O Namorado Que Eu Fiz

Capítulo 3: A ajuda está vindo a pé


Toquei a campainha e fui recebida por um garoto de cabelos castanhos escuros encaracolados, olhos azuis escuros e ele estava apenas vestido com uma calça Jeans deixando os seus músculos a mostra assim como a sua barriga de tanquinho.

– Oi Meg! – abracei Charles como se houvesse anos que eu o não via, o que era ridículo porque eu o vi sexta-feira. Dia péssimo, melhor nem lembrar. – Nossa, aconteceu alguma coisa? – perguntou pela minha expressão de preocupação.

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Assenti e entrei no seu moderno apartamento. Os pais de Charles deram o lugar para ele no aniversário de dezesseis anos (agora ele já tem dezessete). Ele próprio me disse que os pais estavam querendo se livrar dele faz tempo porque ele é bagunceiro e essa foi à desculpa. Apesar de que se você olhar para o apartamento ele é limpo, graças à diarista que vem toda semana fazer uma limpeza no local. Charles pouco se importou da sutil sai-de-casa-que-não-te-quero-mais dos pais porque deveria ser o sonho de qualquer garoto na idade dele ter o próprio apartamento. Eu mesmo não abro mão do meu, apesar de ser pequeno e ter suado para encontrar.

Olhei para quem estava sentada no sofá. Uma garota loira com cabelos lisos longos, olhos azuis, que usava apenas uma camisa verde, que conseguia cobrir o suficiente por ser a camisa do Charles.

– Não sabia que vinha Meg, deveria ter avisado... – comentou Charles constrangido com a situação. Eu não sei se batia nele por estar tão irritada ou se o jogava pela janela pelo comentário, afinal eu sou a melhor amiga dele! Melhores amigos não precisam ligar antes para aparecer. Só falta ele dizer que eu não posso mais deitar no sofá do jeito se-sinta-se-em-casa ou dizer para eu usar o porta-copo. A respeito disso as marcas ainda estão na mesa dele, a diarista não deve ter conseguido tirar.

– É importante. – disse simplesmente.

Ele fez um gesto para a garota se retirar. Ela bufou e caminhou até o quarto, que eu acho que era do Charles, e fechou a porta.

– O que é que tá pegando? – perguntou Charles se sentando no sofá esparramado.

– Nada demais Charles, eu só estou sendo perseguida por um psicopata que diz ser o meu namorado. – respondi sarcasticamente.

– O Chad? – perguntou Charles confuso.

– Não! – respondi pegando uma almofada e jogando na cara dele. – Estou falando de um rapaz bonito e estranho que está me perseguindo desde manhã.

– Ok, ok. – disse Charles se levantando e vindo até mim. – Escuta Meg, - passou o braço pelo meu pescoço – às vezes quando você leva um fora ou sei lá, pega o namorado traindo – ele tossiu pra falar a última parte. – as pessoas começam a imaginar e ver coisas que não existem. Tipo inventar que existe um cara legal que você está namorando e é muito melhor que o seu ex-namorado ou sei lá, um psicopata bonitão que fica te perseguindo. É super normal isso.

– O QUE? – gritei indignada enquanto tirava o braço dele de mim. – Você acha que isso é tudo obra da minha cabeça?

– Meg calma ok? Acontece com todo mundo principalmente com vocês garotas que são mais delicadas. – eu não sei como não voei no pescoço dele agora, sério.

– Ok, não quer me ajudar? Tá bom! – falei enquanto andava para trás em direção a porta. – Mas quando pegar o jornal e ler: garota desaparecida em Nova York e tiver minha foto, você vai se sentir muito mal. – abri a porta do apartamento de Charles. – Tchau GRANDE amigo! – e sai batendo a porta com força logo em seguida.

E agora? Eu estava ferrada! Não, espera... Tem a Emma! Ela sim é o tipo de pessoa que acreditaria em mim. Mas onde mesmo ela foi? Ah sim, o ensaio do desfile! Lembro-me dela comentando a loja que ia ser. Ótimo!

