Candidatos a Deuses
Capítulo 13
Antes de L ter tempo de continuar a questionar as amigas sobre a conversa com que Circe lhe aparecera, Aino e Aina entraram no salão, com os professores de Atlantis atrás. Sebas estava lá também, no final da fila.
Os alunos levantaram-se todos e bateram palmas enquanto os professores avançavam pela divisão e depois se sentavam na mesa sobre o estrado, com exceção de Aino e Aina, que se mantiveram de pé, sorrindo levemente e fazendo gestos para nos sentarmos. Não levou muito tempo até todos estarem sentados e em silêncio, à espera de que elas falassem.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Sejam bem-vindos a mais um ano em Atlantis – disse uma das gémeas.
– Antes de mais nada, queremos desejar um ótimo ano a todos vós, cheio de alegrias e que vá ao encontro das vossas expectativas – disse a outra.
– Como não poderia deixar de ser, vamos começar o ano por explicar a todos o funcionamento da escola.
– Esta explicação serve mais para os jovens deuses que se juntaram a nós que, ao contrário dos humanos, pensem que não são obrigados a saber as regras – disse uma delas, erguendo suavemente uma sobrancelha e lançando alguns olhares em volta, fazendo uma data de jovens mover-se nervosamente na cadeira.
– Vamos começar já por falar na distinção entre deuses e humanos – disse a outra gémea, dando as mãos na sua frente – que é inexistente. A partir do momento em que todos vocês entraram nesta escola, deixou de importar o sítio de onde vieram. São todos iguais e vistos de maneira igual.
– No entanto, durante o primeiro ano, humanos e deuses terão objetivos diferentes e serão avaliados em parâmetros diferentes.
– O primeiro ano é um ano introdutório, somente de preparação. Terão aulas em tudo semelhantes às que são dadas no mundo humano, apenas as disciplinas serão diferentes.
– Isto pretende dar-vos tempo.
– Aos que nasceram Deuses Supremos, dá tempo de amadurecer os poderes.
– Aos que nasceram Deuses Adeptos, dá tempo de encontrar o seu Deus Supremo e, junto dele, despertar o seu poder.
– E, aos humanos, dá tempo de provarem que merecem receber um poder divino e dá tempo de descobrir qual o melhor poder que se lhes aplica.
– No segundo ano, porém, já todos terão poderes.
– Portanto, o segundo ano servirá somente para vos ensinar a controlar os poderes que descobriram no ano anterior – continuou a outra gémea.
– E, finalmente, no terceiro ano…
– Provar-nos-ão de que são merecedores dos três requisitos.
– Ambrósia, Néctar… e Templo – concluiu a outra gémea.
– É claro que isto é apenas o funcionamento na sua teoria – disse a outra – Na prática, pode ser mais complicado do que isso. Deuses Adeptos poderão demorar vários anos a encontrar o seu Deus Supremo, aquele lhe irá despertar os poderes.
– Ou os humanos poderão ser incapazes de provar que merecem receber qualquer tipo de poderes – acrescentou a outra, lançando novos olhares pelo salão.
– Por último – continuou a outra, depois de alguns momentos de silêncio – Gostaríamos de, como é habitual, apresentar as três pessoas mais importantes do mundo divino aos novos alunos.
– As Deusas do Mundo.
– As Supremas dos Supremos.
– As Parcas – concluiu a outra gémea, fazendo um arquejo de choque percorrer os alunos mais novos, L, Softhe, Tech e Dest incluídos.
Três raparigas entraram nesse instante no salão. Uma delas era asiática, com longos cabelos negros e olhos da mesma cor, vestida de branco. No meio vinha uma rapariga de cabelos e olhos castanhos, vestida de prateado. E no final vinha uma loira de olhos verdes, vestida de negro.
Apesar de as raparigas não poderem ser mais velhas do que L e Softhe, os deuses na mesa do estranho ajoelharam-se todos no chão, logo seguidos pelos alunos.
As raparigas dirigiram-se com ar altivo para o estrado e só quando elas pararam na frente dos alunos, olhando-os com brio e com algum desprezo é que Aina e Aino se levantaram.
– Estão diante das três Parcas: Obsidiana, a Parca do Nascimento – disse Aino, poisando a mão no ombro da rapariga de cabelo negro – Axinite, a Parca da Vida – continuou, poisando a mão no ombro da rapariga de cabelo castanho – e Esmeralda, a Parca da Morte – disse, indicando por fim a rapariga loira.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Viemos apenas para desejar um bom ano a todos – disse Obsidiana.
– Que a vossa vida seja longa – disse Axinite.
– E que eu demore a terminá-la – disse Esmeralda, com um pequeno sorriso maquiavélico.
– Fazemos, como é hábito, um aviso especial aos humanos – disse Axinite, olhando na direção de L, que baixou rapidamente a cabeça, incomodada – Afinal, ao contrário do que normalmente se pensa, seremos nós a dar-vos os poderes, no final deste ano letivo, não os vossos professores.
– Impressionem-nos – continuou Obsidiana.
– E boa sorte – desejou Esmeralda, sem abandonar o seu sorriso.
– Haverá alguma hipótese de as convencermos a ficar para o jantar? – convidou Aino, fazendo um sorriso extremamente simpático e educado.
– Infelizmente, temos assuntos a tratar – recusou Esmeralda – Fios para cortas… e pontas soltas para atar. Não podemos ficar. Mas agradecemos a oferta. Talvez noutro dia, quem sabe.
– Quem sabe – concordou Aino – Foi um prazer revê-las.
– E nós a si – disseram as Parcas ao mesmo tempo, fazendo uma pequena vénia a Aino.
E depois limitaram-se a desaparecer em três nuvens de pó brilhante, uma branca, uma prateada e uma negra.
– Fui só eu quem ficou com um mau pressentimento em relação àquelas Parcas? – perguntou Saya, baixinho.
– Podes crer que não – disse Gina, num tom de voz ainda mais baixo, lançando um olhar ameaçador para os sítios onde as nuvens de pó brilhante tinham acabado de desaparecer.
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