM ESSAS BUNDAS DO CHÃO E VÃO TREINAR NOVAMENTE. NÃO QUERO NINGUEM PARADO. – Um guerreiro falou para nós.

—- Vamos logo – Falou ficando em pé e estendendo a mão para me levantar.

Continuamos o treinamento e após longas horas resolvemos parar quase anoitecendo. Nos despedimos e fomos cada um em direção aos nossos quartos, que só recebemos eles porque Damian ainda tinha influencia aqui. Por impulso peguei meu celular, o qual estava desligado e guardado na cômoda, liguei-o e vi que tinha 33 mensagens, 24 ligações, fora as mensagens no correio de voz.

As mensagens a maioria da Anne, percebi a angustia dela em cada mensagem e a preocupação, outras poucas dos meus irmãos (Henry, Tim e Jess) pedindo onde que eu estava e que estavam preocupados, mas as mais escandalosas eram as da Helena, pedindo como que eu havia a abandonado sozinha em casa com todo mundo quando ela mais precisava de mim em seu lado. Sorri com a mensagem lembrando quando o Tony falou que eu me parecia com a Helena no quesito em ser dramática e escandalosa. Isso me fez lembrar quando conheci ela.

Flashback on.

Estava dirigindo em direção ao Arkham, Selina tinha pedido para me avisarem que precisava falar comigo com urgência, achei estranho no começo, ela nunca pedia pra falar comigo, sempre com meu pai. Eles tinham feito uma ótima dupla no passado, mesmo ela nunca tendo sido uma vigilante e ajudado tantas pessoas assim, mas eu via em seus olhos como ela importava-se com o bem estar do meu pai.

—- Nome, por favor?! – parei ao lado da guarita abaixando o vidro. O guarda olhava para um tablet sem encarar-me.

—- Melanie Isabelle Wayne.

—- Senhorita Wayne, desculpe-me não ter lhe reconhecido. – falou o guarda encarando-me agora. – Pode entrar.

—- Sem problemas, é melhor quando não sou reconhecida – disse sorrindo – Obrigada.

Arranquei com o carro, a estrada era silenciosa, cheia de arvores e curvas, quando foi comprado o Arkham não imaginei que tinham mandado faze-lo tão isolado, claro que tinham a ponte levadiça que separava-o da cidade, que tinha a guarita para ter controle de quem entrava ou saia daqui, mas o caminho até chagar no asilo, era meio que... sombrio.

Estacionei o carro e segui até a entrada.

—- Senhorita Wayne, que prazer tê-la aqui. Em que posso lhe ajudar? – Pediu Janice, uma guarda/enfermeira do asilo.

—- Selina solicitou minha presença, vim vê-la. – Sorri para a mulher.

—- Claro claro, por aqui – falou apertando o botão para liberar a porta para eu entrar. Reparando agora em tudo um pouco notei como meu pai tinha feito um ótimo trabalho em pagar para a melhoria da segurança do Arkham, o que muitos pensavam ser apenas um asilo para pessoas lunáticas, quase um manicômio, na verdade em seu subsolo servia como uma prisão para os piores vilões que tinham. Eu sabia exatamente aonde cada um dos inimigos do meu pai estavam, sendo que muitos deles eu mesma já tinha visto “em ação” até serem capturados e trazidos pra cá. Oráculo tinha acesso às câmeras daqui para cuidar caso alguém ou algum deles quisesse tramar algo.

Seguimos até uma sala parecida com as de interrogatório que tem normalmente em delegacias de policia. Selina já estava lá e quando me viu deu um sorriso.

—- Pontualidade é uma virtude entre vocês Wayne’s.

—- Gostamos disso, fazer o que – falei indo em sua direção e dando uma abraço. – O que devo a honra de ser chamada por você?

Ela tinha se tornado uma grande ouvinte quando eu precisava desabafar com alguém ou pedir ajuda sobre algo, em algum tempo livre, e quando eu conseguia persuadir o psiquiatra dela, também uma incrível treinadora.

—- Preciso da sua ajuda, na verdade é mais uma missão do que ajuda – falou sentando e eu me pus em sua frente – É sobre meu passado e eu preciso que alguém me ajude com isso.

—- O que exatamente Selina? – falei a encarando diretamente em seus olhos, pude ver dor lá, como se ela dependesse disso.

—- Eu tive uma filha... – ela me encarou, notou o espanto em mim – só porque tenho este corpo perfeito e continuo gostosa não quer dizer que eu não possa ter tido uma filha. – falou dando meio sorriso.

—- Não é isso, é só que... – tentei achar a palavra certa

—- Não consegue me imaginar como mãe, é eu sei, não tenho um histórico muito favorável pra isso. – falou revirando os olhos – não fui eu quem a criou... – disse com tristeza.

