Quando o empresário me mandou o email falando do show marcado eu fiquei super feliz e ainda mais quando ele disse que em comum acordo com sua esposa eu poderia tocar junto da banda, seriamos eu e Alexander nas baterias, aquilo era fantástico, eu poderia tocar em um show de verdade e de grande porte. Agradeci muito a oportunidade e logo enviei para minha irmã os convites VIPs que o empresário pediu para que eu distribuísse.

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Desci para falar com todos e dar a notícia. Encontrei JT cozinhando algo que me pareceu macarrão instantaneo e que estava prestes a queimar, dava para sentir o cheiro e já imaginar a massa pegajosa que aquilo deveria estar formando. Picasso dedilhava o violão enquanto Richard anotava algumas notas, Alexander apenas mudava de canal enquanto Joshua reclamava e pedia para ele parar em alguma coisa.

– E ai, princesa, tem algo para contar? - Picasso parou de tocar e me olhou.

– O show foi marcado - olhei Richard, ele pareceu se assustar - A estreia será daqui um mês mais ou menos e... - eu tentei olhar todos - Eu vou tocar com vocês - falei empolgada e medrosa.

– O quê? - Alexander me olhou, ele sorria largamente - Você vai tocar com a gente? - confirmei - Isso é incrível, mas - eu o olhei, todos olharam - Eu vou perder meu emprego com isso. Não gostei. - ele estava pensativo.

– Não vai não, isso será um dueto... - eu meio que perguntei a última palavra - Eu e você, o que acha? - ele me olhou e rindo me levantou eu dava soquinhos em seus ombros para que ele me colocasse no chão.

– Eu sou o namorado mais feliz do mundo.

– Namorado? - eu o olhei, todos riram - Namorado? Desde quando estamos namorando?

– Eita! - JT soltou da cozinha.

Alexander estava me abaixando, eu me pendurei em seus ombros e o beijei.

– Certo, namorado - falei rindo - Mas depois vou querer um pedido formal registrado em cartório e tudo o mais.

– Eita! - JT soltou novamente.

– Eita digo eu - Richard falou indo para cozinha - Você não consegue nem cozinhar um macarrão instantaneo, é um inútil mesmo.

– Isso é díficil, tem de ferver a água, colocar o macarrão, depois de uma eternidade...

– Dois minutos - Picasso falou.

– Eternidade - JT reforçou - colocar o tempero e ainda esperar uma outra eternidade para finalmente ficar pronto.

– Totalizando uma eternidade de três minutos - Alexander falou rindo - Você é um inútil na cozinha.

– Falou o cara que não consegue fritar um ovo - JT rebateu.

– Mas sei fazer macarrão instantaneo, não sou tão inútil assim.

Eu ria com a brincadeira que no final nos rendeu macarrão instantâneo com ovo frito, sim, eu comi isso algo que eu não comia há muito tempo uma vez que eu e minha irmã eramos razoaveis na cozinha, isso significa que faziamos o suficiente para comermos não o suficiente para se chamar de bom.

– Certo, agora vamos colocar as coisas lá fora, vamos ensaiar com nossa nova baterista - JT falou - Você vais superar o Alexander assim - ele estralou os dedos.

– Estou ouvindo isso - Alexander terminava de montar a bateria de fora junto dos outros que já tinham as guitarras e o baixo conectados as caixas - E concordo com o qu ele disse, você tem a bateria no sangue- ele bateu no próprio braço.

– Se não se importa, namorado - eu pensei antes de falar o que o fez rir - eu gostaria que me avaliassem por mim e não pelo meu pai - ele olhou JT que deu de ombros.

– Ahm... Claro. - ele beijou minha testa - Você vai se sair bem.

Confirmei, tomei as baquetas de sua mão e fui para a bateria.

Picasso, JT e Joshu já estavam em suas posições, esperavamos Richard, conversamos no vento gelado que acabava com nossos rostos. Alexander se prontificou a ir chamar o astro, minutos depois voltou cabisbaixo e de ombros caídos dizendo que ele não abria a porta do quarto, JT tentou ir e voltou da mesma forma. Fui até o quarto ver o que eu conseguia, bati na porta, ele gritou falando para ninguém perturbá-lo, beti novamente e abri a porta, um travesseiro foi jogado na minha direção desviei e o joguei de volta para o astro que se assustou com o impacto em suas costas, ele me olhou.

