P.O.V. Elizabeth

- Georg, você jura que se tiver algum problema com os dois, você vai me deixar em paz e dar um jeito de resolver antes que eu chegue amanha de manha? – pediu Tom já na porta do carro.

Eu e Bill nos olhamos e seguramos a risada e, quando olhei para meu outro lado, Claire e Gust também estavam abafando. Aparentemente não tinha sido só eu que notou o quanto essa frase era a cara do Tom.

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- Tom, vai embora antes que eu me estresse de verdade! Eu não sou babá e Bill e Lizzie já estão bem crescidinhos para não se matarem! – disse Georg virando os olhos com impaciência.

Eu e o resto apenas riamos dos dois.

- Tchau mamãe! Bom encontro e arranje um padrasto bem gostoso para mim e Bill, porque o papai já conseguiu uma madrasta bem legal para nós! – eu disse rindo e abraçando Claire para dar ênfase sobre a madrasta.

- Viu, Lizzie? É por isso que a mamãe e o papai vivem brigando! A mamãe morre de ciúmes da Claire! – disse Bill entrando na brincadeira.

Claire parecia que ia ficar sem ar de tanto que ria, enquanto Georg e Tom fechavam a cara.

- Calem a boca! – disseram os dois juntos, bravos.

- Sinceramente, eu não sei nem porque se divorciaram! Eles são almas gêmeas reclamonas, mandonas e preguiçosas! - comentei pondo as mãos na cintura para dramatizar mais a cena e mostrar indignação.

- Quer saber de uma coisa? Estou indo, fodam-se vocês! – disse Tom entrando no carro e saindo da garagem de Georg cantando pneu.

- A mamãe vai causar um acidente hoje! – comentei observando Tom se distanciar no final da rua.

- Depois perguntam por que mulher é um perigo na direção! – comentou Bill risonho ainda.

Conseguiu! Tinha que ser o Bill para estragar com a brincadeira!

Eu e Claire fechamos a cara para seu comentário e ficamos encarando-o.

- O que foi? – perguntou Bill inocentemente com cara de desentendido.

- Eu dirijo desde os quinze anos o carro do meu pai e nunca causei nenhum acidente! Dirijo inclusive melhor que o Georg! – disse Claire cruzando os braços e batendo sua pantufa de sapo de encontro ao chão constantemente.

- E eu só não dirijo o carro de vocês porque não tenho carteira e vocês não deixam, no entanto isso não quer dizer que eu dirija mal! Por sinal, eu dirijo muito bem, obrigada! – eu disse imitando o movimento da Claire, indignada com o que Bill disse.

- Ér... – começou Bill sem saber o que dizer exatamente.

- Acho melhor você ficar quieto, filho – disse Georg achando graça da situação do gêmeo mais novo.

Eu e Claire bufamos e voltamos para dentro de casa.

- Bill é um idiota! – comentei indignada.

- Sim, depois o Tom é o machista! – disse Claire.

Bufei. O Bill conseguia seriamente me tirar do sério.

Tentando esquecer o motivo da nossa raiva, mudei de assunto.

- Vamos chamar uma pizza? – perguntei.

- Claro! – falou Claire já com os olhos brilhando.

- Alguém falou em pizza? – perguntou Georg chegando à cozinha de sua casa.

- Eu também quero! – disse Gustav animado vindo logo atrás de Georg.

Logo depois então veio Bill com as mãos no bolso, quieto e apenas assentiu à idéia da pizza.

Dane-se ele também!

P.O.V. BILL

Estamos em Berlim há dois dias e meu irmão já tem um encontro, enquanto eu tenho que ficar em casa comendo pizza com a pirralha, o gordo, o chato e sua namorada, sendo que as duas mulheres da casa já estão bravas comigo. Eu definitivamente não tenho muita sorte.

Lizzie e Claire estavam sentadas no sofá embaixo das cobertas enquanto eu e os G’s estávamos sentados no chão jogando vídeo game. Nós simplesmente amávamos jogar vídeo game! *-*

Daqui a pouco a campainha tocou.

- Lizzie, você pode ir atender? – pediu Georg ainda focado na partida de Guitar Hero que estava jogando contra Gustav.

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- Não posso, eu sou incapaz de fazer algo direito! Pede pro Bill! – disse ela de mau humor.

Georg bufou e olhou pra mim irritado, me culpando pelo mau humor eterno da Samara.

Suspirei resignado e levantei para pegar a pizza enquanto alguém que eu não cheguei a ver foi arrumar a mesa para a janta.

P.O.V. Elizabeth

Assim que Bill saiu para buscar a pizza, Gustav pausou o jogo e correu para o banheiro, enquanto Georg subiu para o sofá e começou uma sessão de amasso com a Claire. Frustrada, saí da sala e fui arrumar a mesa para a janta, já que alguém precisava fazer.

- Lizzie... – começou Bill ao entrar na cozinha e largar a pizza em cima do balcão enquanto eu terminava de posicionar os talheres.

- Nem tenta Bill, ainda estou segurando facas! – eu falei sem nem mesmo me virar para olhá-lo.

Sem avisar, senti Bill atrás de mim, passando a mão pela minha, me fazendo largar de qualquer jeito a ultima faca que eu mantinha junto a mim, como forma de precaução. Enrijeci ao seu contato e logo ele me virou de frente para si, me fazendo então virar novamente e ficar presa entre ele e o balcão.

- Lizzie, você sabe que eu não falei aquilo por querer! Foi brincadeira! – ele disse baixinho, apenas para eu ouvir.

- Bem, não era o que parecia, seu machista desgraçado! – eu disse fria. Tentei sair daquele aperto, mas por incrível que pareça, Bill era mais forte que eu.

