O clima que se encontrava no bar era de suspense, talvez por parte do senhor que se encontrava na minha frente e havia acabado de apostar até seu último centavo na tentativa de lucrar as minhas custas,ou talvez, por que tudo o que tinha na mesa retangular forrada pela toalha verde era de suma importância para o coroa que suava e encarava a quantia de dinheiro quase babando completamente intacta, deplorável.

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–Vou te dar mais uma chance de retirar sua oferta - Falo por uma última vez, não queria ouvir o pobre senhor contar mais uma vez a dramática história de que agora estava morando em um hotel de quinta e que sua única é esperança é esse tudo ou nada.

Ele ri alto e de uma maneira irritante, joga suas cartas na mesa. Um Straight Flush.

–Eu não retiro minha oferta, pois já ganhei Sr.Six - O senhor dá um sorriso grande, arrogante e cheio de luxúria pela quantia que está na sua frente, pronto pra encher as mãos com aquele dinheiro.

–Deplorável - Digo em voz alta e coloco minhas cartas sobre a mesa, mostrando um Royal Flush me levanto e pego meu paletó nas costas da cadeira. Fazendo sinal para CC recolher minhas novas aquisições.

Sinto algo prender meus pés e quando olho pra baixo vejo um verme de joelhos, pois aquilo não era um homem, era um verme se humilhando e me fazendo levar mais de sua dignidade comigo.

–Por favor senhor, não me sobrou nada - Ele soluçava e suas lágrimas desciam por um rosto repleto de desespero - Eu ainda tenho uma filha que depende de mim, onde vamos morar? O que iremos comer?

Foi minha vez de rir, porém, de desgosto.

–Não acha que deveria ter pensado nisso quando te disse para repensar sua oferta, meu caro senhor? - Respondi tentando fazê-lo soltar meus pés.

Ele pegou algo da mesa, um colar dourado, abrindo-o e mostrando a foto de uma jovem sorrindo aparentando estar feliz.

–Ela é meu orgulho, o bem mais precioso da minha vida - Ele disse limpando algumas lágrimas de seu rosto - Por favor, se não vai fazer algo por mim, faça por ela! Pensa na vida da minha menina, com fome e nas ruas passando frio.

Por um momento não quis respirar, olhar para o rosto corado daquela jovem na foto me deixou inquieto. Já haviam pessoas demais nas ruas, jovens demais com fome e humanos demais sendo imprestáveis.

Bufei, minha bondade às vezes me dava nos nervos.

Tirei um dos cartões de minha empresa e outro pessoal e lhe entreguei, tentando ignorar os olhares de valentões ao redor, que a pouco haviam presenciado uma grande humilhação pública.

–Você me convenceu, farei algo por vocês - Eu disse me soltando de seu aperto incessante e caminhando para a porta, a qual CC já havia aberto para mim -Você ganharáum emprego e a garota ganhará um teto. Me procure amanhã, pela tarde.

O homem mal vestido e agora sujo, se levantou e estava boquiaberto.

–M-muitoobrigado, Sr.Six- Foi a última coisa que eu ouvi, após sair completamente daquela pocilgae CC fechar a porta com bastante burburinho deixado para trás.

O Audi R8 preto havia acabado de estacionar a nossa frente quando CC, antes de abrir a porta do carro, estava resmungando alguma coisa.

–Deveria falar mais alto Christian, se quer que eu te escute, claro - Falei olhando-o nos olhos, ele parecia transtornado e até um pouco amedrontado.

–Sua mãe não vai gostar de saber que você está nesse tipo de lugar Andrew, o que fez lá foi muito ruim- Ele disse desviando o olhar para o outro lado da rua - Você não precisa de nada disso, poderia ter deixado o velho senhor ir, o que pretende fazer?

Cerrei os punhos e sentei no banco do carro, olhando para a frente. Respirando fundo e olhei para CC, um ótimo companheiro, guarda-costas e amigo de longa data.

–Minha mãe não liga para o que eu faço ou deixo de fazer Christian - Ri nervoso e seu olhar era um mesclado de tristeza e decepção - E o que eu faço com esses tipos de pessoas é mostrar a eles o lugar que pertencem, ele mereceu aquilo. Se ele tivesse se esforçado mais, não tivesse cometido tantos erros repetidos durando o jogo, não fosse tão arrogante e banhado pela imagem do dinheiro, o mesmo poderia ter levado talvez metade da minha fortuna. Eu consigo sentir o cheiro do fracasso de longe naquele homem, ele não vai muito longe CC, vai precisar de um bom chute para progredir.

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–Só tenha cuidado senhor - Ele alertou e bateu a porta, entrando na porta do passageiro em seguida e prosseguindo com a viagem para casa.

Soltei um suspiro cansado, eu realmente ainda não sabia o que fazer em relação ao sujeito. Realmente não sabia.Porém, uma ideia me acertou em cheio e tive de sorrir com minhas próprias palavras ecoando pela minha cabeça ''... e a garota um teto''.