Good Life

Epílogo: Glimmer & Marvel, First Day and He's back‏


Pego minha mala na esteira e vou para o saguão. Glimmer disse que estaria me esperando. Procuro uma loira por tudo quanto é canto, mas nenhuma parece se encaixar no perfil que ela descreveu.
– Ei, quem aqui é Katniss Everdeen? - grita uma garota em cima de um banco no meio da recepção. Sorrio.
Acho que vou gostar da minha nova colega.
Caminho até ela. Atrás da loira há um garoto alto, de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, só que um pouco esverdeados. Ele ri da atitude dela.
– Ahn... você deve ser a Glimmer. - Sorrio torto. A garota olha para mim com um sorriso animado.
– Sou sim! - Ela desce do banco. - É um prazer, Katniss! - Ela se atira em mim num abraço. Glimmer tinha os cabelos loiros em cachos que iam até seu ombro, e a franja presa para trás com duas presilhas. Seus olhos eram verdes claros, muito bonitos e cobertos por um Way Farer de grau. Era magra e um pouco mais baixa que eu, não havia muita diferença.
A abraço de volta e ela se afasta para apresentar o garoto.
– Esse é meu namorado, Marvel. Deixe ele levar suas coisas. Você leva né, Marv? - a pergunta dela parecia mais uma afirmação. Ele assentiu e pediu para que lhe desses as malas.
Glimmer enganchou seu braço com o meu e nos guiou para um Land Rover branco. Ela abriu a porta de trás e logo sentou no carona.
– Você vai gostar do apartamento. E de Boston. Cara, como você conseguiu esse tom de pele? - A loira perguntou.
– Ah, eu morava quase na praia em San Diego. Ia para lá quase todos os dias.
– Deve ser incrível. Nunca tive a oportunidade de conhecer. - Fala e Marvel entra no volante, logo dando partida. - Então, o que pretende cursar na grande e maravilhosa Harvard? - vira para trás e me olha curiosa.
– Quero fazer psicologia.
– Que máximo.
– É, e vocês? - preciso fazer alguma amizade.
– Ah, vou arquitetura! - Glimmer pergunta animada.
– Que massa, também adoro decoração. - Digo.
– Ah, sério? Então você vai ter que me falar o que acha do apartamento.
– E eu estou no segundo ano de publicidade. - Marvel se pronuncia pela primeira vez no carro.
– Sério? Tenho um amigo que vai começar, mas ele está fazendo em Nova York. - Comento. - Como que é Harvard?
– Fantástica. Grande. Antiga. Incrível. É o sonho da maioria dos estudantes esforçados. Ralei muito pra conseguir ser aceito. - Ele diz.
– Eu que o diga. Me tornei a maior nerd quando falei para meus pais que eu entraria.
– E eles? Devem estar orgulhosos de você ter conseguido. - Glimmer sorri.
– Meus pais faleceram em um acidente antes de saberem. Mas sim, acho que estão sim.
– Ah, eu sinto muito. Tenho certeza que estão. - Sorri doce.
– Obrigada. Vocês são de Boston mesmo?
– Não, éramos de Ohio. - Explica Glimmer.
Nós conversamos até chegar em um prédio enorme, branco.
– Suas coisas chegaram ontem, mas não mexi em nada, afinal, você poderia ficar brava e não sei como você organiza. - Diz Glim - como ela prefere ser chamada.
Ela me mostrou o apartamento. Realmente ela tinha bom gosto. Marvel deixou minhas coisas e avisou que tinha que ir.
– Você gostou da decoração? - ela pergunta em expectativa. - Eu estava com dúvidas em relação ao espaço da sala e cozinha. A divisão, os móveis, pisos... - ela ia continuar, mas a corto.
– Glim, tá lindo. Eu adorei. - Comecei a olhar em volta. O apartamento era bem espaçoso. - Moderno. Com cores bem distribuídas. E bom gosto. - A tranquilizo. Quando se entrava, via um sofá branco em L, um tapete redondo felpudo vermelho na frente, e uma TV de 50 polegadas em um painel de madeira escura, junto a um aparelho de DVD e um Xbox. As almofadas tinham capas de estampas de jornais, revistas e história em quadrinho. A parede da direita era toda de vidro, mostrando tudo. E a parede de trás, ao lado do pequeno corredor, tinha uma pintura do rosto da Marilyn Monroe em várias cores. Para a esquerda, era a cozinha. Os armários eram pretos e brancos. Havia gavetas na parte de baixo, o granito montado formando um "L". No meio tinha uma bancado, o granito da mesma cor, com um fogão Cook Top. Da mesma, se encostava fixando uma mesa de vidro com seis cadeiras, três de cada lado.
– Vem! Vou te mostrar os quartos e o banheiro.
– Ok. - Ela pegou minha mão e puxou para o corredor.
O banheiro era simples,mas grande, só dei uma espiada.
– Esse é meu quarto. - a decoração era pink, preta e branca. Num estilo meio rock romântico. - E esse é o seu. A mobília está toda aí. Escolhi essa madeira branca porque combina com tudo, e fiquei preocupada. A decoração e personalização são por sua conta, mas estarei totalmente disposta a ajudar se precisar. - oferece animada. O quarto era do mesmo tamanho que o seu; grande para um apartamento. Se bem que toma o andar todo. Pelo que eu entendi, os pais de Glimmer deram para ela depois que foi aceita na universidade, e ela não queria morar sozinha.
O guarda-roupa tomava conta da parede ao lado esquerdo da porta, tinha portas espelhadas e de correr. Havia prateleiras e uma mesa em L. A cama ficava encostada na parede de frente com a porta, um pouco mais alta que tudo por causa de um degrau de 180° onde se localizava. E a cabeceira dela era mais extensa, dando espaço para colocar enfeites ou molduras ali em cima. Tudo em branco. Até as paredes. Chegava a fazer meus olhos arderem. Vou ter um bom trabalho por aqui. E ainda havia as caixas que eu mandara há dois dias.
– Muito obrigada, Glim, de verdade.
– Que isso, eu que agradeço. Bom, eu vou dar um jeito e arrumar algo para comermos. Talvez um lanche ou pedir uma pizza. Se quiser descansar ou já começar a arrumar suas coisas.
– Obrigada. - Digo e ela sai fechando a porta. Suspiro olhando para as três malas gigantes, para o guarda-roupa e meu reflexo. Prendo meu cabelo num coque e começo a desfazer tudo, colocando nos cabides.
Seria um longo dia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

