God Only Knows

Só Deus Sabe - Capítulos Único


Eu posso não te amar pra sempre

Mas enquanto houver estrelas sobre você

Você não precisa duvidar disso

Eu vou fazer você ter certeza disso

Primeiro, Sirius reparou.

As criança dos Black normalmente são arrogantes e socialmente moldadas para serem preconceituosas e maldosas. Porém, Sirius nunca foi uma criança de se encaixar em moldes feito. Claro, que por convivência, ele era naturalmente debochado com aquele ar superior, porém, havia mais do que isso no olhar que Sirius Black dirigiu a garota loura que subia as escadas em direção do chapéu seletor.

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Havia algo nela... Não há como explicar, Sirius apenas deixou James falando sozinho e pela primeira vez desde que se sentara na mesa da Grifinória, ele realmente assistiu a seleção. Houve uma pequena hesitação da garota antes que a professora colocasse o chapéu em sua cabeça, mas por fim, ele sequer precisou tocar sua cabeça:

– GRIFINÓRIA – foi o que o chapéu gritou. E internamente, Sirius sentiu alívio. Ele poderia ter aberto espaço para que ela se sentasse entre os primeiranistas, mas sua atenção foi desviada para uma piada de Pedro.

E ele não voltou a ver a garota loura.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

– O contexto histórico em Hogwarts estão em sua forte magia de proteção e na perfeita formação de bruxos... – a voz dela era baixa e recatada. James ficava em cima da mesa, inclinando a cabeça para poder ouvir melhor, claramente debochando da voz baixa da garota, que sem a ajuda dele, era claramente tímida. Já estavam no segundo ano e Sirius não fazia ideia de qual era o nome dela.

– Senhor Potter, está com algum problema na coluna? – questionou o professor Bins. Sirius segurou o riso de uma forma chamativa, o que atraiu os olhos verdes da garota. Ele virou-se para ela em desafio, mas em questão de segundos ela já havia se virado para frente novamente.

– Eu não consigo ouvir nada que essa garota fala, parece que engoliu pomos de ouro com essa voz anasalada. – debochou James, arrancando risos da sala.

Sirius esperou que a garota de virasse.

Mas ela nunca virou.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

Emmeline Vance era linda.

Sirius estava encantado pela primeira vez em vida. Não conseguia parar de fazer coisas idiotas na frente dela só para ter o prazer de atrair seus olhos azuis para ele. Mas, pelas incertezas, ela o desprezava tanto quanto Lílian Evans desprezava James Potter. Porém, naquela época Sirius tinha problemas maiores para se preocupar, como seu amigo Remus.

– Se você somar todos os pontos e dividir por três, dá o resultado.

– Mas como eu sei que preciso dividir por três? – questionou Remus.

– É uma regra, está no livro... É só somar e dividir por três. – Sirius sentou-se na mesa e ficou observando a garota loura explicar Aritmância à Remus. Ele era ótimo em todas as matérias, então Sirius não entendeu muito bem porque estava precisando da ajuda da amiguinha de Lílian.

– Aritmância é tão idiota. – comentou, colocando os pés em cima da mesa. A garota não levantou a cabeça, e não ousou protestar.

– Não é a matéria que é idiota, e sim você, Sirius. – riu Remus, fechando seu material. – Você não gosta de nada que você não entenda.

– É claro, o que eu vou fazer com essa matéria? – antes de Remus responder, a garota abriu a boca.

– Bem, você... Você pode precisar no futuro. Para... Você sabe, desvendar alguma coisa. – ela parecia segurar um sorriso e não conseguia olhá-lo nos olhos. Sirius ajeitou-se na cadeira e inclinou-se um pouco na mesa, olhando diretamente para a garota loura.

– Eu não vou ser adivinha para ter que desvendar coisas, bonitinha. – sorriu Sirius, fazendo a garota quase explodir de vergonha. Remus rolou os olhos, tocando o ombro da garota.

– Vamos, Marlene. Ainda temos aula de Runas Antigas. – a garota levantou-se e os dois saíram da biblioteca, conversando sobre algo que Sirius daria tudo para saber o que era.

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Marlene...

Sirius gostava desse nome.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

Ela nunca sorri.

Ele tinha uma certa curiosidade sobre ela, por mais que não tenha nenhum interesse. Gostava do cabelo dela. Era diferente do de todas as garotas da escola. Ela não tinha vergonha de ter cachos tão cheios e grossos, que acabavam com a ingenuidade que seu rosto passava, sardento e os grandes olhos verdes. O quarto ano havia transformado Marlene de forma drástica.

Sirius estava emburrado na biblioteca, procurando um livro que o ajudasse com História da Magia, que iria acabar reprovando. Estava prestes a explodir toda a biblioteca quando tirou um livro do lugar que revelou a imensidão de cachos louros de Marlene McKinnon no outro corredor.