—- Então é uma menina? – ela assentiu – O que aconteceu com ela? Foi a quanto tempo?

—- Foi a 25 anos atrás, eu deixei ela na porta de uma família rica, a mulher tinha perdido o bebe deles fazia dois meses, e eu havia ganhado a minha naquele tempo também... eu e ela nos encontramos no hospital, ela estava muito triste pela perda dela mas encantou-se com minha bebê, sempre risonha, com os cabelos negros, a pele branca e os olhos azuis como o céu... Perfeita, saudável, um bebe grande para a idade dela. – Sorri quando vi aquele olhar apaixonado, de amor transmitido por Selina, era o olhar que via nos olhos de minha mãe quando olhava para algum de seus filhos, quando se lembrava de nossas peraltices na infância – Eu cheguei à conclusão que não poderia deixar ela no mundo em que eu vivia, com os perigos que eu enfrentava, então, a entreguei para os Bertinelli, sabia que eles dariam todo o amor do mundo para ela, a criariam, daria uma boa educação, coisa que eu nunca poderia fazer.

—- Mas e o pai dela? – perguntei, em nenhum momento ela havia o citado – Não querendo ofender, mas você sabe quem é o pai dela Selina?

—- Claro que sei menina tola, se não não a teria chamado aqui. – Ela me encarou, como um estalo veio o nome de alguém em minha cabeça. – E você já chegou à conclusão de quem é.

—- Você tem certeza que é mesmo ele? Por que nunca contou? Ele se sentirá traído quando souber... – fiquei em pé, andando de um lado para o outro imaginando a reação que teria quando soubesse que tinha uma filha.

—- Por isso será você quem contará – falou abrindo um sorriso sacana nos lábios.

—- Eu? Você tá ficando louca né?

—- Não, estou falando sério. Preciso que seja você quem conte justamente porque é uma das filhas que ele mais confia, não foi atoa que ele passou a Wayne Enterprises para ter você como CEO quando tiver idade o suficiente. – A olhei estupefata com o que ela acabava de falar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—- Como você sabe? Ele não comentou com absolutamente ninguém sobre isso.

—- As noticias correm meu bem, mas na verdade ele veio me pedir opinião sobre isto, e apoiei ele colocar seu nome em jogo, você sempre se destacou entre os outros.

—- Não fale assim, eles são tão dignos quanto eu.

—- Mas você sabe o que fazer pra atingir o topo, você não será uma CEO que ficará apenas atrás da mesa da presidência assinando papéis, sei que ficará na área de pesquisa, inovando e criando tudo. Terá grande futuro a frente da empresa Melanie, você sabe disso, só não quer admitir.

—- Eu sou muito nova pra pensar nisso ainda, mas o assunto não sou eu aqui, é a sua filha e do meu pai, minha irmã. O que mais sabe sobre ela?

—- Apenas isto, fiquei observando Helena de longe sempre... Não me admirei quando li manchetes em Star City sobre ela causando na cidade, uma filha de Bruce pura.

—- Eeei, eu e minha irmã não causamos tanto aqui. – ela me encarou com a sobrancelha arqueada – Pelo menos a Jess não.

—- Foi o que imaginei... Mas isto é tudo que sei, se quer alguém que saiba mesmo sobre ela peça para Oliver Queen – a encarei – sei que ele e a irmã dele cresceram juntos com vocês, que seu pai e o pai dele era sócios, e sei também que ele se tornou o vigilante de Star City, ele conheceu a Helena, namorou ela... Ele deve saber bem mais que eu.

—- Informação de mais – massageei minhas têmporas – Algo mais pra mim ou era só isso por hoje? – Falei sem olha-la.

—- Preciso que entregue estar cartas, na verdade, uma pro seu pai, outra pra Helena – Falou passando os envelopes brancos para mim – Está explicando a história que te contei, tudo... caso não acreditem só em sua palavra... Faça o favor de entrega-las.

—- Claro – falei ficando em pé – Obrigada Selina, e prometo entrega-las.

Ela me deu um sorriso e sai da sala. Fui em direção pra casa, toda a conversa foi repassando em minha cabeça infinitas vezes, eu tinha uma irmã mais velha e não sabia. Cheguei na mansão e estacionei o carro, entrei em casa e Alfred me esperava perto da porta.

—- Seu pai já estava preocupado aonde você tinha ido, recebeu aquela ligação e saiu correndo – ele falou preocupado e me encarou, acho que minha cara não era das melhores – Aconteceu algo?

—- É o que veremos, aonde ele está? – falei meio apreensiva.

—- No escritório. Precisam de algo lá?

