Impossível Amor

Não sofra


Hinata estava na banheira, sentada no colo de Orochimaru, que não escondia seu desespero, ele pedia incessantemente para que ela olhasse dentro de sua mente e coração, o que a fez ignorar o fato de estar nua, ela então tocou com as duas mãos em seu pálido rosto angustiado, seus olhos se transformaram mais uma vez e, sem hesitar, olhou dentro de sua alma...

O pequeno garoto vendo sua mãe tomar veneno e morrer, antes da morte enfim chegar ela doou sua habilidade a ele, que aceitou sem saber o que se passava. A dor de procurar por um pai que não o queria, e ao encontrá-lo já adolescente, ver que seu pai enlouquecera ao saber da trágica morte de sua mãe também desistiu de viver pela vergonha de ser responsável por toda aquela desgraça, o jovem se atira em cima de seu pai tentando fazer com que ele sobreviva e mais uma vez o que recebe é outro dom que não trará a felicidade, que não trará a alegria de ter crescido com uma família.

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Sem rumo e sendo culpado pela morte de seus pais, o jovem portador do dom amaldiçoado caminha em um mundo triste e vazio, onde ninguém lhe estende a mão, em um mundo cercado por densas trevas. Até que um dia conhece alguém, alguém que o trata com amor, alguém que ofereceu o calor e a alegria da amizade, alguém que lhe mostra que ainda poderia haver algum significado para se viver, alguém que promete tentar consertar aquela sociedade egoísta e tentar trazer luz aquele mundo de escuridão.

Seus dias iluminados por Tsunade foram os únicos momentos em que Hinata pôde respirar naquela visão de desespero, mas que acabariam, quando ele tentava protegê-la com argumentos e documentos que comprovavam o complô que estavam armando para derrubá-la, um feitiço negro vinha em sua direção para matá-lo, ela se colocou entre o feitiço e seu amado, e antes de morrer doou com amor seu dom, para que uma parte dela estivesse sempre com ele. Os outros dois ministros que estavam presente o acusavam sem cessar, ele teve que fugir e somente de longe acompanhou o funeral da única mulher que amou.

Hinata penetrou profundamente em seu coração e lá tomou nas mãos o fragmento negro de revolta que estava enraizado e o puxou, arrancando com toda a raiz e somente depois de fazê-lo é que retornou do interior de Orochimaru.

— O que houve? - Dizia ele passando a mão no próprio peito. - O que você fez?

Ela então abriu os olhos e uma das mãos e lá estava o fragmento negro que causava a ira e a dor de Orochimaru.

— Agora você vai sofrer menos. - Disse ela sorrindo mas muito enfraquecida.

— Eu preciso sofrer, é tudo minha culpa! Por que você fez isso? Eu quero minha dor de volta! Coloque ela de volta... - Dizia ele agarrando a jovem pelos dois ombros em um amargo pranto.

Ela então fez a purificação e o fragmento se desfez no ar, então o abraçou ternamente e acariciou seus cabelos até que cessou seu desespero. Quando percebeu que ele já estava calmo, ainda em seus braços, disse:

— Nenhum deles iria querer ver você sofrendo tanto, e ela morreu por você porque o amava e queria que você continuasse lutando pelos seus ideais, dando continuidade em seu sonho de trazer a paz, não tente carregar um fardo tão grande assim de novo. - Disse Hinata, mas já não tinha mais forças então adormeceu.

Orochimaru continuava a abraçá-la e pensava em como uma garota que nem o conhecia poderia se importar em fazê-lo parar de sofrer. Levantou-se então e a tomou nos braços, a enxugou e a vestiu delicadamente, em seguida a colocou cuidadosamente em sua cama, se enxugou também e vestiu outras roupas, parado ao lado da janela, velava o sono de Hinata, seus olhos já tinham se livrado do rancor e da ira que tinha outrora, caminhou calmamente em direção à cama, cobriu a bela moça com um lençol e, sentando-se ao lado dela, deu um beijo em sua testa...

— Durma bem Ojou... Ou melhor, minha doce Hinata.

Ficou ainda um tempo a admirando enquanto ela dormia, pensando se seria seu destino sempre se apaixonar por alguém que não poderia ter. Ele não tinha dito a ela mas Naruto seria o próximo Imperador, já que ele era muito pequeno ainda quando seu pai morreu deixando o seu trono para ele, Tsunade tinha sido forçada a assumir o trono até que ele tivesse idade para reinar, mas os magos do ministério tramavam matá-lo antes que ele tivesse descendentes para herdar mais uma vez o trono, prolongando assim a forma deles de governar.

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Hinata estava presente nessa parte de seus planos, se casando com Naruto e tendo filhos que o sucederiam, mas seus pensamentos estavam cada dia se embaralhando, ela estava fazendo-o se sentir feliz e não se importar em como as coisas ficariam, ele passava por momentos em que só se preocupava em vê-la adentrar no quarto, ver seu sorriso sarcástico enquanto o retrucava em tudo o que falava. A paz mundial já parecia não estar mais em seus planos.

— Mas é claro que isso não vai acontecer, quem sou eu para pensar em ser feliz, em ser amado? E que moça em seu juízo perfeito iria querer alguém da minha idade ao seu lado? Ainda mais agora que ela conhece meu passado, e meu negro coração. Me perdoe Hinata-sama por ter tido a audácia de te amar, mesmo que por pouco tempo.

Dito isso ele soltou a mão da jovem e foi se levantar, nesse momento ela pegou em sua mão, o puxou para o seu lado e sussurrou:

— Fique comigo essa noite.