Colegas de Quarto

A Mulher de Sirius


Quando abriu os olhos, estranhou o lugar que estava. Não era a sua casa ou nem nenhum lugar que havia estado antes. Não lembrava onde estava ou o que havia acontecido? Ele se mexeu um pouco incomodado, sentindo um cheiro de morangos e olhou para o lado, encontrando uma garota ruiva sentada ao seu lado, mexendo em seu computador concentrada.

— O que... O que aconteceu? – Perguntou com a voz fraca, fazendo Lily desviar seus olhos em sua direção.

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— Oi... Você apareceu sangrando na minha porta e desmaiou na minha frente. – A ruiva disse dando um sorriso confortante para ele.

— Desculpe. Eu sou Remo Lupin... – Disse se sentando na cama desconhecida. – Eu não quis incomodar... Estava procurando James Potter ou Sirius Black.

— Nah, você só queria chamar a atenção de uma garota bonita. – Disse uma voz grossa vinda do outro lado do quarto.

Ambos olharam e viram James e Sirius encostados na porta, o olhando com um sorriso nos lábios.

— O que será que a Dorquinhas vai dizer quando souber disso? – Perguntou Sirius colocando uma mão sobre o queixo pensativo.

O sorriso de Remo desapareceu de seu rosto.

— Vocês não ligaram para ela, ligaram?

— Mas é claro que ligamos! – Exclamou Sirius. – Mas uma mulher chamada Matilda atendeu e eu vou sair com ela hoje à noite.

Os três reviraram os olhos. Não era novidade que Sirius saísse com tudo que usava saias.

— Ela mudou de número. – Disse Remo ignorando o comentário anterior de Sirius. – Ela foi par a França fazer um curso de pintura.

Lily olhou curiosa para Remo.

— Quem é Dorcas?

— Minha namorada. – Respondeu pegando o copo d’água que estava na cômoda ao lado. – Ela não lida bem com essas coisas, então é melhor que vocês nem pensem em abrir a boca.

Agora foi a vez de James colocar a mão no queixo e fazer uma cara pensativa.

— Vamos ver... Obedecer ao lobinho machucado ou avisar a hippie agressiva? É eu vou ligar para a Dorcas.

Antes que alguém falasse alguma coisa, Marlene apareceu na porta parecendo irritada.

— Mas o que é que vocês dois pensam que estão fazendo aqui? – Perguntou colocando a mão na cintura. – Eu mandei você cozinhar e você procurar algumas roupas limpas! – Disse apontando para James e Sirius, respectivamente.

— Lily está aqui! – Exclamou Sirius inconformado.

— Lily é a única que sabe cuidar de machucados. – Marlene respondeu sensatamente. – Então ela fica. Vocês, não. – Ela pegou na orelha dos dois e os puxou para fora. Lily fechou a porta rindo.

Remo a olhou.

— Então... Você deve ser Lily.

— Oh, desculpe. – Ela estendeu a mão para ele, que a apertou. – Eu sou Lily Evans.

Ela se sentou novamente ao lado da cama e entregou um sanduiche para ele que jazia ao seu lado, que aceitou imediatamente.

— Então... Importa-se de me contar o que aconteceu? – A ruiva perguntou o observando preocupada. Remo hesitou um pouco, mordendo seu lábio inferior. – Ou prefere que eu adivinhe?

— Tudo bem... Vai em frente.

— Bem... Você chegou aqui muito tarde, então isso significa que ou você estava saindo do trabalho tarde ou chegando de algum lugar. – Ela começou, cruzando as pernas. – Eu arriscaria por ter chegado de algum lugar, uma vez que você não estava com roupa de trabalho ou com alguma pasta ou mala.

— Eu... – Ele tentou responder, mas ela não deixou.

— Não, ainda não terminei. Você estava cheio de sangue, então significa que se machucou, mas não sozinho. Olhando pelo seu estado e cuidando do corte em seu abdômen, eu diria que você foi abordado por alguma pessoa que deve ter te roubado, uma vez que não estava com carteira ou celular. – Ela parou por um momento, pensando no que iria dizer a seguir. – Sirius me disse que você não mora por aqui e você mencionou que sua namorada está viajando, então eu acho que você voltou de uma viagem hoje e veio direto para cá, mesmo eu não sabendo o motivo.