Fui para a tal loja que ficava no centro de Nova York e obviamente eu fui de táxi porque minhas pernas já estavam doloridas e eu só chegaria lá semana que vem andando.

O ensaio estava acontecendo na parte que tem os provadores, que é tão grande que poderia ser até maior que o meu apartamento. Lá havia modelos se trocando com peças que eu precisaria juntar o meu salário por quatro ou cinco anos para conseguir comprar.

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E lá estava Emma sentada em um banco bebendo champanhe com expressão de tédio. Olhei em volta e encontrei a Sra. Johnson conversando com uma mulher baixinha falando sobre um vestido que era para ser para aquela modelo com aquele sapato e blá, blá, blá, coisa que não me importa!

Andei apressada até Emma tentando me esconder entre as modelos para a Sra. Johnson não me ver e cheguei por trás da minha melhor amiga.

– Emma. – sussurrei, ela se virou e me olhou surpresa.

– O que faz aqui amiga? – perguntou Emma.

– Emergência. – falei e ela assentiu. Fomos a um dos provadores e fechamos a cortina para termos mais privacidade.

– O que foi? A última vez que você disse que era emergência o Chad havia te traí... Esquece! – disse ela.

– Estou sendo perseguida por um psicopata gato-esquisito e que diz ser o meu namorado. – falei.

– Ah tá! Espera, o que?

– Ele está me seguindo desde manhã, acho que consegui despistá-lo, mas estou com medo Emma e se ele for perigoso?

– Nossa! – falou ela. – Enquanto eu estava aqui entediada vendo as peças novas da minha mãe, você está por ai vivendo uma aventura? Podia ter me chamado não é? – bati a minha mão na minha testa sem paciência. Eu tinha que começar a conhecer pessoas normais...

– Eu estou sendo perseguida e é isso que você tem a me dizer? – perguntei.

– Emma. – chamou uma voz já conhecida. A Sra. Johnson! Ferrou!

– Mãe. – Emma botou a cabeça para fora do provador. – Posso experimentar aquele vestido dourado? Eu adorei!

– Claro filha! – disse a Sra. Johnson animada com o interesse da filha em suas roupas. – Aqui está. – ela entregou o vestido para Emma que sorriu e voltou a me olhar.

– O que você quer que eu faça? – perguntou Emma.

– Pode vim comigo até o meu apartamento e me assegurar que eu estou segura e que isso é uma ilusão? – apesar de eu achar que não estava ficando louca, eu torcia para que o Charles estivesse certo, assim não estaria correndo perigo.

– Tá. – disse Emma por fim. – Mas preciso experimentar esse vestido e inventar uma desculpa para a minha mãe. E você precisa sair daqui sem ser vista.

– Ok.

– Me espera lá fora.

Sai do provador e me escondi atrás de uma modelo, que não me viu, porque eu sou baixinha, depois me escondi num cabide cheio de roupas, depois atrás de um sofá e sai dali.

Trinta minutos depois Emma chegou e eu já estava contando quantos carros vermelhos passavam pela rua, algo que eu faço quando estou impaciente ou nervosa. Nesse caso, eu estou os dois!

– Vamos? – perguntou Emma. – Estou pronta para a aventura! - revirei os olhos e chamei um táxi que nós levou até o meu prédio.

Quando passei pela recepção o porteiro me olhou sorrindo esquisito, eu estranhei, mas também não disse nada.

– Quer ficar calma! – pediu Emma vendo que eu já ruía as unhas, quando a gente entrou no elevador. – O que você acha? Que vai ter um cara super gato no seu sofá assistindo TV comendo pipoca?

O elevador parou no meu andar.

– Tem razão. – disse me acalmando enquanto pegava as chaves. – Eu devo estar ficando louca mesmo.

Entrei e gelei com a cena. Havia um garoto muito bonito sentado no meu sofá assistindo TV e comendo pipoca.