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– Eu não vou lá cantar.

– Você vai sim - eu me aproximei dele - Levanta.

– Não.

– Richard, levanta! - eu falei firme, ele me olhou, se sentou - Ótimo, já deu o primeiro passo, agora me dê sua mão - eu estiquei a minha, ele a pegou - Você sabe dançar? - ele negou - Ótimo, então não vai me julgar caso eu pise em seu pé. - o puxei, levei sua mão para minha cintura, coloquei a minha em seu ombro e comecei a dar dois passos para cada lado.

– O que você pensa estar fazendo? - ele me perguntou confuso.

– Vamos conversar - ele me olhou confuso - Não me olhe dessa forma, já que está inseguro quanto a cantar achei que conversaria comigo dançando, sabe, dança e música estão completamente ligados.

– Quem disse que estou inseguro? - ele se afastou, eu continuei dançando e o puxando comigo.

– Ah, não está? - ele negou - Então, por que ainda não desceu e foi cantar conosco?

– Porque eu...

– Está com medo - ele se sentou - Olha, Richard, eu sei como está se sentindo - ele me encarou - Vaja, eu vou tocar com o cara que é meu ídolo em uma banda profissional, como você acha que eu estou?

– Não sei - ele deu de ombros - Como você está?

– Tremendo de medo, eu sei todas as suas músicas, sei as notas, as letras, sei tudo sobre você desde o nascimento até o auge da carreira, e sempre sonhei em tocar com você e agora eu consegui isso e estou amedrontada, mas - ele me olhou diferente - mas eu estou enfrentando, temos de enfrentar e se não conseguir sozinho, pode contar comigo, estou aqui para ajudá-lo é para isso que estou me pagando - ele sorriu - Agora, levante-se - estiquei a mão, ele a pegou - vamos lá embaixo e esfregar na cara daqueles que duvidaram de sua recuperação que você está muito bem e pronto para arrasar.

Ele confirmou.

Encontramos os outros, eles me olharam e sorriram ao ver Richard, fui para a bateria sob o olhar de Alexander que me perguntou apenas movendo os lábios o que eu tinha feito e disse-lhe que era um segredinho. Ele riu, pegou o violão que estava na varanda, sentou nos degraus e começou a dedilhar algo. Fiz a contagem com as baquetas o que os fez rir.

– Desculpa, eu sempre quis fazer isso - falei encabulada.

Começamos, Richard ainda desafinava um pouco, mas estava muito bom, para quem o viu no estado que eu o vi o que ele fazia agora era perfeito, o mais adorado do Rock estava lindo, sua voz tinha emoção, mesmo desafinando dava para sentir a música dele, ele parou de cantar e me olhou, eu sorria contente com o resultado de nosso trabalhoso ensaio. Alexander se juntou a nós e tomou a bateria de mim, fui até o microfone com Richard e com uma nova bagunça, o que sempre acontecia quando ensaiavamos, cantei com ele. Ela ria quando eu fazia os 'yeah' e 'oh' em meios que não existiam. Paramos de ensaiar apenas quando o sol começou a se por.

– Como se sente? - Richard perguntou enquanto arrumavamos chocolate para todos.

– Estranha, como se uma colmeia estivesse tentando fugir do meu estômago.

– Isso é ótimo - ele sorriu - Você está sentindo a coisa de verdade. - pegou algumas canecas, eu as outras - O show é daqui um mês? - confirmei - Quando vamos ensaiar no palco?

– Acho que na próxima semana - falei me sentando ao lado de Alexander.

– Ótimo.

Seu ótimo não estava confiante, pude perceber sua voz vacilar um pouco no final.

Fomos par ao local do show, não seria no Brasil, o que me deixou triste porque diminuiria a chance da minha irmã comparecer, mas por outro lado para a banda era maravilhoso porque não teria desculpa de cansaço. Richard entrou no palco, eu o observava dos bastidores, ele analisou a imensidão de lugares, que daqui algumas noites estaria lotado, os espaços VIPs no alto, dava para ver lá dentro.