—- Não Alfred, acho que estaremos bem, obrigada. – Falei dando um beijo em sua bochecha e me dirigindo ao escritório. Dei leves batidas na porta e quando escutei o “Entre” abri as portas e entrei.

—- Oi pai. – falei meio acanhada, parecia ainda uma criança quando chegava perto dele.

—- Oi filha, aconteceu alguma coisa? Vi você saindo correndo após a ligação que recebeu – falou apreensivo.

—- Acontecer aconteceu, só não sei se é boa ou ruim... – falei sentando na poltrona na frente de sua mesa. Ele me encarou com aqueles olhos inquisidores, tentando achar algo.

—- Você me falando ajudaria muito. – Ele finalmente falou.

—- Eu vou, mas primeiro tenho que te entregar isto – falei pegando o envelope que era endereçado a ele. – Você decide se quer que eu fale ou lendo isto basta. É a mesma história, mas é o senhor que decide.

—- Não entendo – falou encarando o envelope ainda fechado – Por que uma carta e a sua história? – falou analisando-me, mania que ele tinha que tentar achar alguma mentira.

—- Peça a Selina porque conta a história duas vezes – falei jogando as mãos pra cima.

—- Selina? Selina Kyle? – Ele arqueou as sobrancelhas – Você saiu daquele jeito de casa por ela?

—- Depois de você ler isto vai entender pai... Quer que eu conte ou não? – Falei apreensiva.

—- Eu leio, sem problema... Depois falo com você caso eu não entenda algo. – Falei assentindo e ficando em pé. – É tão ruim assim?

—- Depende do ponto de vista, do que irá por na balança, ruim não é. Isto pode ter certeza, mas é um fato novo a ser analisado. – Falei deixando aquele ar de dúvida. – Estarei no meu quarto caso precise de mim.

Fui diretamente pro quarto e indo pesquisar quem era a Helena. Selina não estava errada quando disse que ela não negava ser filha deles, nas épocas playboys do meu pai ele era um pouco menos escandaloso que a Helena, mas enfim. Presa por dirigir em alta velocidade, desacato as autoridades, fotos constrangedoras, agressões, uso de drogas e presa por porte delas. Mas Selina falou algo importante, sobre Oliver e Helena terem um caso, pesquisei sobre uma ajudante do vigilante, Caçadora, era como a chamavam, por alguns meses foi ajudante do Arqueiro, depois desapareceu. Mais nada, fiquei indignada por não ter mais nada, era impossível alguém que fez tudo isto simplesmente desaparecer. Não me contive e acabei discando o número de Oliver.

—- Oliver. – Ele falou.

—- Sou eu Ollie, a Melanie.

—- Oi loirinha, como estão as coisas?

—- Bem, por incrível que pareça... Mas preciso de uma informação sua... Helena Bertinelli, sabe algo sobre ela? – Fui logo ao ponto.

—- Melanie, melhor não se meter nisto... – Ele falou em um tom que só irmão mais velho falaria, como se quisesse me proteger.

—- Oliver eu já estou metida nisso mais do que devia e eu nem sabia, agora, o que sabe sobre ela? – fui mais áspera com ele.

—- O que você não sabe sobre ela e quer saber? Vamos ser francos, você já deve ter procurado tudo sobre ela.

—- Aonde ela está? Pra ser exata, é impossível que alguém com o histórico dela tenha desaparecido assim do nada.

—- Eu não sei exatamente onde, mas sei que já faz alguns meses que ela me ligou avisando que estava indo pra Espanha, quem sabe pra Itália depois. Mas você não deveria tentar acha-la, ela não é uma das melhores pessoas que conheço.

—- Obrigada Ollie, era só isso que eu precisava – antes de desligar o celular escutei um grito para eu esperar – O que foi?

—- Por que quer saber?

—- Porque eu preciso conversar com ela... pessoalmente.

—- Melanie, por que isto agora? Posso conseguir o celular dela, se quiser.

—- Não, eu preciso Oliver, eu preciso contar pra ela, eu preciso conhecer ela...

—- Contar o que? E por que?

—- Porque ela é minha irmã. – Falei, a única coisa que eu escutava no outro lado da linha era a respiração de Oliver.

—- Você tem certeza? Absoluta? – ele falou calmo.

—- Os fatos se encaixam Oliver, ela foi adotada, ninguém sabe o nome dos pais dela. E hoje eu descobri que os pais dela são uma das ex do meu pai e ele... eu preciso pelo menos entregar a carta que a mãe dela me pediu para entregar Ollie, eu preciso... – não tinha notado que estava chorando.

—- Eu entendo, se quiser eu vou com você.

—- Não, eu preciso fazer isto sozinha... No máximo com meu pai se ele quiser vir junto, mas obrigada pela oferta.