– Ah oi amor! – disse Peter. Fechei a porta devagar enquanto tentava acreditar no que estava acontecendo. – Sabe... Não tinha nenhuma comida na sua cozinha, então eu fui até o Walmart e comprei umas coisas.

– Você também tá vendo? – murmurei para Emma, ela assentiu de boca aberta e chocada.

– Quem é ela? – perguntou Peter apontando para Emma.

– Corre! – gritei puxando Emma e correndo para o meu quarto, logo em seguida tranquei a porta.

– Ai meu deus! – falou Emma pausadamente enquanto sentava na minha cama.

– Eu sei, ele deve ser um psicopata! – disse assustada.

– O que? Não é isso! É que ele é um gato! – falou Emma rindo. Olhei para ela lançando um olhar. – Ahn, desculpa.

Procurei o meu celular no quarto para ligar para a polícia e não o encontrei.

– Emma, rápido, liga para a polícia e diz que tem um estranho no meu apartamento! – falei.

Emma procurou o celular na bolsa dela da Prada (ter amiga rica e fashion é fogo mesmo) e olhou para mim preocupada.

– O que foi? – perguntei.

– Esqueci na loja. – respondeu Emma.

– O QUE? – gritei já tendo um surto. – E agora Emma? Ai me deus, o que ele vai fazer com a gente? Matar, machucar, abusar?

– Casar? – falou Emma sonhadora.

– Emma! – gritei revoltada.

– Shhhh. – Emma pediu silêncio. – Talvez ele já tenha ido embora.

Fiz silêncio e esperei algum som vindo da sala ou de qualquer outra parte da casa (Como se fosse grande!). Mas não ouvi nada.

– Acho que ele já foi embora. – murmurou Emma, eu assenti. – Vamos abrir devagar.

Peguei a chave e a girei lentamente sem fazer nenhum som, depois abri a porta devagar e botei a minha cabeça de fora para poder ver a sala, Emma botou a cabeça dela em cima da minha para poder ver também.

– Não tem ninguém. – falou Emma e eu respirei aliviada enquanto abria a porta toda.

– Acho que ele foi embora. – disse saindo do quarto.

– Amor? – olhei para trás e lá estava Peter comendo pipoca, ele havia acabado de sair da cozinha. Tonta! Devia ter me certificado que a barra tava limpa! Será que tem algo pontudo para eu me defender aqui na sala? Pensei observando os objetos. – Amor, você está bem? Desde cedo você está estranha...

Emma deu uma cotovelada em mim para eu responder. Depois de ter passado alguns minutos constrangedores que ele olhava para mim e eu olhava para ele assustada eu respondi:

– Ahn... Eu... Estou bem. – disse. – Eu só vou ligar para um amigo... – fui até onde o telefone estava e o peguei devagar.

– Escuta Meg, eu pensei da gente sair essa noite, mas achei que você não estava bem então eu cozinhei o seu prato favorito. – falou Peter sorrindo.

– Lasanha? – perguntei.

– Dãã. – respondeu Peter.

– Seus olhos são azuis piscinas? – perguntou Emma do nada.

– Acho que sim, por quê? – perguntou Peter sem saber quem era ela direito.

– Amiga! – gritou Emma correndo até mim e pegando o telefone das minhas mãos, logo agora que estava digitando o número da polícia...

– O que é Emma? Não vê que estou tentando nós salvar! – falei irritada com ela.

– Meg, eu acho que é ele. – murmurou Emma.

– Hã? – não entendi nada. O que essa doida está falando?

– Ele é o garoto que a gente escreveu, digo, você escreveu ontem à noite. – sussurrou Emma.

– Nada vê Emma, isso é impossível. – falei.

– Quantos garotos com olhos azuis piscinas, cabelos pretos e que cozinha lasanha você já conheceu? – perguntou Emma.

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Encarei Peter e Emma fez o mesmo, o observando, o analisando. Ele nos olhou confuso e meio desconcertado pela atenção. E então notei... Ele tem um maxilar meio duro do jeito que eu gosto e tem um sinal perto dos olhos... Um sinal sexy.