Ágil, arrumou seus cachos e conferiu o hálito. Bobagem, Sirius Black está sempre pronto. Ele andou até o corredor onde ela estava e, casualmente, prendeu-a, colocando os dois braços nas paredes atrás dela. Marlene virou-se de supetão, assustada. Sirius surpreendeu-se em ver que ela não era tão bonita de perto. Seus olhos eram um pouco grudados e sua boca era muito grossa e rosada, como se ela tivesse beijado o dia inteiro. Sua sobrancelha era muito grossa e as sardas eram muito escuras, por todo o rosto.

– Você nunca sorri. – disse ele, o mais tranquilamente possível. Marlene ergue uma de suas grossas sobrancelhas para ele.

– Eu deveria estar saltitando de felicidade sendo que estamos em guerra? – Sirius parou no tempo. Não esperava uma resposta daquelas. Ficou tão chocado que tirou as mãos da parede. Ela apenas ergueu o queixo e saiu marchando, apertando o livro contra os seios. Ele observa Marlene ir embora sem sequer olhar para trás.

Ele sentiu-se estupidamente infantil.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

Sirius não consegue parar de refletir.

Informou-se o máximo possível sobre a guerra, por mais que já soubesse o que estava acontecendo, afinal, sua casa praticamente enviava pessoas para a guerra, mesmo que fosse para lutar pela causa errada. Descobriu que ela era a mais nova de três irmãos. Seus pais eram grandes aurores... Mas não soube nada se algum deles havia morrido.

No quinto ano, Sirius teve a sorte de encontrá-la sozinha na sala comunal. Marlene continua folheando seu caderno quando nota a presença de Sirius.

– Você é um stalker ou algo do tipo? – ela foi irônica. Como se soubesse coisas sobre ele.

– Claro que não. – retrucou Sirius, risonho. – Eu só me interesso por você.

Marlene revira os olhos. Sirius nota que ela tem seios bem grandes, isso é ótimo, uma boa concorrente para a lista de ouro de Sirius Black. Ele inclina-se sob a mesa e aproxima seu rosto do dela. Ele quer beijar a batedora da Grifinória. Mas pela primeira vez em toda sua vida, Sirius não conseguiu ter a coragem de sempre, e simplesmente agarrar a garota a sua frente. Aliás, não entendia porque queria tanto algo com ela.

Marlene era sua Lílian Evans particular, apesar de aquilo não se comparar com a Guerra Violenta de Lílian e James. O jogo deles era uma completa Guerra Fria na qual somente Sirius atacava.

– Bem, então é melhor desistir. – retrucou ela após um longo silêncio.

– Por que? – Sirius sentiu seu estomago afundar, mas era um ótimo ator.

– Porque eu não me interesso por você.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

Estava chovendo muito forte.

Mas ainda assim, a McKinnon continuou treinando no campo vazio. O treinamento já havia acabado há horas, mas após a chamada de atenção que James dera nela, a garota pareceu tão ressentida que continuou treinando. Sirius sorriu, segurando sua vassoura com força. Ela era completamente diferente das outras garotas. Alta demais, grande em todos os sentidos da palavra. Personalidade forte, um sorriso assustador... Ele estava encantado e tinha que assumir.

Era a maçã mais vermelha da árvore, porém inalcançável.

– McKinnon, o treino acabou! – berrou ele, não se arriscando a sair na chuva. Mas ela continuou onde estava, rebatendo com violência cada balaço encantado que voava em sua direção. – MCKINNON!

Era o sexto ano, as regras estavam mais apertadas, ele deveria ir direto para a sala comunal. Não deveria se importar com uma pessoa que o despreza tanto quanto Marlene. Mas algo fez com que as pernas de Sirius Black se movessem sozinhas, correndo pela chuva em direção da garota. A chuva estava tão forte que chegava a machucar em pouco. Ele chegou quase ao lado dela, tentando se proteger. A cada rebate, ela soltava um grito de guerra, quase um leão rugindo.

– Você me ouviu ou é surda? – gritou ele novamente. Mas a garota o ignorou, continuou rebatendo com todas as suas forças. – MARLENE!

Apenas a chuva o respondia. Sirius ficou tão irritado que pegou a varinha, parando o feitiço dos balaços encantados. Ela pareceu tão furiosa que jogou seu taco longe, empurrando Sirius em seguida.

– ME DEIXA EM PAZ! – urrou ela. Sirius não tinha notado, mas Marlene estava chorando enquanto rebatia os balaços.

– Eu... Você está chorando? – perguntou ele, surpreso. Será que estava magoada com algo? Mas o quê? Claro que tinha notado a preocupação dela nessas últimas semanas, as notas ruins e como ela têm estado sozinha pelos cantos, mas não fazia ideia do que podia ser, qual seria a causa.