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Remo estava a olhando com a boca aberta.

— Você é detetive, por acaso? – Perguntou. Lily sorriu e negou com a cabeça.

— Jornalista.

— Jornalista investigativa?

— Política.

Ele a olhou com uma sobrancelha levantada.

— Não que eu esteja criticando seu trabalho que eu nunca li, mas você não está na área errada?

A ruiva riu e deu de ombros.

— Talvez. Mas eu ainda amo o que eu faço, então quem sabe um dia eu mude de opção? – Ela olhou para o celular dela tocando. – Com licença.

— Fique a vontade.

Ela saiu do quarto e atendeu o celular.

— Alô? – A voz do outro lado da linha respondeu, deixando a ruiva chocada com a voz que havia acabado de ouvir. – Mas... Como?

— Lily, tudo bem? – Marlene perguntou colocando a cabeça para fora do quarto dela. Ao ver a amiga pálida e com a boca semiaberta, se preocupou. – Lily?

A ruiva desligou o celular e olhou para Marlene.

— Eu preciso sair, fique de olho em Remo e não deixe nenhum dos dois entrar. Tchau. – E assim, pegando sua bolsa rapidamente, saiu correndo do apartamento.

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Remus estava novamente sozinho no quarto, uma vez que Lily não havia voltado. Ele começou a reparar mais atentamente no local que estava. Definitivamente, não era o quarto da ruiva, uma vez que havia inúmeras fotos espalhadas pelo quarto com pessoas que ele conhecia e uma foto de James com uma garota morena, sorrindo apaixonados.

O quarto, portanto, pertencia a James e ele nunca saberia como o amigo poderia ainda gostar de fotos reveladas. Um momento depois dessa reflexão, a porta do quarto se escancarou e Sirius entrou juntamente com James, que trazia um prato com algo quente. A barriga de Remo roncou.

— Aluado! Agora que a ruiva diabólica saiu, podemos finalmente...

— Sair do quarto e deixar ele descansar em paz, se não a loira diabólica vai deixar os dois sem nada pendurado, se é que vocês me entendem.

Ambos viraram e viram Marlene com as mãos na cintura, os encarando. Antes que ela falasse mais alguma coisa, James mostrou o que carregava.

— Eu só vim entregar a sopa que você mandou fazer. – Então entregou o prato para o amigo. – Sirius que estava querendo ficar.

— Por que eu não posso ficar?! – Perguntou. – Não vou fazer ele correr por ai, vou ficar aqui e ver o jogo na televisão de James...

— NÃO!

Os três olharam para ela assustados. Ela percebeu sua reação e logo inventou de falar alguma coisa.

— Ele... Precisa descansar e a sopa está esfriando... – Ela disse já empurrando os dois para fora do quarto. – E eu pensei que você tinha seu encontro, Sirius, então vai se arrumar.

E assim, os empurrou para fora, fechando a porta e se encostando a ela. Remo levantou uma sobrancelha em sua direção.

— Lily quebrou a televisão da sala, então a trocamos com a do James. – Confessou baixo. – Se James descobrir, ele nos mata.

— Por que não mandam concertar? – Perguntou tomando mais uma colherada de sopa.

— Está brincando? Olha o tamanho dessa televisão! – Exclamou mostrando com as mãos. – Concertar isso deve ser o mesmo preço de comprar um novo. Eu mal tenho um trabalho e Lily é só uma jornalista. Não recebemos tão bem assim.

— Então pode deixar que eu irei dizer lindas palavras no enterro das duas.

Ambos riram.

.

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— Olá, eu sou Matilda e você deve ser Sirius Black.

Sirius levantou o olhar e se assustou. Não era uma mulher falando. Bem, era uma mulher. Mas não... Uma mulher do tipo dele. Ela era estranhamente familiar, com os olhos e cabelos muito similares da família Black. Ele não a conhecia, nem por nome ou por aparência, mas as chances de ela ser uma parente distante era grande demais para ele arriscar. O moreno demorou um pouco para se tocar que ainda não havia falado nada e a cumprimentou.

— Matilda... Uau, você é... Linda. – Ele a elogiou um pouco hesitante. Ela se sentou sorrindo na sua frente. – Que bom que liguei para o número errado hoje.

