Semideuses Rebeldes
Pássaros de estinfália e Let It Go
Miguel acordou atordoado.
Ele não sabia onde estava, seu corpo todo estava dolorido, principalmente suas costas e pescoço. Estava com arranhões pelos braços e rosto, ardendo como se tivessem passado sal neles.
“Onde eu estou?” ele se perguntou.
Com muito custo, ele se sentou, e viu que Mia estava lá com ele, desacordada.
Preocupado, ele pegou Mia em seu colo e procurou por pulso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ela ainda está viva – disse aliviado.
Hipnotizado pela aparência de Mia, ele contornou sua boca, suas sobrancelhas e seu nariz com o polegar.
– Até desacordada ela é bonita. Espero que me perdoe algum dia. - ele sussurrou com a mão em sua bochecha.
Miguel perdeu a noção do tempo. Estava olhando para Mia a minutos, ou horas?
Ele se levantou com ela ainda em seu colo. Onde ele a deixaria? Precisava achar alimento, mas onde? Precisava que ela acordasse, e se tivesse sofrido algum trauma?
Então, uma pergunta lhe veio a mente, o perfurando como uma lâmina:
“Onde está Lupita?”
Miguel deixou Mia no chão, com as costas apoiadas em uma árvore. Começou, então, a andar de um lado para o outro, preocupadíssimo.
“Sim, agora estou me lembrando... estávamos lutando com um mantícore, e ele me jogou junto com Mia pra longe. Eu devo ter batido a cabeça e desmaiado. É. É isso... Será que Lupita derrotou o mantícore ou ela está... morta? Que isso, Miguel! Não pensa besteira, é claro que ela está viva.” ele pensou. “Será que está nos procurando?”
Cansado de fazer perguntas para si mesmo, das quais não sabia as respostas, Miguel pegou sua mochila e procurou comida.
– M-Miguel? - ele ouviu Mia chamá-lo com uma voz rouca e fraca.
– Mia? Você está bem? Está sentindo alguma dor? - ele perguntou ajoelhando-se ao seu lado.
– O que aconteceu?
– Pelo que me lembro, estávamos...
– Lutando com um mantícore – ela completou
– Isso, e ele nos acertou com a cauda de escorpião e nos jogou pra longe. Mais especificamente, pra cá.
– Onde estamos?
– No meio da floresta. Fora das fronteiras mágicas do acampamento Meio-Sangue, ou seja, qualquer monstro pode nos atacar.
– Bem, o último combate não deu muito certo – ela deu uma risada fraca e Miguel a acompanhou. Mia parou de rir de repente e perguntou preocupada - E a Lupita?
– Não sei. Ficou lá.
– E... e se ela estiver morta? - ela disse hesitante.
– Não fala besteira. Ela está viva. Está bem. - Miguel disse, tentando convencer a si mesmo.
– Mas, Miguel...
– Não, Mia! - ele berrou – A Lupita está viva!
Ela se calou e olhou para baixo.
– Então vamos procurá-la – disse Mia.
– Não, já está anoitecendo, a floresta é perigosa e cheia de monstros. Não, definitivamente não. - respondeu Miguel – Vamos montar acampamento aqui. Precisamos arranjar comida. À noite, vou ser o primeiro a ficar de guarda.
Muito a contra-gosto, Mia assentiu, concordando.
– Só não crie falsas esperanças... - Mia murmurou triste. Ela realmente achava que Lupita não tinha chances?
– Ela está viva. - Miguel sussurrou em resposta, tentando convencer não só à Mia, mas a si mesmo.
Então, os dois permaneceram em silêncio por alguns minutos, até que escutaram estranhos barulhos.
– Outro monstro? – reclamou Miguel – acabamos de enfrentar um!
– E perdemos feio – comentou Mia.
O barulho foi se aproximando, e Miguel pôde reconhecer:
– São pássaros?
Mia assentiu. Eram só pássaros comuns.
Mas aí milhões de pássaros de estinfália saíram das árvores e avançaram nos dois.
~Roberta e Diego, Canadá~
– Roberta... Eu podia ter curado os cortes sozinho. - disse Diego ainda abraçando a garota
– Ah... eu... me esqueci – Roberta disse com o rosto quente separando o abraço. Ela se levantou e virou de costas para Diego. - S-se você quiser, pode terminar sozinho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Não, não precisa – Diego disse - Pelo menos não agora.
– Ok...
– É verdade que... você ficou com medo de... me perder? - Diego perguntou e Roberta se virou para ele. O garoto estava indeciso se sorria, ou se mantinha uma expressão séria.
– B-bom... é... pode ser. Talvez. Por quê? - perguntou Roberta
– Não fuja do assunto, Roberta. Você vai voltar? Vai continuar comigo, Giovanni e Elisa?
– Lá vem essa Elisa se intrometendo em tudo. – Roberta disse irritada – Espera, onde está Giovanni?
– Onde mais? Com Elisa. – disse Diego sem entender
– Você o deixou com ela? – Roberta se levantou gritando – Diego, ela não é confiável! Elisa é Quione!
– O quê? – nesse ponto, Diego já não estava entendendo mais nada – Roberta, tem certeza de que não bateu a cabeça durante a luta?
Quando Roberta ia responder, os dois ouviram uma gargalhada sinistra não muito longe dali.
– Muito inteligente, Roberta. – Quione apareceu, usando um longo vestido azul, que Diego achou muito parecido com o de Elsa, no filme Frozen.
“Duvido muito que ela comece a cantar ‘Let it go’ ” ele pensou.
– Onde está Giovanni, sua deusa de araque? – Roberta gritou com raiva. Quione balançou a mão e uma estátua de gelo apareceu.
Não, não era uma estátua.
– Giovanni... – Roberta disse levando a mão à boca.
– Oh, sim. É Giovanni – Quione disse fingindo pena. – E vocês são os próximos.
Ela disse e invocou uma espécie de raio frio em suas mãos. Roberta e Diego começaram a correr.
– Tsc, tsc – Quione estalou a língua – Vocês podem correr e se esconder. Mas não poderão fugir de mim.
E com essas palavras, ela começou a segui-los dando uma risada maníaca.
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