Ele segurou meus braços firmemente e colou ainda mais nossos corpos, cada célula do meu corpo prensado ao seu.

De repente, parei de tentar sair quando vi o quão perto seus lábios estavam dos meus.

- Onde estão os outros? – perguntou ele levemente.

Tomei uma respiração não muito profunda, sendo isso impossível no modo que estava sendo prensada entre Bill e o balcão.

- Georg e Claire estão na sala namorando e Gust foi lá para dentro – eu respondi baixinho.

Bill sorriu levemente, aquele seu sorriso de criança que recebe o presente de natal esperado o ano inteiro e deixa qualquer um hipnotizado, inclusive eu que não conseguia parar de encará-lo e pensar o quanto ele podia ser bonito.

- Eu fui um idiota, Lizzie. Me desculpa? – pediu ele fazendo AQUELA carinha de cachorro abandonado.

Sorri para ele.

E então lhe dei um belo soco no braço que ficaria roxo!

- AAAAIIII! Por que você me bateu? Sua bruta! – disse ele esfregando o braço.

Eu ri e passei meus braços em volta do seu pescoço, já mais tranqüila depois de dar o que ele realmente merecia.

- Agora eu te perdôo amor! – eu disse com um sorriso de orelha a orelha.

Bill olhou para meu rosto emburrado enquanto esfregava o braço dolorido. Ri da sua cara brabinha e lhe dei um beijo na bochecha, sentindo-o sorrir.

Logo, ele já tinha virado o rosto e pego os meus lábios em um beijo bom, fofo e calminho, totalmente sem pressa e sem se importar caso o resto chegasse na cozinha e nos pegasse juntos.

Faziam quase duas semanas que eu tinha saído do hospital e que eu e Bill estávamos juntos, apesar de ninguém saber.

Sei que agora vão ter algumas pessoas que devem estar pensando: “Aff, que garota estúpida! Se o Bill Kaulitz estivesse afim de mim, eu não pensaria duas vezes em contar para todo mundo!”. O problema, animais, é que as coisas não são bem assim! Não foi uma decisão minha que fez o Bill ficar cabisbaixo e triste por eu não querer assumi-lo. A decisão foi feita por nós dois! Querem saber como foi? Divistam-se!

FLASHBACK ON

Como é que eu movo os lábios mesmo? Pensei comigo mesma depois de ter sido beijada de forma bem quente pelo Bill enquanto estávamos deitados na minha cama.

- Lizzie, sobre assumir o que a gente ta tendo... – começou Bill meio embaraçado, sem saber exatamente o que dizer.

Arregalei meus olhos, esquecendo totalmente a sensação de entorpecimento que senti nos lábios após meus amassos com o Bill.

Fiquei quieta apenas ouvindo, torcendo para que ele não quisesse nos expor.

- ...eu acho que devíamos continuar em segredo, você sabe como o Tom pode ser inconveniente e... – disse ele, me fazendo quase derreter de alivio com seu anuncio.

Sem deixá-lo terminar, logo o interrompi:

- Eu acho que você está absolutamente certo! Não é necessário contar a ninguém sobre o que a gente vem fazendo – eu disse rapidamente.

Bill sorriu igualmente aliviado por eu não me sentir ofendida com seu pedido de mantermos tudo guardado para nós e então voltou a me beijar, aproveitando o pouco tempo que tínhamos antes do Tom voltar da padaria.

Acabei me esquecendo por inteiro sobre o que devíamos nos preocupar de verdade e só pude pensar mesmo eram nas mãos do Bill passeando pelas minhas costas e na sua boca me beijando avidamente.

FLASHBACK OFF

Satisfeitas? Viram como não foi minha culpa? Agora então me deixem voltar a pensar no beijo que o Bill estava me dando e morram de inveja!

P.O.V. BILL

- Lizzie, você já colocou a mesa? – perguntou Claire lá da sala. Ouvi passos se aproximando da cozinha e Lizzie rapidamente se afastou de mim e foi ajeitar o que eu tinha conseguido bagunçar ao pegá-la. Voltei a esfregar meu braço que continuava doendo. Eu tenho certeza que amanhã ficará roxo!

- Já está tudo pronto, Claire! Chama o Gust e o Georg, por favor! – a Samara gritou de volta para a amiga.

- Não precisa, já estamos aqui! – disse Georg entrando na cozinha já com os olhos grudados na pizza.

Virei os olhos enquanto continuava esfregando o braço.

- Hey, Lizzie! O que houve no braço do Bill? – perguntou Claire curiosa,

- Eu lhe soquei pra ele deixar de ser machista – respondeu ela simplesmente sem olhar para ninguém, concentrada em cortar a pizza.

- Que boa idéia! – exclamou Claire. Quando vi já era tarde demais, ela tinha me socado no outro braço.

- PUTA QUE O PARIU! – eu gritei agora com os dois braços formigando de dor.

- TOOOOMA VIADO! – gritou Gustav entrando na cozinha do nada.

Todos encararam Gustav como se ele fosse louco devido ao seu comentário e a primeira a começar a rir, obviamente foi Elizabeth.

E quando eu vi Georg e Claire também estavam rindo, Gustav dava de ombros enquanto pegava um pedaço da pizza e eu continuava esfregando meus braços, um pouco cada um.

- Viu, Bill? Vê se aprende agora a não ser tão escrotamente idiota! – disse Gustav dando uma mordida na pizza.

Olhei feio pra ele, fazendo bico e isso fez com Lizzie risse ainda mais.

Bufei e peguei um pedaço de pizza. Pelo menos ocuparia minha boca comendo, ao invés de falar mais merda que me ferrasse.