– Com medo? - dedos entrelaçaram os meus, olhei Alexander e confirmei amedrontada - Me encontre aqui as sete - ele beijou minha testa - Tenho algo para você. - confirmei e o vi se afastar.

Richard treinava sozinho, fiquei ali o vendo, ele testava sua movimentação pelo palco, observei as baterias par ao ensaio do dia seguinte, minha sincronia e a de Alexander tinha de ser perfeita do contrário o show seria um fiasco, se minha bateria aparecesse mais que a dele seria péssimo para a musicalidade da música, se um atrasasse as batidas a música soaria lenta e cansativa, pensar em tudo aquilo me deixava tonta, pensei que quando eu fosse estrear em um palco ficaria louca, empolgada, mas não foi o que aconteceu, eu estava medrosa, talvez eu lembrasse de um dos shows do meu pai em que a bateria foi sabotada, as baquetas quebraram e as reservas não estavam ali, ele começou a tocar com amão até que as películas rasgaram, meu coração começou a palpitar louco em imaginar aquilo acontecendo.

– Ei, Yara, está tudo bem? - olhei o astro, ele estava na minha frente, eu não percebera quando ele se aproximou.

– Eu estou b... Eu estou péssima - ele riu - Estou morrendo de medo disso aqui.

– Vem, vamos descansar um pouco, aqui perto tem uma lanchonete maravilhosa.

Ele me arrastou até o local, pediu dois cafés, e dois beirutes, lembrei da minha irmã, ela teria amado aquela coisa. Eu me perguntava o que ela estaria fazendo naquele instante, será que ela sentia aquela colmeia navegando seu corpo quando pensava em lançar o livro biografico do Richard?

– E então, melhor? - ele perguntou.

– Comer sempre ajuda - falei rindo.

– Você e sua irmã são muito parecidas, mas prefiro você, ela é meio agressiva - eu ri, não importava o que eu dizia, ele sempre iria me comparar a minha irmã, eu deveria me acostumar.

– Ela é assim para se proteger e... - olhei meu celular, este e quinze - Droga! - me levantei - Richard, eu estou atrasada para uma coisa, me desculpa.

Saí correndo pela rua e entrei no local do show, fui até o palco e esperei, provavelmente Alexander já tinha saído, deve ter cansado de me esperar, lá ia eu a caminho de outro desastroso relacionamento.

Um holofote se acendeu me cegando, procurei por quem estaria fazendo aquilo, outro e uma música de fundo, uma mão me puxou e começou a me fazer dançar. Me fez rodar, até eu me perder nos pés de meu parceiro e nós dois rolarmos rindo.

– Você é uma péssima dançarina - Alexander falou rindo.

– Eu sei, por isso sou baterista - eu ri - Desculpa o atraso, eu perdi a hora com o...

– Richard - eu o olhei - Eu sei, acontece com todas, ele parece ter um toque especial que atrai todas as garotas e...

– Sh... - eu me deitei sobre ele - Não precisa ficar com ciúme, eu e ele temos uma relação estritamente profissional.

– Sei, as outras também disseram isso e a relação profissional acabava na cama dele - ele me olhou.

– Alexander! - eu me levantei - Você ouviu o que acabou de dizer? - ele confirmou - Eu passei meses trancada naquela casinha sozinha com ele, se fosse para eu ser destinada a cama dele, você não acha que eu já teria ido? - olhamos para a área VIP em uma forma de nos evitarmos e pararmos com aquela briga.

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Pude ver Richard apoiado na varanda VIP, ele nos assistia, mas não sei dizer se nos ouvia, JT saiu de lá de dentro com um controle que fez o holofote que iluminava o palco se apagar. Aproveitei a deixa e me retirei do palco, fui direto para o hotel, agradeci por terem reservado um quarto apenas para mim que quando minha irmã fosse seria dividido para nós duas. Agora eu sentia falta dela, precisava de alguém para conversar. Liguei o notebook, ela não estava online.

Preciso da Yeva!