— Que bom que eu atendi um número desconhecido e aceitei sair com um estranho sem o conhecer. – Ela sorriu. Antes que Sirius pudesse falar alguma coisa, o celular dela tocou. – Com licença, eu preciso atender. Trabalho.

O moreno concordou com a cabeça e ela se retirou, falando no telefone em direção ao banheiro. Ao ver que ela havia entrado, Sirius pegou seu celular e ligou para o primeiro número que achou.

— Alô?

— Marlene! Pelo amor de Deus, eu preciso da sua ajuda! – A voz desesperada de Sirius invadiu o ouvido da loira, a fazendo parar de prestar atenção na televisão.

— O que aconteceu? Você está bem?

— Eu estou... Mais ou menos. – Ele hesitou um pouco. – Sabe o encontro que eu tinha hoje?

Marlene desligou a televisão e foi em direção a cozinha, á procura de algo para comer.

— É, você ia sair com uma garota... Matilda, não é?

— Isso! Mas tem um pequeno problema.

— Qual? – Alguns segundos se passaram com o telefone mudo. – Black!

— Há uma possibilidade dela ser uma parente minha. – Disse desesperado. – Me aju... Não ria!

Marlene nem ouvia mais o que Sirius estava falando. Ela não conseguia para de rir, o deixando irritado. Ele esperou, pacientemente, até que ela se acalmasse.

— Acabou? – Perguntou. – Pode vir me ajudar agora?

— Tudo bem... Mande-me o endereço por mensagem e eu estou á caminho. – E desligou.

Alguns segundos depois, seu celular recebeu a mensagem com o endereço, fazendo Marlene pegar sua bolsa e sair do apartamento para ir á busca do amigo.

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— Por que não vemos um pouco de TV? – James perguntou deitando ao lado do amigo e alcançando o controle da televisão. Remo, que até agora estava lendo o único livro que James possuía no quarto, fez um barulho com a boca, concordando. Mas ao ver James pegando o controle ao seu lado, Remo se lembrou do que Marlene havia falado e arrancou o objeto da mão do amigo.

James olhou para ele com uma sobrancelha levantada.

— O que diabos foi isso? – Perguntou.

— Não estou a fim de assistir nada. – Disse rapidamente. – E estou com fome de novo, pode me trazer alguma coisa para comer?

James, ainda olhando para ele, concordou.

— Tudo bem. Mas depois vamos conversar e descobrir o que é que acabou de acontecer.

.

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Marlene se sentiu extremamente mal vestida ao entrar naquele restaurante, apesar de estar com uma de suas melhores roupas. Sirius, apesar de não levar a sério nenhum encontro uma vez que tudo que ele queria era diversão, sabia como ir á um encontro com estilo. Ao ver o moreno em uma mesa distante, sorriu. Ele parecia desesperado e olhava para todos os lugares com a esperança dela aparecer logo.

Sem passar mais nenhum minuto parada, ela colocou seus óculos escuros em cima da sua cabeça, e se dirigiu para ele, com uma cara zangada.

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— SIRIUS BLACK! – Ela gritou se aproximando da mesa e fazendo que o restaurante parasse tudo que estava fazendo para prestar atenção nela. – MAS O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Ele a olhou um pouco assustado e muito aliviado pela sua chegada. Marlene esperava que ele se tocasse o que ela estava fazendo e entrasse na onda.

— Mar... O que...

— Eu estou fazendo aqui? – Ela o interrompeu. – Eu suspeitei quando você passou uma semana em Paris com sua advogada... Mas isso? Um encontro bem embaixo do meu nariz?

Matilda olhava de um para outro, assustada.

— Desculpe, mas você é...

— EU sou a mulher desse cachorro. – Ela respondeu a encarando. – E o que você pensa que está fazendo em um encontro com o meu marido?

Ela então olhou para Sirius com raiva e se levantou.

— Você é casado? – Ela pegou a água que estava na mesa e jogou em seu rosto. – Não me ligue nunca mais.

E então saiu irritada.

Marlene olhou para Sirius sorrindo e sentou-se no lugar que Matilda estava. Ele limpava seu rosto com o guardanapo enquanto ela segurava o riso.

— Eu acho que eu te devo uma. – Disse pegando o vinho que ele estava tomando. – Foi divertido.