3 Dias depois

Glim e eu já conhecíamos o campus inteiro, o que foi difícil pelo tamanho. As aulas começariam em uma semana, e não aproveitei para começar a personalizar meu novo espaço e conhecer uma parte da cidade.
Minha nova amiga garantiu que eu poderia fazer o que quiser com o quarto, já que agora era meu. E acabei me animando.
A cabeceira da minha cama já tinha fotos emolduradas e enfeites que eu ganhara de presente.
Com a ajuda da loira, pintei duas paredes de cinza, e acabamos nos divertindo e nos conhecendo mais.
E hoje, eu estava trabalhando na última parede, onde a cama se encostava. Uma ideia surgiu em minha cabeça assim que acordei e já começara a colocá-la em prática, selecionando fotos que eu tinha numa caixa decorada. Eu ria enquanto as via, me lembrando do momento.
– O almoço tá pronto! - Glimmer se atira na cama. - Uhl, quem é esse? - Ela pega uma foto e demoro a ver que é minha parte das que tiramos na cabine do shopping: a dos sorrisos e a que Peeta beija minha bochecha.
– Ah, estava procurando essas...
– Seu namorado? Ele é lindo.
– Ah, não. É meu vizinho que se tornou um dos meus melhores amigos depois de uma viagem maluca que ele aceitou fazer comigo por problemas que ele teve.
– Viagem para onde? E por que maluca? - já comentei que Glim é um pouco falante? Ela é.
– Los Angeles. Maluca porque nós fomos com o conversível dele e eu só fazia coisas que nos colocavam na porta da delegacia. - Rio. - E ele só brigava comigo. Só que agora ele é uma nova pessoa. Não liga para o que os outros pensam, sabe que tem que aproveitar a vida e tem uma tatuagem que aposto que vai fazê-lo lembrar de mim para sempre. - Me lembro e sorrio.
– Uau. Mas só amigo? Vocês ficam bonitos juntos. - Comenta olhando as fotografias novamente.
– Ah, sim. Bom, mas eu nem sei quando vou encontrá-lo de novo. - Dou de ombros. - E vou deixar isso por conta do Grandão lá de cima. Se for para ser, vai ser.
– Cara, a gente é tão parecida! - Glim sorri. - Vamos almoçar? Depois quero ver o que você tá aprontando nessa parede.
– Ok.

