Blind

Anti-Herói


Klaus caminhava pela cidade quando estava entediado e ele estava quase sempre entediado. Mas naquela noite ele sentiu o cheiro de morte na cidade, o cheiro de sangue se espalhava pelo ar como um resfriado.

Seus passos o levaram para uma rua escura, as lojas estavam fechadas e havia apenas um carro estacionado. Ele reconheceu imediatamente o carro de Caroline e apressou-se para encontra-la.

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Ele sentiu primeiro o cheiro antes de ver a forma peluda do lobisomem que estava prestes a mata-la. Klaus foi rápido e letal, com apenas um movimento ele torceu o pescoço do lobisomem e este caiu morto, não teria sido tão fácil se o lobisomem não estivesse distraído.

– Caroline. – ele chamou, mas não teve resposta.

Os olhos de Klaus foram de encontro ao ferimento que jorrava sangue no braço dela, também havia arranhões e pequenas lesões por todo o corpo, mas aquele ferimento no braço era o que tinha derrubado Caroline.

Ele ergueu o corpo de Caroline do chão e a levou com ele o mais rápido que pode, em alguns minutos ele já a tinha colocado na cala e pedido para alguém trazer água morna e um pano.

Delicadamente ele limpou cada ferimento de Caroline e curou os arranhões com sua própria saliva. Ela havia repudiado Klaus desde o principio, rancorosa por tudo o que ele havia feito aos seus amigos e orgulhoso para reconhecer o que havia feito por eles, somente para agradar a ela.

Klaus ouvia os batimentos de Caroline cada vez mais lentos e frágeis, ele tinha de agir rápido ou ela iria morrer. A palidez tomava conta do rosto dela e a aparência já era de mármore branco.

– Não morra Caroline.

Ele cortou o próprio pulso, como já havia feito antes, e pela segunda vez salvou a vida dela. O sangue jorrou direto na boca de Caroline, ela não conseguia engolir enquanto estava inconsciente, mas os poderes de cura do sangue de um original eram grandes.

Em poucos minutos ela recobrava a consciência e o ferimento no braço já tinha um aspecto melhor. Klaus a segurou delicadamente, deixando que ela segurasse seu pulso e bebesse avidamente do sangue dele. Talvez os antigos gregos estivessem certos e o amor fosse um tipo de doença mental.

Quando ele achou que fosse o suficiente, tirou o braço e deitou-a na cama. Caroline estava atordoada.

– Onde estou?

– Na minha casa.

– K-klaus? – ela gaguejou.

– Não se esforce querida. Precisa descansar agora, salvei sua vida.

Ele achou ter visto um “obrigada” desenhado nos lábios dela, mas ela adormeceu antes que ele pudesse ter certeza.

Muitas horas se passaram até Caroline recobrar a consciência, ele estava em sua sala de pinturas no subsolo, a imagem dela bebendo seu sangue e da vida retornando a seu corpo era bela. Ele não sabia explicar, mas a medida que o sangue dele a trazia de volta a vida ele sentia-se mais e mais ligado a ela, era quase magnético.

Klaus a sentiu antes de ouvi-la, Caroline estava acordada e perdida. Ele subiu para a sala de estar e ela estava lá, assim que ela o viu seus olhos queimaram de fúria.

– O que seus lobos me fizeram ontem?

– Meus lobos? – ele pareceu genuinamente confusa.

– Você comanda essa cidade.

– Eu comando os híbridos. Aquele lobo não tinha nada a ver comigo, eu estava caçando e ouvi a briga. Desculpe-me por salvar sua vida, de novo.

Ela ficou calada. O lobisomem não se parecia em nada com os híbridos de Klaus, na verdade parecia-se muito com a raça de Tyler, ela devia sua vida a Klaus e não era justo ataca-lo agora.

– Eu sinto muito. – ela passou a mão pelo cabelo. – Obrigada por salvar minha vida.

Ele apenas assentiu com a cabeça. O silencio fez Caroline virar-se para ir embora, mas Klaus disse:

– Por que você não consegue aceitar que eu posso fazer coisas boas?

– Porque você nunca faz coisas boas se não há nada em troca.

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– Eu nunca faço? – ele riu sem humor. – Salvei sua vida da primeira vez sem pedir nada em troca, ajudei seus amigos, as vezes usei métodos duvidosos e cruéis, mas ajudei a todos vocês. Sem ter nada em troca, exceto desprezo.

Caroline estava muda. Ele se aproximou dela e suas palavras eram ferinas, poucas vezes ela o tinha visto tão bravo, principalmente com ela.

– Você é mimada Caroline, incapaz de dar qualquer reconhecimento e tudo porque não aceita que as coisas não sejam do seu jeito. – Klaus virou-se de costas. – Vá embora Caroline, eu não quero ficar perto de alguém tão egoísta e cego.

Caroline saiu da mansão em silencio. Ela não sabia exatamente onde estava, mas acreditava que seria capaz de voltar para casa.

Já era meio da tarde enquanto Caroline procurava seu rumo para a casa, Klaus morava um pouco afastado da cidade, nos bosques, e ela teria um longo caminho até seu apartamento no centro. Assim pelo menos poderia pensar.

Tudo o que Klaus lhe disse era verdade? Ele sempre tinha sido o vilão, desde que chegou em Mystic Falls ele fez o possível para destruir todos eles, mas não era totalmente culpado.

Klaus mandou Tyler embora, mas quando ele podia voltar, optou por ir a caça de Klaus e foi a própria obsessão que o levou para longe de Caroline. Tyler saiu da vida dela com as próprias pernas, o empurrão de Klaus só provou que ele não a amava.

E depois havia tudo o que ele tinha feito por todos os amigos dela, salvando a vida deles, as vezes com métodos extremos, e principalmente salvando a vida dela. Ele era um homem apaixonado ao ponto de suportar ser rejeitado.

A porteira de seu prédio se surpreendeu quando ela chegou.

– O que houve com a senhorita? – Caroline demorou a entender a pergunta, pois estava perdida em seus pensamentos. – Está toda suja e um pouco rasgada. Tentaram assaltar você?

– É. – ela mentiu. – Eu estava voltando do serviço e um homem levou meu carro. Não estava armado, eu reagi e consegui ficar com o carro, mas só porque um homem me ajudou.

A senhora pareceu chocada.

– Ah querida! – ela gritou. – Que deus a proteja. O que seria de você sem alguém para ajuda-la naquela hora? Teve muita sorte.

– É tive. Vou subir e descansar um pouco.

– Claro, claro.

Caroline arrastou-se para o banho e depois foi para cama, ela precisaria caçar em pouco tempo, mas com o sangue de Klaus circulando em seu corpo, ela sentia-se forte. Há muito poder no sangue de um original.

Embora estivesse sonolenta e cansada, ela sentia raiva dentro de si ao mesmo tempo em que se sentia magoada. Era um misto de emoções que não pareciam pertencer a ela.

Demorou algum tempo para ela pegar no sono, enquanto o sono não vinha ela mandou mensagem para Bill e avisou que não iria trabalhar naquela noite. Ele respondeu apenas um “ok”.

“Ele é seu primeiro amor, eu pretendo ser o ultimo”, foi essa a ultima coisa que ela pensou antes de adormecer.