– EU DISSE PRA VOCÊ ME DEIXAR EM PAZ! – novamente ela o empurrou. – Eu não quero nada com você, se toca!

– Se toca você! – retrucou Sirius, agora nervoso. Empurrou-a também. – Eu que não quero nada com você!

– ENTÃO VAI EMBORA! – berrou ela. O céu trovejou. Era sua deixa, Sirius tinha que virar as costas e ir embora. Mas ele não conseguiu. Os dois ficaram se fitando ali, debaixo da chuva, o perfeito cenário para um beijo que nunca aconteceu. Ele gostaria de dizer cada coisa que sente sobre ela assim como James dizia a Lily sempre que surgia a chance, mas era um embolado de palavras engasgadas em sua garganta como borboletas presas em uma gaiola onde o dono jamais deixaria sair. Cada torção e volta era apenas uma linha reta de volta para Marlene.

Tinha que ser ela.

Só Deus sabe o que seria de mim sem você

GOD ONLY KNOWS - THE BEACH BOYS

No Baile de Formatura, Sirius tirou Marlene para dançar.

Em silêncio, os dois dançaram lentamente ao som de Beach Boys, a banda favorita de James. Ela estava muito bonita com seu vestido vermelho. O salto exatamente da altura de Sirius, uma vez que ela era apenas dez centímetros mais baixa. Sirius não conseguia fita-la. Estavam muito próximos um do outro para ele ousar tentar fazer qualquer coisa. Tinha me de suas reações e opiniões. Ele namorou metade do colégio, enquanto ela, não teve um namorado sequer. Talvez fosse madura demais para os pirralhos de Hogwarts.

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Madura demais para ele, uma criança mimada.

– O que vai fazer agora? – perguntou Marlene. Aquela era a primeira vez que diria a palavra a ele por espontânea vontade. Ele focou seus olhos no dela, assustado. Ela quase sorriu, foi um espasmo rápido, fazendo-a desviar os olhos.

– Eu... Não sei. Talvez Auror? Quero fazer algo em relação à guerra. – Marlene ergueu as sobrancelhas rapidamente, parecendo impressionada.

– Não sabia que se importava com coisas sérias. – retrucou ela, nada gentil. Sirius soltou um muxoxo, quase fazendo-a rir.

– Eu sou muito sério, se quer saber! – riu ele. – Sou o senhor seriedade.

– Ah com certeza, 76 detenções dizem isso. – riu ela, finalmente. O som de seu riso era maravilhoso. James apareceu atrás de Marlene, de uma forma que ela não conseguisse ver, simulou algo obsceno como se estivesse com as mãos na cintura dela, agitando sua cintura para frente e para trás como se a “comesse”. Sirius arregalou os olhos rapidamente e ele apenas riu, sibilando “Força, Almofadinhas!”.

– Eu era criança, dá um desconto. – sorriu ele. Ela maneou a cabeça negativamente, ainda sorrindo. – E você? Vai fazer o que?

– Medicina Bruxa. – revelou ela. – Na Bulgária.

Sirius precisou esconder sua expressão de surpresa. Ele nunca mais a veria provavelmente. Era o último dia que veria Marlene, seria adequado dizer à ela o que sentiu durante todos esses anos, por mais que o sistema de distância dela tenha sido forte e inquebrável.

– Oh. – foi tudo que ele conseguiu dizer. E a dança finalmente acabou, e Sirius engoliu tudo que deveria ter dito. O Baile também não se demorou a acabar, e no fim da noite, Marlene McKinnon tirou sua capa da Grifinória, tirou fotos com suas amigas e pegou sua mala. Ele quis gritá-la. Correr até ela e experimentar beijá-la de verdade, não apenas em sua mente. Mas ele nunca gritou Marlene. Ela virou-se rapidamente antes de atravessar o portão e acenou para ele. O lindo sorriso branco, o rosto sardento, os olhos verdes e os grossos cachos louros não foram sua última lembrança de Marlene.

Ele retornou à vê-la, na Ordem da Fênix. Ela e seu namorado Cadaroc Dearborn.

Seu palpite de que ela preferia homens mais velhos foi certeiro, ele tinha vinte e cinco anos. Quase dez anos mais velho que ela.

Sirius nunca disse e nunca terá a chance de dizer tudo o que sentia. Ele acha que prefere assim. Não queria que as pessoas tivessem pena dele, muito menos a McKinnon. Nas histórias de amor há mais que amor.

Ás vezes não há nenhum ''eu te amo'', mas sabem que se amam.

Marlene McKinnon gostava de um garoto em Hogwarts, mas ela nunca disse isso em voz alta.

Se você algum dia me abandonar

Bem, a vida continua, acredite

O mundo não pode me mostrar nada

Então de que me adiantaria viver?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.