1 Semana depois

Meu quarto já estava totalmente pronto. A última parede tinha fotos em fileiras, em posições diferentes, e entre seus espaços havia grandes adesivos que eu achara.
Bom, e hoje? Meu primeiro dia na faculdade. Marvel veio buscar Glimmer e me ofereceu carona. Como eu provavelmente me perderia - mesmo não sendo longe -, aceitei.
Os professores se apresentaram e deram "prévias" de suas aulas. A maioria dos alunos era séria. Certo, estamos na considerada melhor universidade do mundo, mas será que eles não se divertem nem um pouquinho?
Tipo, eu me esforcei pra caramba: tirei as melhores notas, fiz trabalhos voluntários, aulas extracurriculares, atividades, participei de olimpíadas... é cansativo. Pergunto-me se eles não desistiram das suas vidas sociais.
– Kat, eu vou comer alguma coisa, você vem? - Glim me acorda pra vida.
– Ah, não, agora tô sem fome. Vou dar uma volta. Obrigada.
– Ok, nos vemos mais tarde! - ela acena.
O pôr-do-sol em Massachussets era mais tarde que na Califórnia. Por isso tive que esperar mais meia-hora para vê-lo. Estava no terraço do meu novo prédio com meus olhos fechados sentindo a brisa suave lá de cima.
– Eu sabia que só havia uma morena com coragem de estar na beira de um terraço para ver o melhor momento do dia.
Sorrio ao ouvir a voz. Rouca, suave, grossa, aveludada.
– Tantos lugares no mundo e você vêm parar no mesmo que eu. - ironizo e solto uma risada, sem olhar para ele.
– Você disse que se era para ser, Ele se encarregaria. Então acho que era para ser.
– É difícil se livrar de você.
– Como se você se incomodasse com isso.
– Não deu nem tempo de sentir sua falta, loirinho.
– E nem vai precisar, morena. - Diz antes de se sentar ao meu lado, me abraçando e depois levantar meu queixo para começarmos mais um beijo. Com gosto de menta e gosto de Peeta.
– É estranho dizer que estou feliz com isso. - O afasto, colocando a mão eu seu tórax.
– Não mais estranho do que é dizer que estou apaixonado por você.
– É verdade. É estranho ouvir você dizer isso.
– Você deveria dizer que também está apaixonada por mim. Eu me declaro, você se declara.
– É...
– Não vai dizer?
– Não há nenhum roteiro. E eu não gosto de clichês. - faço uma careta. - Paciência. - Dou de ombros.
– Como dizer sem ficar clichê?
– Por que você quer tanto ouvir isso? Sabe que não vou dizer.
– Ok, eu já sei que é recíproco mesmo.
– Convencido! - cantarolo.
– Como se fosse mentira.
– Não, não é.
– Admitiu.
– De uma forma que não ficou tão clichê.
– Você é confusa.
– Um pouco. - dou de ombros, chegando mais perto dele de novo. - Mas mesmo assim, você disse que gosta de mim. - O imito, beijando-o mais uma vez.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Sim, eu gosto. Quem um dia irá dizer que existe razões nas coisas feitas pelo coração?

– E quem irá dizer que não existe razão?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.