—- Por nada. Sempre que precisar estaremos aqui, eu e Thea pra te receber de braços abertos.

—- Eu sei disso, mas obrigada, tenho que desligar.

Fui ao banheiro e lavei o rosto, estava sendo um daqueles dias cheios que as coisas não param de acontecer um minuto. Escutei batidas na porta do meu quarto e fui abrir a porta.

—- Erick – falei o abraçando – que saudade.

Erick era o irmão mais velho da Anne, totalmente diferente dela. Ele era alto, tinha corpo definido, não era grande, era... definido, estilo Jared Leto, magro, tinha os cabelos pretos, os olhos incrivelmente verdes. Como Anne, Erick tinha crescido com nós.

—- Oi loirinha, Anne pediu desculpas, disse que vem amanha, mas que tinha eu hoje pra você se contentar – falou sorrindo e entrando no meu quarto, olhou em direção do meu computador – Que gata, quem é?

—- Helena Bertinelli, preciso encontra-la na verdade. – falei sentando na cama.

—- Por que? O que ela fez de tão grave? – falou sentando na frente do computador.

—- Ela nada, quem fez foi os pais dela...

—- Como assim? – me encarou.

—- Longa história, mas pelo que sei você é o tipo de cara que ela gosta.

—- Como sabe disso? Por ser lindo, charmoso...

—- Não, por ser bad boy mesmo. – falei sorrindo. – Ela está na Espanha, ou Itália, provavelmente usando nome falso, por isso não encontro ela em lugar nenhum, preciso da sua ajuda para encontra-la. – falei o olhando, o mesmo estava espantado me olhando.

—- Assim me magoa, mas por que não pede pros seus irmãos te ajudarem ou coisa do tipo?

—- PORQUE EU PRECISO DE VOCÊ ERICK, NÃO POSSO FALAR COM ELES SOBRE ISSO. – acabei de exaltando. – Vai me ajudar ou não?

—- Vou então, mas não vai chamar a Anne pra ajudar também?

—- Não temos tempo, precisamos sair amanhã de manha pra conseguir encontra-la.

—- Você disse que não sabia onde ela estava ao certo.

—- Enquanto eu falava com você deixei programas rodando com a comparação de imagens pra achar ela e pelo jeito encontrei – falei apontando pro computador o qual dizia o nome de uma cidade na tela.

—- Gênia, e por que não podemos chamar a Anne? Ela ficará magoada com você se me levar e não levar ela.

—- Anne acharia que eu to me metendo aonde não sou chamada, e neste caso eu tenho que fazer isso – falei enquanto arrumava minha mala com roupas. – Para de só me olhar Erick, vai arrumar suas coisas, precisamos sair quase que imediatamente. – falei olhando-o pelo ombro. – Vai logo.

Ele saiu do quarto resmungando algo, enquanto isso recebi uma mensagem da Anne falando que só ia poder ir lá em casa daqui dois dias, que estava com problemas que ela tinha que resolver, não argumentei muito e não pedi, sabia que na hora certa ela me falaria.

Erick não argumentou sobre mais nada no caminho inteiro, sabia que na hora eu contaria a história pra ele, recebi uma mensagem de meu pai falando que ele iria falar com Selina sobre o “Caso Helena”, eu disse que seria melhor assim. Descobrimos que ela estava em Pádua, uma cidade não muito grande da Itália. Hospedamo-nos me um hotel simples, tentei descobrir aonde ela havia sido vista pela ultima vez.

—- Vai me contar ou continuarei as cegas na missão? – Erick falou atrás de mim.

—- Resumindo, ela é minha irmã.

—- Boa piada, agora é sério – ele falou sentando ao meu lado. Encarei-o – Você ta falando sério, merda, como você sabe disso?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—- Selina me contou e tudo o que pesquisei sobre ela bate com os fatos... Tenho que encontra-la. – falei, encontrei ela, trabalhava em um barzinho perto do nosso hotel – O nome dela aqui é Jessica Verona, chegou a poucos meses aqui, vem comigo ou vou sozinha? – Falei ficando em pé indo em direção a porta.

—- Eu vou mais atrás, ela precisa ter confiança em você primeiro. – Ele falou solidário – você é a irmã dela, precisam se conhecer primeiro.

—- É, enfim, se vemos mais tarde...

Fui em direção ao tal bar, como Selina disse, ela era linda, simpática com todos.

—- Scusa, ho notato che sei qui per un lungo periodo a fissare tutti e con una faccia non molto buona , bisogno di aiuto ? (Com licença, notei que está aqui a um bom tempo só encarando todo mundo e com uma carinha não muito boa, precisa de ajuda?) – Pro acaso foi ela quem estava na minha frente com um sorriso gentil."

.....

CONTINUA