— Você precisava dar todo esse ataque? – Perguntou a encarando. – Gritos, esposa... Sério?

— Se não gostou eu posso chamá-la de volta e...

— Não!

— Ótimo... – Ela sorriu para ele mais uma vez. – Então, meu querido marido, o que vamos jantar?

.

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Lily estava cansada. Passara o dia inteiro resolvendo problemas no trabalho. Algo horrível acontecera e ela não estava preparada para lidar com isso. Por isso esperava que Marlene não estivesse em casa para vê-la desse jeito. Tudo que Lily queria era uma garrafa de bebida o mais rápido o possível, e não foi difícil de encontrar.

Ao entrar em seu apartamento, James Potter estava sentado no chão e encostado na parede com três garrafas de uma bebida que ela não soube identificar. Ao vê-la entrar, não disse nada, apenas continuou dando longos goles.

— O que aconteceu? – A ruiva perguntou colocando sua chave em cima da mesa de centro e tirando seus sapatos. – Remo está bem? Alguma coisa aconteceu?

— Não, ele está ótimo. Está dormindo. – Respondeu sem olhá-la. Ela sentou-se ao seu lado no chão.

— Então o que aconteceu?

— Brigamos de novo. – Disse dando um longo suspiro cansado. – Não uma briguinha qualquer, mas uma que resultou aquilo. – Ele apontou para o canto da sala onde havia pedaços de vidro no chão.

Lily olhou para ele com pena. Apesar de não gostar nem um pouco de Emmeline, ela ainda se sentia um pouco com dó de James. Ele realmente gostava dela e estava apaixonado pela aquela pessoa horrível.

— Sinto muito. Mesmo.

Sem resposta, ele apenas deu de ombros e voltou a beber. Ela então alcançou uma das garrafas que ainda não fora aberta e o acompanhou. James a olhou com uma sobrancelha levantada.

— Por que você está bebendo?

— Péssimo dia. – Ela tomou três grandes goles de uma vez antes de continuar. – Um antigo amigo meu está trabalhando no jornal e... – Ela suspirou. – Eu não preciso de mais problemas vindos dele.

— Quer falar sobre isso?

— Nope.

— Eu te contei os meus problemas. E você está bebendo minha bebida cara. E eu vou ter que dormir na sala por que foi sua ideia de colocar Remo no meu quarto. Você me deve muito.

Ela soltou uma gargalhada e olhou para ele. Um pequeno sorriso havia se formado em seus lábios, devido o riso da ruiva. Ela, ele notou, tinha um riso engraçado e contagiante. Havia um bom tempo que ele ouvia uma garota ter uma risada tão verdadeira e pura.

— Tudo bem... Bem... Eu o conheço desde pequena e Marlene o odeia e ele odeia a Marlene...

— Como ele pode odiar a Marlene?

— Ela deu um soco no nariz dele quando tínhamos dez anos. E outro quando tínhamos 15. – Ela disse abrindo outra garrafa. – Ela está acostumada a cuidar de mim e... Bem, quando ele fez o que fez, eu não tive forças para fazer algo sobre aquilo.

— Seja lá o que ele fez, ele é um idiota por machucar você. – James disse tirando a garrafa da mão dela e bebendo.

— Ei! – Ela disse tentando pegar de volta, mas ele não deixou. Lily se esticou para tentar pegar de sua mão, mas não conseguiu e James começou a rir. Aproveitando, Lily subiu em seu colo e finalmente conseguiu pegar a garrafa. O moreno, percebendo o que havia acontecido, a segurou pela cintura e tirou a garrafa de sua mão, a derrubando e fazendo-a quebrar. Ao verem o que havia acontecido ambos começaram a rir. Ficaram assim por um bom tempo até conseguirem parar e olharem um para o outro. James sorriu e começou a perceber nos detalhes do rosto da ruiva. Seus olhos verdes brilhantes eram mais lindos quando vistos mais de perto e ele poderia ver as sardas que preenchiam seu rosto. Cada uma delas.

Eles foram se aproximando cada vez mais e James não conseguia tirar seus olhos dela. Seu nariz foi se infestando com o cheiro de álcool que vinha dela e isso o atraiu mais o fazendo finalmente fechar a distancia entre os dois com um beijo.